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E o céu azul brilhará...

Diário de uma académica portuguesa em Londres

E o céu azul brilhará...

Diário de uma académica portuguesa em Londres

25
Jul10

Obrigada...

Little Miss Sunshine

Obrigada pelo vosso apoio incondicional. Há algo por detrás do meu post anterior que quando eu puser a descoberto lá para finais de Agosto vocês vão entender o porquê de toda a minha frustração, raiva e tristeza. Para já não posso dizer o que se passa a 100%, mas para bom entendedor, meia palávra basta. As coisas aqui em Inglaterra são boas, mas há duas coisas que me estão a fazer repensar no meu futuro aqui, principalmente agora.

 

  1. O preço das casas: um apartamento com 2 quartos pode chegar às £1,000 - e as contas não estão sequer incluídas. Mais, arrendar uma casa quando se tem um cão e um gato torna a procura quase impossível. Comprar casas aqui também não dá, porque os preços estão bem além das nossas poupanças... Resta-nos viver num estúdio para já, algo que é limitativo e apertado para a nossa realidade.
  2. Saudades de casa: a falta de apoio famíliar imediato faz com que eu tenha de lidar com tudo sózinha. Por mais que a minha família esteja lá para mim, não é a mesma coisa falar através do messenger e falar frente a frente. Mais, não posso ir  a casa dos meus pais cada vez que me sinto perdida ou desorientada, ou mesmo quando preciso de um tempo de tudo. A distância torna tudo muito mais complicado e o marido não entende muito disso porque nesta altura tem cá a família dele quase toda, e eu não tenho ninguém da minha família por aqui.

Adoro o meu emprego, e essa é provavelmente uma das razões porque eu ainda ando por aqui. O meu ordenado é confortável. Em Portugal não teria talvez uma posição profissional tão enriquecedora, que me preenchesse tanto, e que me pagasse um bom ordenado. No entanto,  e desde que casei, o que recebo vai quase tudo para as despesas da casa e sobra muito pouco para colocar nas poupanças todos os meses. Agora então, as poupanças vão ser mais importantes do que nunca... E eu não quero perder a minha independência económica ou o meu nível de vida só porque me encontro na situação em que me encontro.

 

Cada vez mais me apetece regressar a Portugal, não pelo futuro que me aguarda lá (e que provavelmente é menos risonho do que aqui), mas pelo apoio que sei que vou ter se me mudar para lá definitivamente. Quer eu queira, quer não, a falta de calor, de sol, de praia e acima de tudo, a falta da família tornam-se factores de peso muito importantes, especialmente na etapa de vida onde eu me encontro...

21
Jun10

Preciso de uma mudança... ou talvez só de férias.

Little Miss Sunshine

Já estamos no fim de Junho, e com o fim das aulas - e apesar de ter tido umas semanas um pouco corridas - nesta altura as coisas estão mais calmas. Passo muito mais tempo em casa, já que só me pagam à hora e muito do trabalho pode ser feito pelo computador. Não vale a pena ir até ao escritório porque acabo a fazer muito menos indo lá do que ficando em casa frente ao computador. Neste tempo que tenho estado em casa tenho pensado bastante na minha vida, no futuro, fazendo o balanço de mais um ano que passou. Por esta altura o ano passado eu estáva a mudar-me para o meu apartamento, solteira, ainda atrabalhar como consultora, e sem ideia do que me reservava o futuro.

 

Hoje, um ano depois, estou casada, a morar no mesmo apartamento mas com o meu marido, e a trabalhar como professora -algo que eu sempre quis fazer. Só que não me sinto totalmente bem. Não sei se é a falta de Portugal e do Verão português, ou se é mesmo a minha inactividade presente quando comparada com o stress do ano lectivo... Na verdade acho que são anos a mais de Hatfield, e uma vontade de mudar de ares para uma zona diferente. Não necessariamente mudar de país, mas desde que tenho começado a ir a Londres mais frequentemente, que tenho uma vontade grande de me mudar para mais perto de lá...

 

E agora entendo a razão da minha amiga Sara em querer mudar mais perto de Londres - apesar de gastar tempo a conduzir para o trabalho e voltar, ela está perto de tudo. Londres tem teatros, saídas à noite, coisas para fazer durante o dia e durante a noite. Aqui em Hatfield eu vou para a cama às 22h30, e fico com os olhos pregados no tecto à espera do sono, enquanto o marido já ressona ao meu lado, e  eu vou-me lembrando daqueles tempos em que saír à noite para mim era um ritual quase certo, após a janta, para o café da praxe com os amigos.

 

Pergunto-me muitas vezes se isso é sinal dos tempos... será que estou a envelhecer, e que por isso saír à noite deixou de ser tão necessário?...  Eu que sempre achei que estar entre amigos era importante, mesmo que às vezes isso me deixe meio desconfortável, porque por vezes a minha capacidade de socializar com os outros é estupidamente diminuida quando me encontro com falta de auto-estima;

 

Ou será que isso é sinal de que vivo numa terriola à beira de Londres plantada, e por isso pouco ou nada há para se fazer aqui (tirando ir para o pub, comentar os últimos resultados do futebol com uma cerveja ou cidra na mão - e isso eu recuso-me a fazer...). E depois é o trabalho, que está incerto. O meu contrato é limitado e a minha preocupação também se centra no facto de não ter qualquer vínculo permanente com a universidade, e estar sujeita a um 'bye bye' a qualquer altura... Mas até que ponto me devo eu sujeitar a lamber botas  e deixar de ter vida pessoal só para conseguir um lugar ao sol...? Acho que mereço um pouco mais que isso...

 

E como posso pensar sequer em comprar um carro ou construír família se não tenho uma estabilidade profissional? Será que vale a pena isto tudo? Num país que se prepara para apertar o cinto para tentar gerir o grande deficit, a libra já não está tão forte e eu sinto saudades do sol e do calor... Talvez só precise de férias, mas acho que preciso de uma mudança maior e mais permanente...

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