Quase não respiro. Ando a saltitar entre trabalhos (profissionais e académicos), e o stress começa a acumular. Estive a elaborar o plano de acção para este semestre e quase que fazia um Diagrama de Gantt... São oito trabalhos, incluindo já os trabalhos de grupo e as apresentações, os 'In-class tests' e os relatórios financeiros, de pesquisa, etc, etc, etc...
Amanhã começo cedo com as aulas e acabo no trabalho ao fim do dia, porque me telefonaram hoje às nove da noite a perguntar se eu me importava de fazer um turno amanhã...! Oh meus amigos, eu a queixar-me que não me dão horas, ía agora lá rejeitar este turno! Não sou maluca! Tenho de pagar a renda, não é?
O mais que tudo anda numa de estudo compulsivo e agora raramente o vejo também. Quando não está a trabalhar até às tantas da noite, está encafoado no quarto dele a ler e a fazer exercícios. Ele está a adorar o mestrado... Eu gostava de ter metade da motivação que ele tem para fazer o meu.
Enfim, não devia de ser tão mázinha... A verdade é que me está a custar a entrar um pouco no campo de estudo do meu Mestrado, pronto - é só isso! Até porque durante a minha licenciatura tive a oportunidade de falar de tudo o que eles estão agora a regurgitar nas aulas, e portanto, se algumas coisas me soam totalmente a novo, outras nem tanto e já tive oportunidade de fazer um brilharete na aula de Pesquisas para Praticantes de Marketing (Research for Marketing Practitioners).
No geral até estou a gostar, mas não quero admitir, porque se as coisas correrem para o torto, pelo menos o coração não sofre tanto que já vai preparado. Eu sei, teoria do pessimismo acelerado - sou eu, euzinha da silva, e esta filosofia pode dar cabelo branco e criar ruguinha na testa, mas pelo menos não alimenta ilusões exarcebadas e faz com que eu ande rasteirinha ao chão (em vez de andar nas nuvens, algo que por acaso me acontece volta e meia).
Bom, chega de disparates. Vou dormir que se faz tarde e amanhã tenho (mais) um dia cheio.
P.S. É verdade! Hoje fui fazer aqueles trabalhos do 'Mistery Shopper'! Foi super engraçado! andei a debitar informação para o meu telemóvel em português e às páginas tantas, quando fui a escrever os relatórios, não percebia patavina do que tinha gravado! Segunda-feira tenho outro trabalho, que pode demorar até uma hora, mas pagam £10! Ah rico dinheirinho...
... que não foi dia de descanso nenhum, aqui entre nós. Amanhã começa mais uma semana de trabalho, aulas e muito stress - poque eu, para variar, tenho milhentas coisas para fazer em curto espaço de tempo.
Enfim... contas para pagar, trabalhos da uni (e emprego) para fazer (e ordenados para receber...), isto anda caótico, meus amigos - ai se anda. Eu tenho uma apresentação para daqui a duas semanas e não faço a mínima ideia do que se passa na cadeira, porque apesar de lá pôr os pés não pesco nada daquilo.
Isto de Marketing é uma àrea vasta e completamente nova para mim, por isso ando muito a medo e com as inseguranças do costume. Ando tão stressada que só para não pegar nos livros vou para a cozinha e ponho-me a fazer grandes comidas e sobremesas estrambólicas, mas sempre dentro do nosso reduzido orçamento.
A coisa está preta para o lado do trabalho - pois é... Teimam em me dar só dois sias por semana, um dos quais é só 4 horas de trabalho. No fim do mês vou-me assustar pela negativa. Entretanto amanhã lá vou eu para Stevenage outra vez e na terça feira tenho DUAS (sim, mais uma) visitas mistério nos supermercados aqui da localidade maravilhosa de Hatfield e arredores.
E faltam 15 dias para a minha amiga ter o bebé dela. Mal posso esperar, porque eu já fui informada de que serei a baby-sitter a tempo quase inteiro durante os primeiros meses (pelo menos) porque na tradição Hindu, a mãe deve ficar na cama durante 2 meses e não deve fazer mais nada senão dar de mamar ao bebé - e isso inclui não mudar fraldas, etc, etc...
Eu esfrego as mãos de contentamento porque para mim isto vai ser uma espécie de - digamos - ensaio. Não estou a planear ficar grávida nos próximos 2 anos, mas se a sorte vira para os meus lados e os do meu moço, nunca se sabe. Para mim isto é também um ensaio à minha capacidade de adaptação a novas circunstâncias.
