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E o céu azul brilhará...

Diário de uma académica portuguesa em Londres

E o céu azul brilhará...

Diário de uma académica portuguesa em Londres

31
Out08

Trick or Treat!

Little Miss Sunshine

 

 

Hoje é Halloween - e lá tive eu à porta 'n' miúdos à procura dos docinhos e miminhos de chocolate desde as 5 da tarde. Eu e os meus housemates comprámos doces e enfeitámos a porta com esqueletos e banners a desejar um feliz Halloween.

 

Hoje também disse à minha chefe tudo aquilo que me estáva atravessado na garganta e ela reagiu bastante bem. Ficou satisfeita que eu tivesse falado com ela primeiro (mesmo que tenha sido por e-mail) e na segunda-feira vamos tomar um café para falar mais decentemente porque por e-mails não é apropriado ter este tipo de conversas...

 

E é assim... Hoje estou mesmo super cansadinha e já estou na cama. Estou com uma dor no fundo das costas que só me apetece estar esticada... E estamos práticamente com o Natal à porta... Um mês e meio...

30
Out08

Feliz Diwali...

Little Miss Sunshine

Ainda vou a tempo de desejar a todos vocês um bom Diwali.

 

 

 

 As coisas no meu trabalho continuam na mesma, com a minha chefona a ser demasiado exigente ao ponto de me fazer sentir o ser mais estúpido da espécie humana. O que me irrita é a maneira que ela  tem de me fazer sentir imperfeita e incapaz, mesmo quando eu demonstro iniciativa para fazer coisas que ela não me pediu mas que eu acho ser necessárias para um melhor funcionamento da Unit.

 

Hoje fiquei em casa. Doente. Com febre. Provavelmente porque não gosto de me sentir incapaz e cada vez que entro por aquela porta dentro, sei que vai ser mais um dia de chatice e incompreensão. Comecei a mandar mais CVs para qualquer coisa em Marketing... A mais recente da minha chefa foi eu ter mandado um e-mail ao meu colega hoje de manhã, porque eu estava doente e não estáva lá para coordenar o trabalho dos graduados, e ela ter ignorado puro e simplesmente aquilo que eu disse, repetindo tudo ao meu colega...

 

Começo a sentir-me discriminada. Eu sou tudo menos parvinha e se cheguei onde cheguei, vos garanto que não foi por andar a lamber as botinhas de ninguém. Em todos os lugares onde trabalhei os meus patrões sempre prezaram o meu trabalho, o meu espírioto de liderança e a minha iniciativa... Na Unit sinto que sou uma incapaz, e mais, sinto que estou a desaprender tudo aquilo que já experimentei e vivi profissionalmente - provavelmente mais do que ela...

 

A sério, ando com uma depressão do caraças. O que me deixa feliz é saber que daqui a um mês ela vai ter um bébé e por isso vai estar ausente durante algum tempo... Espero que até lá eu consiga aterrar na vaga de prof...

 

Que raiva. Ando com uma raiva de cão à minha situação laboral.

GGGRRRRRR!

28
Out08

Não posso mais lutar assim!

Little Miss Sunshine

Parece que na minha vida eu tenho de lutar para ter um lugarzinho ao sol, mesmo que pequenino! O meu colega que trabalha aqui comigo e eu estamos numa luta desenfreada para conseguirmos a vaga de professor de Marketing que abriu recentemente, só que ele tem os contactos todos (menos a experiência) e eu tenho a experiência toda (menos os contactos)...

 

Como as coisas aqui funcionam mais ou menos por cunhas, eu estou a ver a minha vida a andar para trás. Eu nunca fui muito de 'network around', e por isso quase passei despercebida no meu mestrado (não fossem as minhas notas serem tão boas, ninguém saberia o meu nome até hoje!)...

