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E o céu azul brilhará...

Diário de uma académica portuguesa em Londres

E o céu azul brilhará...

Diário de uma académica portuguesa em Londres

20
Mar16

Primeiro dia de Primavera...

Little Miss Sunshine

IMG_1178.JPG

 

Hoje é Domingo, e as meninas estão com o pai delas. Eu podia ter ido ao cinema. Podia ter ido sair com amigas. Visitar família. Ir a um Spa (ahah!)... Mas não... Estou aqui a colocar o meu trabalho em dia. A fazer horas extraordinárias para ganhar mais uns tostões e poder disponibilizar mais umas horinhas fora do trabalho durante a semana que vem, para me poder preparar para a Páscoa, e para a festinha de aniversário da minha mais velha. Esta semana que vai começar amanhã vai ser muito corrida. Aulas e reuniões na segunda-feira, reuniões de pais na escola da V. na terça, uma visita de estudo com ela na quarta (para a qual eu me dei como voluntária para ajudar as professoras). Família a chegar na Quarta-feira, mais reuniões e trabalho na quinta...  Na sexta o meu sobrinho afilhado faz 4 aninhos também e é feriado por aqui (sexta-feira santa). Chega de Portugal uma amiga minha de infância na sexta, depois festa de aniversário no sábado, e Domingo é dia de Páscoa. Segunda é feriado, e terça volta tudo à rotina - escola... quarta, volto ao trabalho, com vacinas da varicela para as miudas logo de manhã... para que o regresso ao trabalho não seja muito monótono!!... e assim se passa mais de uma semana. Não admira que eu não dê pelo tempo a passar. Entre as rotinas das miúdas, o meu trabalho, e estas coisas todas a acontecer ao mesmo tempo, esta semana vai passar a fugir... E hoje é já Primavera.

18
Mar16

Uma semana de festa...

Little Miss Sunshine

IMG_0835.JPGEsta semana a minha mais velha completou 5 anos. Meia década da minha vida que passou tão rápido, entre risos e lágrimas, corações cheios e vazios, muitos desafios pessoais, profissionais... e a minha menina cresce, feliz, ligeira, e fugaz. Não consigo conter a minha emoção ao olhar para trás e ver como o tempo passou. Que a minha bebé agora está quase uma menina, com ideias e argumentos, meiga e doce, com um sorriso contagiante. A minha princesinha que pouco fala português, amiga da mãe e da mana, sempre disposta a ajudar os outros...

Esta é a semana dela, e a minha também. Desde que fui mãe aprendi o verdadeiro significado de amor sincero, e ela fez-me olhar para a vida de forma diferente. Por ela modifiquei as minhas prioridades, releguei a profissão para segundo plano, sacrifiquei a minha liberdade para lhe poder dar assistência e apoio enquanto cresce, porque estes tempos são únicos e a minha presença na vida dela nesta altura é essencial. A segurança emocional dela, e a maturidade é sem dúvida resultado da minha presença constante e dos meus sacrifícios diários. Nada mudou porque eu continuo lá, apesar de hoje dar um maior destaque à minha vida profissional. E eu continuarei a lutar para que não lhe falte amor, presença, carinho, amizade - ela e a irmã são as minhas melhores amigas, e a única razão do meu sorriso e da minha força. Valem todos os sacrifícios, porque elas para mim estão e estarão sempre em primeiro lugar na minha vida. A nossa família pode não ter uma presença masculina, mas nem por isso deixa de ser perfeita, completa e feliz. Vivemos nos nossos termos, temos as nossas rotinas, e o resto flui naturalmente, sem stress.

03
Mar16

Uma casa, um lugar... Tudo lar...

Little Miss Sunshine

Muitas vezes sou questionada sobre o porquê de insistir tanto em querer estabilidade na minha vida. Bem, é muito simples... Passei os últimos 10-12 anos da minha vida a mudar de casa de poucos em poucos anos. Se as mudanças na nossa vida são boas de vez em quando, sentir que não pertenço a lado algum é frustrante no mínimo. Por isso, a minha resposta é simples: quem gosta de andar feito salta-pocinhas de um lado para o outro, ainda para mais com crianças atrás? Eu não. Não gosto do stress de ter de mudar de casa, vizinhos, bairro. Quando me habituo ao local onde moro, há sempre algo que me empurra para outro lugar, e as despesas de mudar de casa neste país não são baratas. São as referências, as taxas dos agentes imobiliários, o depósito, o tempo que se perde entre essas burocracias, e depois são as mudanças. Uma carrinha não chega para tanta tralha que se vai acumulando nesta vida. E com crianças ainda pior, são roupas, brinquedos, mobílias, animais... e um mundo cheio de coisas que valem tanto para nós! Mesmo depois de passar a pente fino o que vai e o que fica, parece sempre ficar tanto ainda, e depois vem a adaptação à nova comunidade em que nos inserimos. Escolas novas, rotinas novas, vizinhos novos...

Para piorar, não há casas baratas onde eu moro. Nesta altura a minha casa leva-me o meu ordenado quase todo. Não estou a mentir, um apartamento de dois quartos minusculos pode chegar ás £1,000. E isso revolta-me, porque estou a gastar todos os meses o meu ordenado numa casa que não é a minha e onde posso fazer zero melhoramentos. Até para pendurar quadros na parede eu tenho de pedir autorização. Não está certo. Por isso tudo eu acho que está na hora de me sacrificar um bocadinho e tentar organisar um plano de poupança que me permita comprar uma casa para mim e para as minhas filhas. Não vai ser fácil. Eu sei que vou ter de me organisar muito bem, talvez deixar de beber o meu starbucks matinal, começar a andar mais ainda a pé, e fazer compras mensais no Adi ou no Lidl.

Tenho de abrir uma conta bonificada habitação no banco, uma conta que me permita realmente poupar com uma boa taxa de rendimento, e começar todos os meses a meter lá para dentro um valor razoável para que no final do ano o meu capital aumente de forma significativa. Quero uma casa e um lar seguro para as minhas filhas, para que elas sintam a segurança que eu senti enquanto crescia. Antes de emigrar, vivi a minha vida toda no mesmo sítio. Não tive de fazer novas amizades, tive e ainda tenho contacto com as minhas amigas de sempre. Não tive de mudar de escolas a meio, só mudei de escola no tempo que tinha de mudar. No fundo, vivi sempre como um peixinho no aquário, protegido e seguro. Senti que pertencia a algum lado sempre, e a minha identidade era uma extensão daquela comunidade onde eu aprendi as minhas primeiras lições de vida, onde tive os meus primeiros desgostos de amor, e onde aprendi a defender-me das pessoas menos simpáticas.

A segurança de um lar não está completa se não houver estabilidade. Viver um dia atrás do outro não é uma boa filosofia de vida para quem está a criar duas crianças. Eu preciso de uma base de betão para poder sentir que estou a dar ás minhas filhas aquilo que eu tive de melhor. Diz o ditado, 'it takes a village to raise a child'. Eu digo, 'it takes a home to call my own to raise two'.

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