E amanhã depois das aulas, tenho beberete com o pessoal da turma. Claro que não vou beber nada a não ser talvez uma diet coke ou uma àgua, mas vai valer a pena pelo convite que me fizeram. As coisas talvez estejam a mudar para os meus lados no aspecto social da coisa.
Infelizmente não sou tão social como a minha mana e sempre me tive de apoiar nos amigos dela mais se quisesse saír à noite e tal - isto apesar de ter amigos bons e de longa data. No final é tudo amigos e o resto é conversa, não é? Bem é tarde como tudo. Vou ver se durmo um pouco porque estive 3 horas enfiada na cozinha a tentar fazer um doce e a coisa não resultou lá muito bem - apesar de estar bom, a consistência está longe do desejável...
Mas foi a primeira tentativa... Bem, meninos e meninas, vou dormir. Beijocas.
Tenho a minha primeira 'missão' já na próxima Terça-Feira. É uma missão complicada, exige muito pormenor e atenção. Vai ser uma espécie de fiscalização. Enquanto me preparo para a minha missão, vou também estudando pelo meio. Aliás, tenho montes de tempo para estudar porque no meu emprego só me deram dois dias de trabalho esta semana, e para a semana vai ser a mesma história.
Vale-me o outro emprego em Stevenage. Pode-se dizer que nesta altura estou a trabalhar em três empregos diferentes, um dos quais é na minha àrea de estudo. Ontem também fui informada de que não poderei fazer no semestre B a opção que escolhi (relações públicas). A razão tem a ver com o facto de este Mestrado ter pouca gente (normalmente seriamos 100 alunos, somos apenas 29).
Assim sendo, vou fazer publicidade ao invés de Relações Públicas. Graças a Deus não mexeram na outra opção (eu tinha 2 opções para escolher). E já recebi os meus livros em casa. Um deles pesa 5 Kg e tem a grossura de um livro de culinária da Pantagruel. Juro que não estou a mentir!
Estou à espera de dois livros que vêm da India. A razão? Os livros aqui custam 20 a 30 libras cada um (se bem que o 'livro de culinária' custou quase 40), e lá custam 5 libras (ou 350 Rupias Indianas). Ora se posso gastar menos de 100 Libras, para que raio vou eu comprar livros mais caros?
Para já tenho de me remediar com o que há na biblioteca e seguir em frente com o que me é pedido na Universidade. Hoje, aliás, a minha aula foi extremamente gratificante. Nas duas horas de aula o alarme de incêndio disparou duas vezes e perdemos 30 minutos de cada hora útils de trabalho. Resultado: metade da aula ficou por dar.
Enfim, esta universidade anda a decepcionar-me. Pelo menos uma coisa boa é que o pessoal no mestrado é todo (à primeira vista) unido, e na segunda-feira vai tudo tomar um copo ao Font Bar (o bar da universidade). Claro que eu vou marcar o ponto, porque estou farta de ser uma isolada da sociedade.
E pronto, está na hora da caminha, o vitinho já deu à muito e amanhã é dia de (7) horas de trabalho. Tenham um bom fim de semana.
Inscrevi-me numa empresa de Marketing para me tornar na sua compradora-mistério. Compradora-mistério (mistery shopper no seu nome original) é uma pessoa que se dirige a vários estabelecimentos comerciais (bancos, supermercados, etc.) para examinar níveis de serviço, atendimento, limpeza e eficiência nos ditos estabelecimentos. 'Mistério', porque ninguém sabe (ou deve de saber) que essa pessoa lá está para fazer isso. É uma espécie de agente secreto de Marketing.
No final das visitas, temos de elaborar um relatório objectivo e ao pormenor para a empresa, que se encarregará de reunir todo o material de outros compradores-mistério e no final apresentará os resultados à empresa que contratou os mesmos. Para mim isto é fantástico, porque está dentro da minha àrea de estudo. Apesar de não ter carro (o que complica um pouco a minha situação), a verdade é que eles pagam £15 por visita e eu estou mesmo a precisar de cashflow aqui para os meus lados.
No meu trabalho esta semana só me deram 2 dias, equivalente a cerca de 10 horas e pouco, e eu estou a ver que se não arranjar algo complementar me vou lixar no fim do mês. Como sabem, o meu cartão de crédito está mais do que esgotado pelas mil e uma despesas com a universidade este mês e o mais que tudo está na mesma situação.
