Odeio não ter razão...
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Estou entre o fim de um projecto e o provável começo de outro, portanto estou nesta altura... a navegar na internet....
...Aborrecida como tudo....
Até consigo ouvir as moscas... ah, não... afinal era o computador a processar sei lá o quê---
Pergunta a filha à mãe:
'Mãe, p
Isto não é normal.
Responde a mãe à filha:
'Porque arrastas o teu passado. Não perdoas nada nem ninguém do que ficou para trás..Porque te culpas de tudo porque não te achas merecedora de nada.
Porque não te amas e não te perdoas. No fundo não te aceitas como és. Tens medo de descobrir quem és e não seres depois capaz de aguentar o que verdadeiramente nasceste destinada para ser. Porque tu és Luz sempre. Acredita em ti. Valoriza-te. Perdoa aos outros.
Vive em gratidão à vida, pelos dias que tens. P´lo que conseguiste. Pelos sonhos que ainda tens para realizar. Por Ti. Tapas com cimento tudo o que não queres aceitar. Tudo o que não queres ver. A tua criança interior está sempre em sofrimento Ela fica cada vez mais escondida.
Os preparativos para o casamento arrancaram. Eu sei que a minha vida com o meu rapaz tem altos e baixos, e sei que não vale a pena tentar desculpar as atitudes dele com a cultura dele, mas a verdade é que eu gosto do gajo - com imperfeições e tudo. Não acredito que hajam casais 100% felizes. Até porque não há casais perfeitos. Na minha perspectiva, um casal com grande potêncial para a vida a dois, é aquele casal que barafusta, chateia-se, anda às turras e depois faz as pazes. É cansativo mas vale a pena, porque no fundo, é tudo um processo de adaptação.
O meu rapaz tem andado passado dos carretos, mas eu também não me insurjo contra isso. Cada um é como cada qual e se não resultar, cada um vai para o seu lado. Não sou grande apologista de divórcio, e sempre disse que na minha vida tentaria ao máximo escapar dessa sina. Mas na minha família, divórcios proliferam e só os meus avós é que se escaparam disso, provavelmente devido à geração a que pertenciam, e que condenava o divórcio puro e simples.
Casar com um indiano tem - como se diz por aqui - muitos 'perks'. Não é fácil como 2+2. As nossas maneiras de ver o mundo são diferentes. Ponto. São mesmo muito diferentes. Tipo, um nasceu num lado do mundo e outro nasceu noutro lado totalmente oposto. Mas casais entre etnias diferentes sempre existiram, e resistiram. Tenho o dobro do trabalho para me exprimir e para me fazer entender, mas a verdade é que o meu rapaz é um rapaz de ouro e será um pai perfeito para os miúdos (quando vierem, claro).
É honesto, e tem alguns problemas em entender como as coisas funcionam por estes lados, mas até eu às vezes me sinto estrangeira por estas zonas, apesar de já cá viver há 4 anos. Aliás, eu SOU estrangeira, quer queiramos quer não, e como tal, tenho inseguranças típicas por estar longe da família e dos amigos e dos pets.
Por mais 'tugas' que se encontrem aqui, por mais frango com piri-piri que se coma, as coisas serão sempre diferentes, porque o ambiente é diferente. 'Em Roma sê romano', não é 'em Roma sê Indiano'! Por isso já lhe disse que ele tem de mudar as atitudes dele de uma vez por todas e talvez esperar um pouco menos de mim, porque eu já carrego muitas responsabilidades às costas.
Hoje em dia as mulheres não são feitas para estar na cozinha, e eu já pus os pontos nos is sobre esse assunto. Recuso abdicar de uma carreira de sucesso para viver em função do marido, ficar em casa a tomar conta dos filhos, lavar roupa e fazer o jantar. Ele sabe. Eu sou clara nesse aspecto. Se ele quer uma ama, uma cozinheira e uma mulher a dias com benefícios nupciais, então que as contrate - ou, ainda está a tempo, pode sempre casar com uma indiana. A mãe dele saltaria de emoção, com toda a certeza.
O que ele não pode é esperar que eu me torne numa escrava do lar, quando desde o príncipio eu sempre lhe disse que essa não é a minha função. Se cozinho, é porque gosto de o fazer, não porque preciso. Aliás, eu podia jantar fora todos os dias, porque ganho para isso. Portanto, nesses aspectos os pontos estão bem visíveis e foram recentemente marcados a amarelo fluorescente. Se o menino está de folga, o menino tem de ser perspicaz o suficiente para entender que eu não quero chegar a casa e ver as coisas como há-de ir. Porque se eu deixo o quarto limpo e arrumado, quero encontrá-lo dessa forma. E ele vai ajudando, por isso não me posso queixar.