 

Os meus profs antigos ou me snobam ou me ignoram, nenhum realmente me conhece e o único que realmente me conhecia vôou de volta ao Brasil... E pronto, como não me acho capaz de me bater pela posição, acho que a vou perder e nem sequer fomos chamados tão pouco... E ainda há a vaga de 'lead researcher' para preencher, mas cujo ordenado não é tão bom (apesar de já não ser mau)...

 

Começo a ficar desiludida de estar aqui a trabalhar até porque a noção que eu tenho é que só faço porcaria, que nada me corre de feição e que qualquer passo que eu dê para levar a minha carreira mais além parece que é tão custoso, como se eu tivesse correntes com bolas de chumbo  atadas à volta dos meus pés.

 

Estou farta de ter de batalhar por tudo porra. Nem uma casa minha tenho, nem carro, e a minha situação profissional não me anda a deixar satisfeita por nada... É uma merda isto!

 

No fim do mês de Novembro tenho uma gala com jantar em Londres (pelo trabalho) em que tenho de levar um vestido de noite... É só gastar dinheiro... E não vejo nada a entrar... Um pouco de reconhecimento já me deixaria satisfeita... Passo horas enfiada aqui no escritório, sem almoço decente, sem nada... Já engordei não sei quantos KG, só me apetece chorar, porque o meu gajo não entende nada destas competições - é um inexperiente...- e ninguém mesmo compreende o stress a que eu estou sujeita só por querer ter uma carreira digna...

 

Estou tão em baixo que só me apetece ir para casa, aterrar na minha cama e chorar horas a fio. A vida não é justa! Parece tão fácil para uns, porque raio tenho eu de lutar para ter TUDO!??

 

Só quero voltar para Portugal. Começo a pensar que ficar aqui mais um minuto é um erro.

Alguém precisa de uma Gestora de Marketing (Online/Web) por aí (terras lusas)???

 

24
Out08

O meu emprego...

Little Miss Sunshine

A qualquer altura, espero que a universidade publique o raio da vaga para Lead researcher, para que eu possa finalmente candidatar-me ao raio do posto. Ando a trabalhar como L.R. mas estou a ser paga o mesmo que os meus colegas mestrados que trabalham na consultadoria há duas semanas!

 

A minha responsabilidade aumentou, a meu trabalho aumentou e o meu ordenado... nem por isso. Não é muito justo... Portanto, assim que me entregarem o raio do contrato para me tornarem permanente até digo que é mentira!!! Depois do contracto posso finalmente começar a planear a minha família!

 

Humpf... Parece que as coisas nesta vida demoram demasiado tempo a amadurecer!

17
Out08

A minha Universidade! O meu local de trabalho!

Little Miss Sunshine

Experience is the key to employability

 

 

By Chris Green
Thursday, 19 June 2008

 

Students eager to gain a postgraduate qualification in business in the UK are, for the moment at least, spoilt for choice. Whether you’re after a Masters degree in marketing or a postgraduate diploma in e-commerce, the sheer number of universities offering these types of courses means that finding the right one should be relatively easy.

 

 

In fact, with new degrees springing up every year, your biggest problem might be deciding which of them is most likely to give you the extra career boost you need. One thing you’d be silly to ignore when choosing a course is the amount of interaction its students have with real businesses. It has become increasingly common for postgraduate qualifications to include a practical element, designed to give their students a taste of the real world.

 

Some universities have given their business courses the desired interactive twist by offering elective work placement modules, in which participants carry out some work for a company and are assessed based on their results. After an initial discussion with their clients, the students must produce a report which they then hand over by means of a formal presentation. “Right from the outset we wanted to give the course a really good practical base, so the students would have the opportunity to practise the high-order techniques they need to succeed in business,” says Paul Gaffney, director of the MSc in business and enterprise at Oxford Brookes University. “One of the main thrusts of all of our Masters programmes has got to be employability: giving them something tangible to put on their CVs and enhancing their chances of getting a job. So far, it’s been very fruitful for them.”