Tenho andado um pouco em baixo com esta situação, sabem como é... Parece que caí num fosso profundo e escuro e para saír de lá vai demorar tempo e vai exigir inteligência e sabedoria. Cheguei à conclusão de que não vou a um cabeleireiro há mais de um ano, não vou a um instituto de beleza desde 2004, altura em que me preparava para vir estudar aqui! Ao espelho tenho dificuldade em me olhar porque me tornei numa pessoa desleixada com o meu aspecto, engordei, estou mais velha e odeio o facto de acordar a pensar que o meu dia vai ser igualzinho ao de ontem e que não há nada de novo para acontecer num futuro imediato.
É como se as portas da minha vida se tivessem fechado para mim enquanto estou neste impasse académico. E apesar de ter todos os motivos para sorrir (afinal, não passo fome, tenho um tecto por cima de mim, cama e roupa lavada, um noivo que me adora), não consigo afastar as nuvens negras que se instalaram por cima da minha cabeça. Começo a questionar o sentido de tudo isto... os problemas, os stresses, o ter de contar o dinheiro cada vez que vou ao supermercado... tudo isto para quê?
Um dia vou eventualmente morrer e nada disto vai comigo, nada destes stresses, ou destas coisas materiais das quais eu me rodeio na vã esperança de encontrar alguma estabilidade e segurança. Não há segurança. Está tudo na nossa cabeça. E levamos a nossa vida numa rotina desgraçada, para quê?
Ando com problemas existênciais outra vez. Mas eu fui mesmo uma existêncialista, sempre. Na minha cabeça, os meus problemas cessarão quando eu escrever um livro e, mais tarde, tiver um filho. A àrvore já plantei. Em casa. Em Portugal.
Vou-vos contar a história do meu sonho hoje. Adormeci bastante tarde, o que se começa já a tornar num hábito meu. Cheia de leituras para fazer, mas sem livros (porque os correios estão em Greve desde Sexta-Feira passada e não há correio ou encomendas para ninguém) tenho de me apoiar nos sistemas virtuais de informação, isto é, a Internet.
Nem sequer posso imprimir os meus maravilhosos apontamentos porque o raio do tinteiro acabou e para comprar um novo tenho de... claro está! Encomendar na net e esperar que venha no correio, que não há... Portanto o melhor é ficar quietinha e ler as cópias electrónicas dos ditos materiais de estudo.
Apavorada pela minha primeira aula a sério de contabilidade para gestão, e pelo número infindável de fórmulas que já aprendi só numa hora e tal de aula e seminário, depois de trabalhar que nem uma moura em Stevenage e dominar as milhentas facturas em mão para despachar, preparar mais de 10 rotis (ou chapattis - pão indiano), e uma panelona de Feijoada vegetariana, arroz com grão e tindoras em molho curry, depois de receber um casal de irmãos, cuja rapariga é das minhas melhores amigas por estas bandas (mas que se vai embora no final de Novembro para a India, porque se vai casar em Janeiro e depois vai morar para a Califórnia), depois de tudo isso... ainda tive de ler e organizar o meu estudo antes de poder descansar no meu soninho de beleza.
Mas nem no meu sono eu tive descanso... Senão vejamos:
Sonhei que tinha chegado à India, à casa do meu noivo - heheheh- eque a disposição da casa dele era igualzinha à disposição da casa do meu pai, onde eu cresci e vivi a minha vida inteira. Na sala estáva a família toda reunida, excepto a mãe dele. Momentos mais tarde, estáva eu sentada num dos sofás 'ensandwishada' entre dois membros da família dele quando chega a mãe dele, mosta uma cara feia, mas depois vem com os pós vermelhos para me abençoar...
Os pós vermelhos entretanto caiem no meu top e vestido da Disney, que eram clarinhos (algo que eu nunca tive, ever!),e ficam lá agarrados. Depois almoçamos todos juntos e falamos acerca de coisas triviais... vou para o quarto atrás do Sid, apavorada, porque ele me tinha deixado sózinha aquele tempo todo, e lembro-me que não tinha tomado os comprimidos para a malária. Olho para a cama e a rede dos mosquitos é pequena demais para a cama. Quero ligar para os meus pais e o Sid faz a ligação mas nunca falamos.
Entretanto ele vai-se embora e eu vou para a varanda do quarto, e a paisagem é a estação dos combóios onde está um amigo meu do liceu chamado Amaro e do qual eu nunca mais soube desde que deixei a Alfredo da Silva ( um dos meus liceus - andei em duas escolas). E pronto, acordo às 10h30 da manhã, cansada e confusa.
Agora digam-me... Que raio quer isto dizer, hã? Se alguém souber interpretar sonhos que me informe se faz favor porque este sonho assustou-me. Bem, vou até ao centro de Hatfield. Tenho de ir mandar dinheiro para a India e ainda tenho de mudar o meu endereço na biblioteca e ir buscar um livro que reservei.