Claro, volta e meia dá-lhe 'VIPes', mas eu também tenho os meus, e posso ser uma grande 'bitch' quando quero.
A razão para este casamento avançar agora e depressa não tem a ver com um filho não planeado (calem-se já as cusquices nas hostes! O benfica jogou em casa recentemente...), mas sim com o fim do visto dele, que acaba em Janeiro.
Além de que, desde Outubro 2007 quando fiquei oficialmente noiva, já andámos a falar em casar por esta altura - estávamos só mesmo à espera de acabar os nossos cursos. Agora que acabámos os cursos, casar vai-lhe abrir as portas para o visto de trabalho, e em dois anos, o visto de residência. Entretanto, para poder encontrar um trabalho decente ele precisa mesmo do visto de trabalho. Eu já tenho o meu trabalho decente, por isso daqui a uns meses posso começar a pensar em ser mamã - que nesta altura é mesmo tudo o que quero... ***deve de ser o relógio biológico a dar horas***
Juro que às vezes não sei se é melhor oficializar uma relação ou se é melhor deixa-la andar! Ontem imprimi para o gajo os papeis para o COA (Cerificate of Approval). É um certificado emitido pelo Home Office (que é o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras daqui) a autorizar o Siddharth a casar-se comigo, porque ele é Indiano e está aqui com visto a termo certo.
Decidimos finalmente começar a mover os papeis, porque só em burocracia são cerca de dois meses até tudo ficar resolvido. Tudo bem. Preenchemos o papelinho e para ele obter o certificado, vai (Vamos!) ter de desembolsar £295 libras. O certificado vai ficar mais caro que o casamento!! Enfim, cheguei a casa com os papeis - até saí mais cedo do trabalho e tudo para poder estar com ele e começarmos a preparar as coisas, porque precisamos de submeter os nossos passaportes e fotos tipo passe com os impressos.
Quando chego a casa o gajo diz-me que tem de se ir despedir de um amigo e que já voltava. O amigo ía para a India definitivamente, por isso não me importei muito. Vesti algo mais confortável que o fato, e esperei pelo gajo. Se eu soubesse tinha ficado no trabalho aquela meia horinha...
Fomos às compras. Este mês estamos mesmo na penúria. Só recebemos na semana que vem e andamos mesmo a contar os tostõezinhos, porque eu, apesar de já estar a trabalhar a full-time, ando a ganhar ordenado em 'arrears' o que quer dizer que este mês só o vou receber no fim do mês que vem... Isto tudo porque eu ainda não tenho contrato e estou a casual, paga à hora.
Mesmo assim comprámos comidinha do mais baratinho possível. Eu fiz sopinha, e há salada e feijão, grão e lentinhas, por isso vai-se fazendo o que se pode esta semana para se conseguir sobreviver... Não é fácil ver o gajo nesta altura a ganhar mais que eu e a ficar sem dinheiro absolutamente nenhum na conta dele, quando nem sequer pagou a parte das contas dele da casa, e eu sim... Mas já sabemos que ele é mau a gerir dinheiro. MUITO mau. MESMO muito mau...
Ele tem um plano para saldar as dívidas feito por mim, mas não as está a seguir minimamente. E este mês vai ter o COA, a àgua, gás, luz, renda e contribuição autárquica para pagar!! Não sei como é que se vai desenrascar. Eu já lhe disse que lhe pago 1/3 do COA, se bem que a responsabilidade é toda dele, mas como eu também estou metida ao barulho, dou-lhe quase 100 libras de avanço...
Enfim, e eu pus-me para aqui a falar destas coisas e não acabei aquilo que queria dizer... Depois das compras, eu pus uma batata grande no forno para fazer um 'Jacket potato,' uma comida típicamente Inglesa. Ora a batata tinha que estar no forno cerca de hora e meia. Por isso, depois de por a batata e arrumarmos as compras, o gajo nem sequer se dignou a vir comigo para o quarto para passarmos tempo juntos.
A desculpa dele é que estáva a procurar trabalho. Palpita-me que vou ouvir muito disto agora!!! Antes era o visto, a universidade e agora é o trabalho... bonito... Enfim, passei uma hora e meia depois do trabalho, sózinha, a ver tv no quarto. Eu, que estive no trabalho por 8 horas, ele que esteve de folga o dia todo, e nem tempo tem para estar comigo??? Tem que haver sempre alguma desculpa pelo meio?
