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E o céu azul brilhará...

Diário de uma académica portuguesa em Londres

E o céu azul brilhará...

Diário de uma académica portuguesa em Londres

30
Mar07

Responsabilidade e àgua benta??...

Little Miss Sunshine

Eu sou responsável, eu sei que sou. Talvez por isso me irrite solenemente o facto da minha cara-metade não ter a mínima noção do que isso é ou do que isso implica. O que mais me irrita é mesmo isso, tirando esse problema, a nossa relação até que corre bem. Mas eu não consigo contornar esse obstáculo que quando se impõe diante de mim, especialmente no fim do mês, a minha vontade é partir a casa toda, e seguir o meu rumo sem olhar duas vezes para trás.

 

Ok, pronto, estou a exagerar. Só que de há uns dias para cá o peso da minha responsabilidade tornou-se insuportável, de tal modo que não me sinto de todo com vontade de lidar com a responsabilidade de mais ninguém aparte da minha. Pode ser egoísmo mas é pura estratégia. O meu gajo adora deixar tudo para última da hora. É o visa, é as compras, é o corte de cabelo, é o pagamento dos mil e um cartões de crédito, é o pagamento da àgua, do gás e da electricidade... Enfim, ele só não deixa para última da hora a cabeça dele porque não calha.

 

No príncipio as coisas não eram assim. Ele chegava-se sempre à frente e eu pronta para o amparar, porque o menino trabalhava de sol nascer a sol pôr e eu tinha pena de o estar a sobrecarregar com coisas que eu mesma podia tratar de resolver. Pois bem... que mau ensinamento, que abertura para a calanzisse...

 

O menino agora responsabiliza-se por nada! Vai trabalhar e disse, porque das contas trato eu, da janta trato eu, das compras trato eu, da roupa trato eu... Bardamerda, eu já não trato e pronto! Chega de aluguer de paciência, porque a minha subiu de preço e agora ninguém a pode comprar!

 

A gota de àgua para a minha vontade de o aniquilar e de o abanar bem tem a ver com o corte de cabelo que nunca mais chega!!! Parece mais um Jimmy Hendrix indiano nesta altura que outra coisa qualquer... se bem que um urso não se sentiria fora da espécie se ambos co-habitassem. Não corta o cabelo? Ainda acorda com ele cortadinho, já lhe disse!

 

Bolas, hoje que recebemos o nosso ordenado (e verdade seja dita, pouco ou nada sobrou depois de pagar a renda e o cartão de crédito), eramos para ir os dois fazer as compras do mês. Ele era para ir pagar a àgua do vizinho do lado, uma vez que se responsabilizou por tal... Ele era para ir CORTAR O CABELO. Ele era para fazer tudo e mais alguma coisa... Sabia que tinha de sair cedo do trabalho - como aliás tinha saído a semana toda.

 

Telefono à hora de almoço, depois das aulas, e ignora-me a chamada. Liga-me 10 minutos depois a dizer que o patrão lhe pediu para ficar até às quatro, são nesta altura 5h30 pm e nem um telefonema a dizer que vem tarde!!! Estou super chateada! Bolas, eu mereço um bocadinho mais de atenção e consideração. Esta semana tem sido um desastre. Não tenho vontade nenhuma de estar com ele e sempre que ele me beija só me apetece dar-lhe uma chapada.

 

Eu sei que isto não é bom, mas ele fragiliza-me. Com estas atitudes eu não posso confiar nele, porque ele não é daquelas pessoas que eu posso dizer: 'Epá, sim senhor, ele está lá sempre para mim...!' Não está, e exemplo disso é o dia de hoje que está a decorrer da pior maneira possivel em respeito ao Sr. Sidd. Não vai fazer nada, e aposto com vocês que vai chegar a casa e é como se nada se passasse também.

 

Com cenas destas, acreditem, os Estados Unidos já estiveram mais longe. Se isto azeda, vou daqui e nem sequer me dou ao trabalho de empacotar as coisas. Vida nova. Isto é que não, porque me dá cabo dos nervos, não tenho estabilidade nenhuma e arruina-me o espírito.

