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E o céu azul brilhará...

Diário de uma académica portuguesa em Londres

E o céu azul brilhará...

Diário de uma académica portuguesa em Londres

06
Jul12

Trabalhar e gerir uma famìlia

Little Miss Sunshine
Este tem sido o Verão mais complicado de sempre para mim. Ando dividida entre desafios profissionais, gestão doméstica, ser mãe e ainda manter uma vida social mínima para bem da minha sanidade mental. Ninguém me disse o quão complicado era criar uma filha num país estrangeiro, onde os custos dos infantários são extremamente altos, onde tanto eu como o meu marido temos de nos revezar para tomar conta da nossa pequenina, e onde eu me sinto literalmente sacrificada dia sim, dia sim. Neste Verão então, eu tenho ficado em casa, raramente vejo o meu marido, e ando deprimida porque não consigo fazer o que quero como quero, a minha liberdade foi-me arrancada, sinto-me impotente.

Ser mãe é fantástico e eu não troco isso por nada. Adoro estar com a minha pequena. Mas mato-me a trabalhar todos os dias e todos os dias vou para a cama exausta e sem paciência para mais nada. Sim, estou em casa a maior parte do tempo...tenho sorte, blah blah blah... mas não estou de braços cruzados a ver televisão o dia todo!! E quando tenho reunioes na universidade, tenho de pedir favores as minhas amigas porque nao tenho familia aqui para me ajudar, e a que tenho está super longe... E quando nao me podem ajudar, tenho de cancelar as coisas, o que me revolta por dentro de uma maneira que não consigo explicar!!! Tenho sempre de encaixar as tarefas domesticas com as tarefas profissionais, e muitas vezes a filhota nao deixa fazer nem uma coisa nem outra. E quando deixa, acreditem-me quando digo que às vezes é impossível fazer as duas coisas com alguma eficácia. Há sempre algo que fica por fazer e começo a chegar a um ponto de frustração tal que me irrito por tudo e por nada, porque até o meu profissionalismo está a ser posto em risco - e isso eu não admito que aconteça... Já muita gente me passou à frente na universidade e eu tenho de me esforçar o dobro para poder acompanhar os outros e conquistar algum do terreno perdido enquanto estive de licença de maternidade. Isso significa que não vou ter férias este ano. Não vou ter praia sol, nem calor (a não ser que o S. Pedro decida fazer das suas, o que eu duvido).

Com a filhota a entrar no infantário a partir de Setembro, e com as prestações do carro para pagar, entre outras coisas, o melhor é poupar. As coisas aqui não estão más mas também não estão famosas. E sinto-me muito, muito sozinha no meio disto tudo. Como se sobrasse sempre tudo para mim, porque o meu marido não tem que gerir estas coisas, ele sai de manha, vem à noite, e quando chega tem o comer pronto na mesa. Come, e dorme, e o dia passou-se... e eu continuo sozinha na minha lida, incansável, porque toda a gente espera que eu -sendo mãe- tenho de me desenrascar sozinha... E a verdade é que tenho mesmo, porque até quando ele ficava em casa, eu tinha de deixar tudo escrito com a rotina dela, e a comida pronta e essas coisas todas. Que raiva. Não é justo, eu não mereço isto, ganho bem se trabalhar bem e ele quer-me em casa. E se reclamo ainda me diz: 'ah, não começa' e eu só me apetece bater-lhe! Meninas, nunca se casem com um homem das cavernas, certifiquem-se que ele vos respeita como pessoa independente e trabalhadora, e que vos veja como uma pessoa igual, que lá porque nós parimos e damos de mamar não quer dizer que a responsabilidade deles é limitada... Se eu soubesse o que sei hoje!!!

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