Farta de estar sózinha, fui verificar a batata, e chamei-o para vir fazer a comida dele. O gajo começou a cozinhar e eu queria cozinhar com ele... Ajudei-o a fazer o refogado, pos-me a cebola a fritar e desapareceu da cozinha. Eu, que entretanto já tinha o meu jantar feito, dei por mim a cozinhar o jantar dele SÓZINHA, depois de 8 horas de stress no trabalho, depois de uma depressão ligeira a olhar para o saldo da minha conta, depois de ter passado hora e meia sózinha no meu quarto...
Gerou discussão que durou até às duas da manhã, comigo a ir dormir para a cama na sala. O gajo hoje ficou na cama, e eu às 7h30 tive de me levantar - que não consegui, e por isso cheguei tarde ao trabalho.
O que é que eu faço? Nesta altura estou-lhe com uma raiva e tudo me parece mau. Nunca atende o telefone quando eu mais preciso, nunca está disponível, e até eu acho que quem está mais a fim deste casamento sou eu, mas começo a ter reservas, porque se a minha vida de casada vai ser uma vida de incompreensão e frustração, solidão e tristeza, então só mesmo um maluco é que daria o grande salto do Miss para o Mrs.
Dias em que me custa levantar da cama, em que não me apetece ver nada nem ninguém... Dias em que nem me apetece falar com o mais que tudo ou os meus housemates... Dias em que tudo me parece mais difícil... Há dias em que eu só queria ter o meu espaço, acordar e ver as coisas como as deixei... Dias em que tenho medo de confrontos e chatices, e por isso calo o bico e refugio-me no meu quarto.
Ando triste. Tenho saudades de casa. Ando indecisa acerca do meu futuro. Quero o meu espaço, o meu e o do Sid e a da Daisy. Chateia-me ver a minha vizinha da casa ao lado com 19 anos e um bebé, um namorado e uma casa... Chateia-me vir trabalhar e saber que tenho de fazer 8 horas sem almoço se quero ganhar 8 horas de trabalho, porque ainda não me deram contrato permanente...
E odeio Hatfield. Começa-me a irritar viver nesta vilazinha. Pode ter a vantagem de ser calma, mas não me agradam as pessoas daqui, a comunidade é muito fechada, e há muitas chatices quando começa o ano lectivo - como agora, parece que anda tudo maluco nas estradas.
Tenho saudades do sol português, dos mimos da mãe, até da franca honestidade do pai, e das arrelias dos manos. Estou aqui há 4 anos... e nem um espaço meu tenho porque as casas aqui são caras. Alugar um T1 são £800. Posso alugar, mas que dinheiro me resta? O meu gajo está a tentar pagar as dívidas dele e eu não sou o 'Banqueiro de Portugal', como diz o meu pai.
Preciso de uma revolução na minha vida, algo que lhe dê sentido, algo que me espevite e me puxe para a frente. Hoje vêm cá à consultadoria umas visitas, uns tipos da Universidade de San José na Califórnia. Supostamente há grandes possibilidades de, com esta partnership, eu ainda ser seleccionada para ir passar uma temporada aos States. Mas antes disso, preciso de tirar as provas dos noves numa coisa que poderá ter acontecido também... E para isso tenho mesmo de esperar até ao fim da semana que vem para ver...
E se se confirmarem as minhas suspeitas, aí sim, a minha vida vai dar uma volta de 180º. Tenho de ser paciente. Mais uma vez. Paciente para conseguir atingir tudo o que quero - e até o que não quero, mas se vier, vem por bem. Tudo se há-de arranjar.
Bolas, odeio domingo à noite porque me lembra que a segunda-feira está mesmo ao virar da esquina... Tantos dias de trabalho ainda pela frente... E a chefe está de férias, portanto não é tão mau, mas há muito para fazer e eu estou de plantão.
Há dias em que me apetece mesmo muito mudar de profissão...
Hoje, quando deixei escapar numa conversa com a minha mãe da remota hipótese de estar possívelmente grávida, não levei nenhum raspanete nem fui alvo de reprovação (acho que a minha mãezinha está desejosa de virar avózinha!)... Mas também, com 30 anos, levar um raspanete por essa razão não tem muita lógica... O que me stressou foi o raspanete que levei, isso sim, por querer ir à farmácia tomar a pílula da manhã seguinte.