 

Estou farta.

Nunca pensei que uma relação desse tanto trabalho e causasse tanta angústia.

27
Mar07

O Destino do "Não Sei"...

Little Miss Sunshine

Não sei se é a pressão do trabalho da Universidade (talvez por ser o último ano e este estar quase a acabar), ou se é o facto de ter mudar de casa (outra vez) em Junho... Mas tenho andado mesmo a passar por dias de existência um bocadinho negros.

Às vezes gostava de saber o que é que o destino tem reservado para mim, só mesmo para me preparar psicológicamente para o que aí vem, para o desconhecido que eu detesto tanto. Não tem sido fácil conviver com o facto de que daqui a uns meses vou ser licenciada e que ainda não tenho a mínima noção do que quero fazer depois disso.

Já pensei em me mudar daqui, tenho mandado CVs para  programas de especialização para graduados, em várias multinacionais domiciliadas nos Estados Unidos, India, UK e Portugal. Não sei se vai resultar em alguma coisa, mas se resultar em algo eu vou onde o vento me levar... e o meu gajo já me disse que vai comigo!

A pós-graduação vai ter de esperar uns mesitos, porque eu não estou para pedir empréstimos a bancos, e não consegui poupar assim tanto que dê para começar já em Setembro o Mestrado. Eventualmente, sei que o farei. Até pode ser que os ventos me levem para outros lados distantes e eu acabe por fazer o mestrado em outro lado qualquer.

As férias também estão à porta, mas este mês que aí vem vai ser complicado, uma vez que vou ter de fazer a tese sobre Pearl Harbour num mês, e são 10,000 palavritas. Não estou nada motivada. às vezes penso que faço de propósito... deixar tudo para última da hora.

Mas a verdade é que sinto que o tempo me escore por entre os dedos das mãos e que os dias passam a correr, sem no fim eu poder dizer que realmente foi um dia de (re)começos. Ando tipo barata tonta, meia perdida num universo Inglês que me parece mais paralelo a mim que outra coisa.

Já não me sinto parte integrante desta sociedade, porque esta sociedade não me dá luta, não me espevita a curiosidade nem tão pouco me oferece desafios... Ontem na apresentação perguntaram-me se o facto de eu estar tão ligada à internet me isolava das pessoas. Eu respondi que sim.

O que eu acho fascinante na internet? É que tu podes ser quem quiseres, dás-te a conhecer como queres, a percepção de ti na Internet é aquela que tu decides ter. Na minha vida eu nunca tive a oportunidade de ser eu mesma, e na internet eu sou eu própria - sem esquemas.

Na internet não tenho medo que me julguem só porque pus uma saia de riscas com uma camisa de quadrados. Na internet não me podem bater só porque eu digo que fulana tal é uma idiota. Na internet ninguém me rejeita, e apesar de ser um mudo virtual, eu sinto que esse mundo faz parte da minha vida da mesma maneira que o mundo real...

Com um senão... No mundo real as pessoas que te magoam, que te humilham, que te usam estão constantemente a cruzar o teu caminho. No mundo real, essas pessoas geram um circulo vicioso à tua volta, pisam a tua auto-estima sem que nada possas fazer.. e no fim acabas sempre a pedir-lhes perdão... No mundo virtual, se não me interessas, posso desligar a aplicação, afastar-te do meu mundo com o clique de um botão...

A vida é assim mesmo, cheia de escolhas, e a verdade é que eu não gosto de mim - como aliás admiti na sala de aula após ser confrontada com uma série de criticos da Internet. Como não gosto de mim, sempre me achei a pior das espécies, indigna e sem merecer ninguém decente. Porque eu não gosto de mim, passei a minha adolescência a recolher sonhos e fantasias, ao mesmo tempo que era gozada e maltratada pelos meus colegas de escola.