Hoje sonhei com a minha cidade, as suas ruas, os seus edifícios, o cheiro do ar, o pó da terra, a minha casa, o barulho dos meus cães, o cheiro que conheci toda a minha vida...
Tenho saudades de casa, onde os fins de semana eram dedicados aos desenhos animados da manhã, onde o almoço era sempre uma festa, onde a tarde era cheia de brincadeiras entre vizinhos e amigos, onde a vida era simples.
Acordei com uma sensação de vazio no peito, estou longe e apesar de estar relativamente perto, a situação em que me encontro raramente me dá oportunidade de poder ir a casa quando bem me apetece. Às vezes gostava que a condição de estudante aqui estivesse enquadrada em parâmetros diferentes. Ás vezes gostava de, tal como alguns dos meus amigos, poder ir a casa sempre que me apetecesse, ou sempre que tivesse saudades como hoje.
E dizem que o sonho comanda a vida, e o meu sonho desta noite colocou-me num estado de espírito letárgico e beligerante.
Cheguei a aborrecer-me com um dos meus housemates porque ele me pediu para eu tirar a minha roupa do estendal dele, afinal ele queria pôr a roupa dele a secar também. Mal sabia eu que o mais que tudo ontem tinha usado a corda dos rapazes de baixo para pôr a minha roupa.
Ele só queria ajudar, e acabou por criar um conflito, o qual não existiria se eu não estivesse impossível hoje. Domingos para mim é um martírio. Passo a semana toda num corre-corre, que quando chega o dia de parar, descansar e divertir-me, em vez de o fazer ando à 'porrada' com toda a gente. Acabei por deixar os meus ânimos exaltar ao ponto de agora estar fechada no meu quarto, e o mais que tudo no quarto dele, no andar de baixo.
Juro que não fiz por mal, mas tenho saudades de casa, quero ver a minha família, quero sair daqui.
Não percebo nada da matéria do mestrado, estou apavorada de falhar, afinal está muito dinheiro em jogo - além de que eu nunca fui de falhar em muita coisa, mas desta vez meti-me num 31 daqueles em que não sei bem como vou saír. Talvez esteja enganada, talvez até acabe por correr bem assim que começar a produzir alguma coisa...
98.9% da minha turma vem da China. Há mais dois Ingleses e uma espanhola, foi aquilo que me pareceu. Eu fiz logo equipa com a espanholita, na segunda-feira devemos encontrar-nos para discutir o que é que vamos fazer para dois trabalhos de dois módulos. Tenho um módulo que é só economia, finanças e contabilidade para empresas! Claro que é um módulo para principiantes, mas estão a ver euzinha, com um ano de contabilidade no meu currículo tirado o século passado (estáva eu no nono ano...), já estou a ver a minha vida toda a passar diante dos meus olhos...
Eu só quero fazer este semestre bem rápido!E um bom Karma, já agora também...
Este semestre é uma seca porque os módulos todos são obrigatórios. No semestre que vem há dois de escolha, e eu escolhi Relações Públicas e Marketing Empresarial (Marketing for Entrepeneurship)... Ai, ai, ai... Já tenho tantos trabalhos que nem sei para onde é que me viro, e no final do mês de Novembro tenho a minha cerimónia de graduação da licenciatura... Nem sei se vem alguém da minha família...
O Sidd quer que eu vá, mesmo que isso signifique penuriar mais um mês.
Este mês pagámos as nossas rendas, as contas da internet, tivemos de pagar uma conta de contribuição autárquica relativa aos meses de Julho e Agosto (porque acabámos os nossos cursos e eles consideraram que não eramos estudantes nesses dois meses antes de começarmos os nossos Mestrados, e portanto tinhamos de pagar! Foram 220 libras...), tive de comprar os meus livros para este semestre, que são quatro e custaram-me mais de 100 libras...
Escusado será dizer que aviámos comida para o mês (maioritariamente grão, feijão, arroz, esparguete e massas), os nossos cartões de crédito estão com o plafond esgotado, e aguardamos ansiosamente o dia 31, quando devemos receber as nossas 400 a 500 libras, porque temos andado a fazer o máximo de horas possível...
Não podemos fazer mais de 25 horas no trabalho porque senão o estudo vai com os porcos e investimos ambos mais de 7000 libras para podermos estar nos nossos planos de estudo.