 

Universities and businesses can find themselves working together through a Knowledge Transfer Partnership (KTP), a Government-funded initiative whereby the two run a mutually beneficial project within a company. The university is approached by a company looking to make a major strategic change but lacking the funds to employ a top consultant. The university then recruits an “associate”, who might be a former student, to carry out the project under academic supervision. All three parties gain something from the work, most notably the associate, who will have overseen a major piece of research and made themselves highly employable into the bargain.

 

“It’s great because it ticks all the boxes,” says Elspeth McFarlane, head of consultancy and corporate learning at Oxford Brookes, which has been involved with a number of highly successful KTPs. “It gives universities the opportunity to deal with a company directly, and sometimes even publish something based on the research which has been done.”

 

The University of Hertfordshire’s business school is a good example of an institution intent on modernising its teaching by including practical learning on top of theory. The school already invites guest speakers from the business world to visit and engage with its students, and a few of the brightest participants are occasionally invited to work at the university’s Graduate Consulting Unit after completing their degrees. But there are also plans to set up a permanent link with a company for all students to use as a real-time case study.

 

Diane Proudlove, programme tutor of the school’s MSc in strategic marketing, says that she doesn’t want her students to forsake their textbooks entirely. But, she admits, it’s impossible to overstress the importance of having real-world experience when it comes to modern business. “It sounds like I’m telling the students that there’s no point in learning theory, which is a difficult thing for an academic to say,” she says. “But sometimes it’s hard for people whose only experience of marketing has been through an undergraduate course to come up with fresh ideas. They need to look at the problems encountered by real businesses to discover that there’s not always a right and a wrong answer. So I think the future for these courses lies in more practical learning.”

 

Case study

Rikke Duus, 25, graduated with an MSc in strategic marketing from the University of Hertfordshire’s business school in 2006.

 

I worked at the graduate consulting unit on a part-time basis for the first three months, and went full-time after I finished writing up my dissertation. I did a wide variety of things, from small-scale research tasks to larger communication projects. I’d go out with another employee to visit the client, find out what they wanted from us, and then write up a proposal. Based on my experience I was then able to get a job at a project management company in London.

 

It’s a really good bridge between education and having a proper job in industry, because you still have the assistance of the university’s academic staff. It’s a very safe environment where you’re allowed to make mistakes, so you can practise before you go out into the new world. You’re mentored by experienced members of staff who can keep you on the right track, but you also have the flexibility to be creative and think of ideas on your own.

 

In 'The Independent', 2008

15
Out08

Tired...

Little Miss Sunshine

... o trabalho na consultadoria anda a rebentar pelas costuras - demasiados projectos com prazos de entrega entre esta semana e a próxima... Quando chego a casa nem tempo tenho para vir ao blog, só me apetece dormir. De qualquer maneira não há grandes novidades. Está tudo bem, e há grandes possibilidades de eu aterrar num contrato de 12 meses lá na Universidade antes do final de Novembro.

 

Hoje vou trabalhar mais tarde porque não me estou a sentir nada bem. As minhas alergias atingiram um novo pico ontem à noite, e eu dormi mal e porcamente. Estava um calor desgraçado, acordei as 2 da manhã e tive de abrir as janelas todas, porque sentia o quarto tão abafado que mal podia respirar (o nariz entupido também não ajudou nada).

 

E vai-se vivendo, um dia de cada vez.

 

 

08
Out08

Desaparecida em combate!

Little Miss Sunshine

Ok, a razão porque eu ando tão desaparecida tem a ver com o meu trabalho, que está numa fase de grande 'demand'. Por isso mesmo, depois de passar 8-9 horas em frente a um computador durante o dia, é raro querer sentar-me frente ao computador quando chego a casa!

 

Por aqui as coisas andam calmamente. Eu e o Sid fizemos as pazes, depois de eu ter começado a perceber que talvez o rapaz nem tem tanta culpa no cartório como tudo - eu é que tenho um mau feitio do caraças e volta e meia só me apetece dizer mal de tudo o que me irrita.