Sempre vi o melhor de tudo, até que o "tudo" me tirou o melhor de mim. E nestas alturas de parca mas franca tristeza, olho para este quadro de contradições e pergunto-me se alguma vez, mesmo que de forma ténue mas inequívoca, se alguma vez me poderei considerar uma pessoa de valor... Só porque luto tanto para atingir os meus objectivos, não deveria ser considerada digna de mérito...

Porque mérito têm aqueles que nada têm para comer mas que continuam a existência deles com um sorriso nos lábios...

26
Mar07

Imperfeição de Mim...

Little Miss Sunshine

Porque é que eu não gosto de mim? Porque é que quando olho para aquilo que eu tenho me sinto a sufocar? Porque é que teimo em fugir para qualquer outro lado quando não estou bem?

Desde a passada semana que não penso noutra coisa senão em sair daqui. Acabar o meu curso e sair daqui. Preciso de respirar ar novo, de ver pessoas novas e de me deixar envolver em ambientes que em nada têm a ver com o meu.

Sinto-me insegura comigo mesmo, como se estivesse prestes a falhar em qualquer coisa. Esta corrida contra o que é certo, não a percebo, não a compreendo.

A minha vida é uma farça.

26
Mar07

Últimas avaliações antes das Férias...

Little Miss Sunshine

Pois é, tenho andado desaparecida. A única razão é ... trabalho da Universidade, poiiisss! Amanh... quer dizer... HOJE vou ter uma apresentação e tenho também de entregar um trabalho sobre a Propaganda Nazi para uma das minhas cadeiras de  história... Pelas horas dá para adivinhar que acabei o trabalho agorinha mesmo! Estou exausta, se bem que na hora de Inverno ainda seria apenas 1 da manhã, o que até nem é muito tarde.

Não tenho de ir trabalhar até terça-feira, para sorte minha. Este fim de semana dediquei-me aos meus trabalhos universitários, se bem que é sempre tudo feito em cima da hora. O meu gajo está na cama desde a meia-noite e já deve de ir no terceiro sono pela maneira como ressona... Tadito...

Eu vou-me juntar a ele, porque não é nada bom dar uma apresentação com olheiras até quase à barriga. hehehe

Hoje à noite volta tudo ao normal.

22
Mar07

Cai a neve devagarinho...

Little Miss Sunshine

O dia hoje não começou bem. Acordei com o despertador às 5 da matina, mas resolvi ficar na cama até às 5h30. Estava um frio de rachar quando movi o edredon para os lados do meu namorado e, depois de me espreguiçar demoradamente, pus os pés no chão. Como vem sendo normal de há uns tempos para cá, cada vez que me levanto da cama depois de uma noite de descanso, os meus tornozelos e pés doem que se fartam. Por isso, já devem de imaginar como é que a minha primeira caminhada do dia (um curto passeio de segundos até à casa de banho) correu: saltinhos em bicos de pés... não, dói, chiça!!! Agora em calcanhares, devagarinho... ai, ui, depressinha... torço-me toda, palavras feias proferidas mentalmente, aaaahhh enfim, a meta desejada...

Depois de aliviada, lavadinha e a cheirar a rosas - sim, porque EU tomo banho em àgua de rosas com leite de burra, tá bem!?- toca a correr para o quarto. Nós pagámos o gás, realmente, mas para karma meu as minhas vizinhas de baixo têm a mania de desligar o aquecimento central e o pessoal aqui de cima apanha um friozinho do caneco... Para mais tem estado a nevar, e isso é sinal de que a Primavera não chegou, e não, o tempo NÃO está AMENO!

Lá me vesti, a custo, depois de ligar o aquecedor eléctrico - isto porque, como sabem, venho vacinada desde a outra casa contra housemates-com-a-mania-que-são-esquimós! Durante o tirar o pijama e colocar a farda, cheguei à triste conclusão que odeio o meu uniforme de supervisora de check-outs (anglicismo que é a versão rasca de check-in, ou se preferirem, em português é mesmo caixas de supermercado! U-A-U...) A razão?? Simples... É o mesmo uniforme de há 6 meses atrás, com um senão... Parece-me a mim que de mês para mês o mesmo vai "apertando" mais e mais. Torci o nariz ao chegar à conclusão de que estou gorda, por muito que os meus colegas, namorado e família me digam que estou "realmente melhor que o Natal passado"... PIOR QUE O NATAL PASSADO!??? Bem... estáva uma lontra então, não???