Acreditem, há dias em que só me apetece atirar com tudo pelo ar. E hoje é um dia desses, porque para ajudar à problemática situação económica (que parece ser algo típico de ser estudante, por mais que eu ache que não, que tudo se deve a mau planeamento das finanças individuais, e portanto me sinta mesmo estúpida no sentido em que falhei em qualquer coisa), tenho saudades de casa, do sol, e de ter um trabalho decente.
Mas o mais que tudo adora confortar-me dizendo que é só mais um ano, e eu penso:
... 'Só'? Este gajo é maluco, não?
Mas se um ano a viver assim, de esquemas e apertanços não me fascina, eu tenho de encontrar motivação. E se as saudades apertam, eu tenho de pensar que as coisas podiam ser piores, tipo, como o mais que tudo, que só vai a casa de dois em dois anos... E tendo em consideração aquilo que eu quero fazer assim que acabar este mestrado, até que as coisas parecem encaminhar-se.
Em Março começo a candidatar-me para companhias Norte-Americanas, e se Deus quiser, em Outubro do ano que vem estou a viver em New York. Olha... um ano a contar de agora... Só... Afinal o mais que tudo não é maluco...
Apesar de na segunda-feira não ter posto os pés na universidade, fui ontem e hoje (terça não tenho aulas). Tenho ido só mesmo às aulas, não tenho ido aos tutoriais, porque me dá uma soneira quando saio da aula, não estão bem a ver! Ando exausta porque esta semana também comecei a fazer 25 horas semanais no trabalho e como a maior parte das horas são geralmente ao fim da tarde/ noite, quando chego a casa só tenho tempo para comer algo ligeiro e ir para a cama, porque de manhãzinha no dia a seguir tenho aulas.
Só à segunda-feira é que as aulas são ao fim do dia, tirando isso é quase sempre entre as 10 e as 12h, com excepção de sexta-feira, dia em que começam às nove da matina. E na sexta-feira é um dia lixado para mim no trabalho porque faço mais horas do que é costume, mas também saio mais cedo do que é costume. Estou desejando que venha Domingo para poder descansar um bocadinho...
Não era novidade nenhuma para ninguém que mais tarde e mais cedo isto tinha de acontecer. O namorado, eventualmente, teria de passar a noivo algum dia, e a namorada a noiva. Eu e o mais-que-tudo tinhamos falado nessa hipótese, que acabou por se tornar mais real com o ingresso de ambos nos nossos respectivos mestrados.
Apesar dos nossos choques constantes, a verdade é que nos amamos muito - e como um livro que agora estou a ler explica muito lógicamente, eu sou de Vénus e ele é de Marte. Se cedo nos apercebemos que o nosso amor teria de lutar contra muito mais coisas do que um casal normal, cedo também nos apercebemos que o sucesso do nosso amor depende da nossa dedicação, mas acima de tudo, da nossa tolerância.
E desde que estamos juntos temos aprendido a lidar com as nossas diferenças constantemente. Fazemo-lo todos os dias. Gritamos, chateamos-nos, dizemos o pior um do outro... Para no dia seguinte notarmos o quão estúpidos fomos em ter ficado tanto tempo a fazer guerra em vez de fazermos amor.
Todos os casais passam por isso - nós não somos excepção. Talvez tenhamos mais razões para chocarmos um com o outro... Línguas totalmente diferentes, culturas totalmente diferentes, existências totalmente diferente, maneiras de pensar totalmente diferentes... Mas no fundo lutamos também contra as adversidades da vida como se fossemos uma equipa, juntos combatemos a falta de dinheiro, o stress dos trabalhos para a uni, os conflitos no trabalho, os problemas, as saudades de casa...
E foi assim que de mansinho, ele me entrou pelo quarto adentro, me acordou levezinho e me disse, em PORTUGUÊS CORRECTÍSSIMO!!!:
'Queres casar comigo?'
Claro que eu disse logo... 'sim'.
E assim começa uma nova história - a história do meu noivado, lado a lado com a história do meu mestrado. Ui que este ano lectivo promete!
Um obrigado especial a todas as minhas amigas bloguistas que não ficaram indiferentes a este novo facto da minha vida... O anel, bem... está um pouquinho apertado... mas eu sempre tive a base dos meus dedos muito gorda mesmo... e agora, com uns kilinhos a mais, é normal que a chicha ali naquela zona anelar esteja um pouco mais ensalsichada... heheheh
Finalmente o moço ganhou coragem! Casamento em Dezembro do ano que vem (a data exacta ainda não está escolhida, mas o mais certo é ser dia 5 de Dezembro, em memória da minha avó Vitória.)