Até me deu para ter sentimentos de culpa, tanta gente a querer ter sem poder, e tudo o mais... A minha mãe disse-me para pensar mais com o coração e menos com a cabeça., que se for a planear estas coisas o dia certo nunca mais chega, e que se tiver que ser, as coisas acabam por se compôr sempre no fim e bláblá blá...
Só que há que ser realista nestas situações... As coisas aqui não estão nem perto de estarem com condições ideais reunidas para um presente destes, que dura uma vida inteira. Mais, quando a minha mãe engravidou de mim (que eu fui a primeira filhota dela, e a segunda do meu pai), ela tinha emprego fixo, estava casada, tinha uma casa e o meu pai ganhava dinheiro mais que suficiente para os três. Isto em 1978.
Agora, trinta anos depois, as coisas mudaram muito. A crise está instalada, há cada vez menos dinheiro para os bens essenciais... Estou longe de toda a minha família, não tenho grandes amparos por aqui... moro num quarto, e tão cedo as coisas não vão mudar nesse campo... Não estou casada, apesar de viver com o meu rapaz há dois anos, acabei o meu mestrado muito recentemente e apesar de estar a trabalhar, não tenho ainda contrato assinado, o que quer dizer que estou como casual, paga à hora e disse... E o meu ragazzo tem dívidas até aos cabelos...
Como vêem, isto não está para brincadeiras... Pois não.... Não está mesmo fácil...
Então porque é que hoje ao fim da tarde, quando fui à farmácia para ir buscar a pilula do dia seguinte, vim de lá sem pílula mas com uma embalagem de anti-ácidos?...
By the way (BTW), fez ontem 4 anos que cheguei ao Reino Unido, de malas e bagagens, para começar a minha licenciatura... Entretanto acabei a dita, como sabem... e o mestrado também... e comecei a trabalhar... O balanço, no geral, tem sido positivo - se bem que lento... As saudades é que são complicadas, mas nada que as novas tecnologias não resolvam...
Amanhã temos o juri do THE a visitar a consultadoria. A nossa Universidade foi uma das nomeadas por esta entidade para o concurso 'Universidade do Ano.' Imaginam o stress?
Pois...
Momentos antes da entrega oficial da tese de mestrado.
Foram 120 páginas!
Depois de uma ausência impossível de contornar (muitas palavrinhas para escrever), estou de volta ao mundo do meu Blog. A todos os meus amigos que se preocuparam pela minha falta de contacto, a razão é pura e simples: tese, tese, e mais tese.
Não bloqueei ninguém, simplesmente estive muito ocupadita - tão ocupadita que nem para ligar o messenger deu tempo. Mas pronto, acabou o stress. Penso que estou oficialmente mestra em Marketing. E agora, vem a questão da praxe... O que é que eu vou fazer a seguir?
Durante este fim de semana vou descansar e tentar divertir-me, fazer as coisas que gosto e construir uns websites pelo meio... Segunda-feira estou de volta ao trabalho e desta vez o compromisso é permanente e full-time. Para mim é um alívio, porque trabalhar em full-time dá-me certamente um desafogo financeiro, e eu bem preciso.
Começam a desenhar-se no horizonte objectivos mais concretos, como um apartamento só para mim, um carrinho... um computador novo... O rapaz quer que eu vá à India também, mas eu meter-me num avião para a India vai lá vai... Vou ter de tomar muitos calmantes...
A verdade é que eu ando bem desorientada. Não sei por onde começar.
Andei quase dois meses a deixar tudo para 'depois da tese,' que agora dou de caras com uma lista infindável de 'to-dos' (em português, 'afazeres') e um vazio estranho... Como se a luta tivesse chegado ao fim e já não houvesse mais nada a não ser silêncio... Eu senti-me assim entre o fim do meu curso e o princípio do mestrado... Mas pensava que isso me tinha vacinado.
Nesta altura vou aproveitar para investir na minha carreira na universidade, mas vou procurando algo mais de acordo com os meus gostos. Não é que eu não goste de trabalhar lá, mas eu quero algo muito mais relacionado com 'web' marketing e menos com consultadoria e pesquisa de marketing. O que interessa é manter a cabeça sempre com o sentido nas nossas aptidões e esperar...
Passamos a vida a esperar... E eu não sou nada paciente. É sempre tudo para ontem. Gostava de saber de quem é que eu herdei isto! É uma sina! Enfim, vou por a pizza no forno. Sim, hoje mereço comer mal e porcamente! Andei num buraco escondida, que nem a cabeça me aparecia! Agora, a caracoleta sai de casa...
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