Enfim, pequeno almoço tomado e lá vou eu. Saí de casa a tempo e horas para apanhar o autocarro do costume, mas, claro, o raio do autocarro do costume não apareceu. Entretanto começou a nevar e eu já inquieta, comecei a olhar para o relógio de pulso que a minha mãe me deu há uns tempos atrás aquando de uma das minhas idas a Portugal. Não estáva a ser nada agradável "secar" por um autocarro no meio de uma tempestade de neve... Sorte ou azar, apareceu um outro, o expresso, a dez minutos antes da minha hora de entrada no "supermarket" e £0.50 mais caro que o outro.

Rápidamente prendi o cabelo, pus vaselina nos lábios e toca a andar para a frente-loja. Agora mudaram o horário de abertura para meia-hora mais cedo, o que quer dizer que a limpeza dos artigos deixados na noite anterior nos "check-outs" fica mais restrito e mais complicado de resolver. Os famosos "put-backs" são às carradas desde que os outros departamentos decidiram (sem qualquer base legal ou procedimento escrito) que nós somos os responsáveis por tudo o que fica espalhado ou fora de sítio na loja. 

Ontem acabámos o dia com dois carrinhos cheios de compras e produtos perecíveis para devolver às respectivas parteleiras e que, obviamente, porque não foram resolvidos a tempo e horas (talvez por terem sido enfiados num trolley e depois deixados ao Deus dará frente ao nosso departamento, sem comunicação prévia, ou sem qualquer comunicação de todo, frise-se!) acabaram por se estragar de tal forma que não tiveram retorno possível: foi lixo e mais nada.

Às 8h da manhã o meu staff começou a chegar, aos poucos e poucos. Uma das nossas mais antigas funcionárias descobriu ontem que o marido tem um ano de vida (cancro) e estava de rastos, mas veio trabalhar na mesma. A manhã foi complicada, com queixas de clientes a torto e a direito, mas passou bem. Fiz muito do trabalho de papelada que estava para resolver, o que me deixou mais descansada, porque durante 4 dias não vou lá pôr os pés e eu tenho a certeza de que os novatos não vão pegar em nadica de nada!

À tarde, como estáva cansadita, adormeci nos braços do meu mais que tudo a ver o filme "Mohabbatein" - Hindi, pois está claro, porque o cinema Bollywoodesco é uma descoberta recente minha, e verdade seja dita, não pára de me surpreender. Quanto mais vejo, mais quero ver.

Entretanto, desde o jantar, o pessoal reuniu-se todo na cozinha para discutir acerca do hóspede indesejado que um dos meus housemates meteu em casa, acerca do senhorio que vai vender a casa, acerca de tudo e mais alguma coisa. Não sei se vou continuar nesta casa por muito tempo, e o stress instalou-se novamente, porque vejo o meu futuro incerto a todos os níveis.

Sinto que se continuar aqui a viver, neste país, não vou conseguir dinheiro para uma casa decente, e vou ter de viver de quarto em quarto, carregando nas cosatas as minhas coisas a cada dois ou três meses. Odeio mudanças, odeio.

O resultado desta situação é gritos, berros, chatices e o meu gajo a apontar-me o dedo por o computador dele estar parvo, quando eu nem sequer lhe toquei o dia todo. Segundo ele é o anti-virus que eu instalei há 2 dias.

E pronto... Um dia de chatices que começou mal, e acaba... mais ou menos. Nesta altura odeio o gajo.

20
Mar07

Brrrrrr.... & o Dia do Pai em Portugal!