 

Continuo a ser seguida pela psicóloga, porque não sou de ferro e tenho de admitir que já precisava de ajuda profissional há algum tempo. Não tenho ninguém aqui com quem possa falar abertamente sobre os meus problemas - nem quero massacrar as pessoas com eles, principalmente porque também sei que cada um tem os seus problemas para resolver.

 

Assim sendo, vou às minhas sessões periódicas para tentar entender porque é que ando tão cheia de raiva dentro de mim e minorar esse problema. Bem, vai começar o 'the family' um documentário sobre as famílias. Tenho de ir. Mas não se preocupem. Tudo sobre rodas.

03
Out08

A mim...

Little Miss Sunshine

Hoje fui à psicóloga. Queria desabafar, tentar entender porque é que me deixo maltratar tanto, tantas vezes, porque é que a raiva dentro de mim dispara a 200 km à hora, porque é que para mim nenhum homem será nunca perfeito ou suficiente para me fazer feliz.

 

Não sei porque é que não me valorizo ou porque é que acho que os outros são sempre muito melhores que eu, mesmo que não sejam. A minha percepção das coisas vem de um passado distante que eu não quero perdoar, não sei bem porquê. Coisas que foram ditas e pessoas que não estiveram tão presentes e que por isso não me providenciaram aquilo que eu esperava, ou aquilo que eu precisava.

 

A falta de atenção e a falta de carinho que eu vi acontecer, e que transporto para todas as figuras masculinas da minha vida, tem a ver com uma falta de amor próprio que eu cultivei a partir de fragmentos do passado. Sempre achei que era normal ser pouco importante, ser indesejada, ou mesmo ser acusada dos fracassos de quem deveria limpar as minhas lágrimas e abraçar-me. Chorei.

 

Tenho medo. Não confio. Não acredito. Defendo-me. Escondo-me. Não peço desculpa nem peço perdão. Não acho que a culpa seja inteiramente minha. Penso que as minhas relações se revêm muito no exemplo que eu tinha em casa, o qual não quero para mim. Quero independência, e ao mesmo tempo quero poder depender de alguém.

 

A falta de confiança e o querer fazer tudo pelos outros porque não acredito que alguém alguma vez supere as minhas expectativas, tem a ver com uma necessidade ainda maior de ter alguém que cuide de mim, que me trate bem e que não me minta ou não me faça crer no impossível. Alguém que não me enxote ou me mande calar, alguém que não me trate como se eu fosse um cão, indefeso, dependente, preso num canil de solidão e angústia, incompreensão e tristeza.

 

Não sou um cão, sou uma pessoa. Uma pessoa que deveria ser feliz, e que deveria ter relacionamentos saudáveis com as outras pessoas. Mas a capa com que me tapo previne que me magoe, e empurra-me para um mundo de solidão, pois por mais que eu queira, as cicatrizes estão lá e ainda sangram.

 

Eu sou daquelas pessoas que se estiver a passar fome, ninguém sabe, porque eu tenho medo de enfrentar quem quer que seja e admitir um fracasso, mesmo que seja um fracasso pequeno. Isto aplica-se especialmente se tiver de recorrer ao paterno, porque acredito que a minha falta de auto estima vem da necessidade que eu tenho de ser aceite por ele, sem ser criticada ou dar azo a crítica.

 

Estou magoada. Estou triste. Porque por mais que escave em busca de uma resposta para toda a minha raiva, e por mais que tente encontrar alguém que me entenda sem me esfaquear pelas costas, enquanto não sarar o passado e entender que as pessoas são todas diferentes, e os erros das pessoas estão no passado, nunca poderei andar para a frente. E como é que eu posso andar para a frente se tenho medo de olhar nos olhos dessa pessoa e dizer:

 

Sou uma pessoa única, sem medos, batalhadora. E tu?

 

Chega de me deitarem abaixo. Chega. A partir de hoje só faço aquilo que me faz feliz.

Nova sessão na psicóloga na próxima sexta-feira.

 

 

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