Little Miss Sunshine

SOU UMA FILHA DESNATURADA - mas antes que o meu pai me julgue de tal modo, tenho a dizer em minha defesa de que... o Dia do Pai aqui é festejado no dia 17 de Junho... O dia da mãe aqui foi no passado Domingo...

Com tanto stress, como explicarei mais adiante, o dia 19 de Março passou-me completamente ao lado, parte negligência minha, parte culpa do comércio britânico que tem a mania de ser diferente até nos dias da mãe e do pai!!!

Por isso aqui fica a minha homenagem ao meu pai, e uma nota para o avisar de que o postal vai a caminho, mas vai atrasado como sempre. Eu não sou desnaturada, sou é muita DISTRAÍDA...Mas amo-te muito pai, tu sabes disso!!!

Continuando... Está um frio do caraças por estes lados! Já nevou, já choveu, já gelaram os passeios... Estou farta de Inverno! Hoje passei mais frio do que passaria se me enfiasse na arca congeladora na minha cozinha!

Hoje tenho tido o aquecedor a full gás. Passei parte da última hora a fazer updates no meu site do piczo, e confesso que não tenho tido muito tempo para cá vir contar novidades. Entre trabalhos da universidade e o trabalho no supermercado, mais o outro trabalho em Stevenage, pouco tempo me resta para vir aqui contar as minhas desventuras... até porque a minha vida nesta altura é tudo menos interessante.

A rotina instalada de acordar, ir trabalhar, chegar a casa, trincar qualquer coisa e sentar-me frente ao computador a fazer trabalhos não tem muito que se lhe diga. Ando na penúria também, porque com a ída a Portugal e a renovação do anti-virus para o computador, a minha conta atingiu novos níveis de pobreza para os quais eu já estava eventualmente preparada, mas que esperava secretamente evitar.

O meu gajo também anda deprimido ultimamente, e tenho guardado os meus mimos todos para ele. Anda a ver se consegue um empréstimo bancário para pagar o segundo mestrado dele (ele já tem mestrado em matemáticas aplicadas), mas como está de visto provisório aqui ninguém lhe empresta nada... Quer dizer, só mesmo os gajos dos cartões de crédito é que lhe dão cartões, os quais eu o proibi de usar, porque o crédito é muito bom mas mais tarde ou mais cedo temos de o pagar... e com JUROS bem gordos.

Por isso, meus amigos, como vêm, andamos numa de contenção. Contenção de despesas, de escrita e até de paciência, porque passar os dias todos em casa está também a fazer-nos passar da cabeça um bocado.

Enfim... Nada como um dia de gelo, trabalho e muito pouco lazer... Mas, hei... sempre deu para fazer uma sestinha a meio da tarde! Nem tudo é mau, pois não?

18
Mar07

Trabalho acumulado...

Little Miss Sunshine

Tenho andado completamente K.O. entre horas de trabalho esticadas e pouco tempo de descanso. O que me safa é o Red Bull, light, pois claro!

Hoje foi mais um dia de trabalho intensivo. Normalmente não trabalho aos Domingos, mas hoje lá teve de ser. O que mais me custou foi levantar-me cedinho, depois de no Sábado ter trabalhado das 10h às 21h, quase em ritmo alucinante. 

O frio também voltou, e deve de nevar, supostamente esta noite. Confesso que a ideia de nevar a esta altura não me desagrada nada, até porque se nevar muito a universidade fecha e eu posso ficar um bocadinho mais na cama amanhã.

Nesta altura estou a mãos com uma apresentação para Gestão e um rascunho de uma história para escrita criativa. A tese? Nem lhe toquei ainda, mas sexta-feira tenho de ter 2,500 palávras prontas para enviar ao supervisor senão bem me lixo... E ainda tenho de me desenrascar com as 2,500 palávras para a cadeira do 3º Reich.

Enfim... quem disse que o último ano era f´zcil, ou era louco ou nunca passou por tal. Jokas. 

 

 

16
Mar07

Como é que sabemos?

Little Miss Sunshine

Como é que sabemos que aquela pessoa é a pessoa certa? Como é que sabemos que vamos passar a vida toda com essa pessoa e ser felizes? O que é que nos diz que é a pessoa certa para casar, o que é que se sente? E se não for a pessoa certa? E se a pessoa certa está algures, à tua espera?

Por exemplo, hoje de manhã a minha gata escapou-se do meu quarto e, apanhando uma janela aberta saltou ao encontro do angorá amarelo que ansiosamente a esperava cá fora. Claro que eu fui logo atrás e resgatei a desgraçada entre palávras de má ordem. Não teria sido tão mau se eu não tivesse de saltar pela janela, porque a porta estáva trancada... Escusado será dizer que já fiz a minha ginástica diária!

Como é que ela, estando ausente da vida exterior desde que nasceu, sabe que precisa de um gato, daquele gato para a cobrir (ela está estupidamente com o cio). Pronto, talvez não seja o melhor exemplo, porque as gatas vão com todos quando estão nessa situação... Mas o que eu descobri recentemente é que as pessoas casam porque precisam de estabilidade e porque na altura acharam que aquela pessoa era a pessoa certa. Os meus pais quando casaram acharam que eram as pessoas certas um para o outro... A minha chefe do trabalho também... E acabou tudo em divórcio, com todos a admitirem (mesmo sem ser em campo aberto) de que não voltariam a casar.

Não tenho teorias porque na minha experiência de vida já vivi de tudo. Já me apaixonei violentamente, medianamente, mesmo nada. Já acreditei piamente, confiei cegamente, aterrei com a cara no chão de verdade, e no fim acabei sempre a lamber as feridas, umas maiores que outras. O amor que eu dizia sentir nos meus tempos de teenager nesta altura não existe mais. Já não sinto aquele calor a vir por mim a cima, as mãos a tremer ou a suar, a cabeça a andar à roda, nada... Em vez disso sinto respeito, admiração, uma amizade muito particular e vontade de ver a outra pessoa bem.

É isto que as pessoas dizem que é o amor? Porque para mim estes sentimentos são novos. Nunca contruí nenhuma relação por amizade, foi sempre por atracção física. Mesmo o F., com quem namorei quase 3 anos e pensei até que acabaria a minha vida ao lado dele, a relação começou com um "Então já não se fala aos amigos" numa sexta-feira à noite, depois dele ter cortado o cabelo e se ter tornado num ex-heavy com atributos de top model.

Com o Sid foi diferente. Ainda a recolher os pedaços de coração espalhados pelo caminho da minha vida, ele esteve lá para me amparar quando o M. acabou comigo. Ele esteve lá quando o outro M. me usou e me deixou assim, sem mais nem menos. Ele esteve lá para limpar as minhas lágrimas e nunca me deixou sózinha à noite. Ele ajuda-me em tudo o que pode, só para me ver feliz. Ele vai comigo a todo o lado só para não me deixar sózinha.

O que mais me preocupa é o facto de eu não saber exactamente o que fazer. Temos falado de casar e por mais que essa ideia me fascine, também me aterroriza completamente. E se ele não for a pessoa certa? E se der para o torto? Não quero ser mais uma estatística, queria poder ter a certeza, mas pelo que vejo ninguém tem totalmente a certeza. Relações que duram anos, assim que terminam em casamento, parece que se extinguem em menos de um mês.

No fundo acho que todos temos medo. Temos muito medo de falhar. E porque uma relação nunca depende só de nós mesmos, a possibilidade de falhar é 50%. É a falta de control que muita gente precisa para se sentir segura (e eu não sou excepção). Será por isso que numa relação há sempre uma pessoa que veste as calças e outra o vestido? Se sim, eu sou certamente quem veste as calças em 85% das vezes.

E vocês, o que acham? Como é que sabemos que aquela pessoa é a ideal? Como é que eliminamos as dúvidas e assumimos que o parceiro que nós temos e escolhemos é a pessoa certa para passar  juntos o resto da vida? Como é que sabemos?

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