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E o céu azul brilhará...

Diário de uma académica portuguesa em Londres

E o céu azul brilhará...

Diário de uma académica portuguesa em Londres

28
Abr10

Saber que no fundo, tudo vai ficar bem.

Little Miss Sunshine

 

A cada dia que passa, amo cada vez mais o meu marido, por me compreender, por ter paciência para mim, por me amar. Nunca na vida pensei encontrar alguém assim, alguém que me baixasse as defesas e me restaurasse a confiança nas pessoas.

 

Nota: tenho de pensar menos no futuro e mais no presente.

 

Nota 2: tenho de ir às compras hoje, porque com a minha mini-depressão, acabei com tudo o que tinha em casa para comer (e beber).

 

27
Abr10

Teimosiiiaaaaaaaaa!

Little Miss Sunshine

Esta semana não tem sido fácil para mim. Ando deprimida, triste e revoltada com tudo e com todos. Não me apetece sair de casa, apesar de estar sol e tempo ameno. Não tenho vontade de fazer os meus trabalhos, de sequer abrir a boca para exclamar ai ou ui. Há alturas do dia em que eu dava o Mundo só para me rodear das minhas almofadas e de silêncio, para poder dormir e esquecer que ainda hoje só é terça-feira. Meus Deus... Nem a meio da semana estamos ainda. Estou em pânico autêntico...!

 

O meu marido, como sabem, está em Sheffield. Foi para lá este Domingo por motivos de trabalho e por lá vai ficar até ao próximo Domingo... passou a semana passada toda a trabalhar, eu só o tinha para mim à noite, na maioria das vezes nem o tinha sequer porque ele chegava cansado, comia e dormia.Não queria que ele fosse. Quando namorávamos ele só precisou de ficar fora uma semana... Que história é esta de ter que ir para o Norte agora semana sim semana não? Que coisa mais sem sentido, ainda agora casámos, não é altura para ele ficar longe de casa... esta é a altura em que deviamos ficar mais juntos, desfrutar do clima de lua de mel que (ainda) existe (mas não sei se vai durar muito mais, porque isto está a acabar comigo). O primeiro ano de casamento é um ano de ajuste, um periodo de construção de alicerces, em que ambos trabalham na relação para que ela tenha os alicerces bem fundos e seguros para o futuro...

 

Ou assim pensava eu. Pelos vistos, não é bem assim.  Este ano já começou meio conturbado, e com estas ausências eu sinto-me vulnerável e sózinha. Os meus amigos dizem-me: 'Não sejas assim, ao menos ele tem um trabalho... bla bl bla...'!! Pois é, tem um trabalho que não lhe dá segurança, porque nem contracto tem. Um trabalho que não lhe paga contribuições para a segurança social daqui, o que quer dizer que se ele tiver um acidente de trabalho, o patrão bem pode esfregar as mãos de contentamento porque não lhe dá direito a indeminizações ou mesmo ajudas do Estado. Realmente, ele tem um trabalho sim, mas na verdade não é um trabalho que dá futuro ou que dê estabilidade. É um trabalho que dá dinheiro. Ponto.

 

Não gosto que ele esteja longe, não gosto, pronto! Estou a ser teimosa, bem sei, mas estou mesmo farta desta distância estúpida que teima em nos separar volta e meia... Meses de separação após o casamento, e agora semana sim, semana não, ele vai ter de ir para o Norte a trabalho e eu fico para aqui, de olhos tristes e sem espírito para fazer mais nada, achando que na verdade isto é uma conjura dos céus para me magoar. Só pode.

 

Esta semana então...! Uma semana de stress e de alguma tristeza também. Após 12 semanas, eis que as aulas acabam, e com isso começa a minha preocupação em relação ao meu futuro naquela Universidade...Não é só o que me custa ver os meus alunos seguir os seus destinos, onde quer que eles sejam, é também o fim de contractos e a diminuição de trabalho, que normalmente significa diminuição de dinheiro.

 

E os cursos de formação profissional? Parece que têm todos os prazos nos mesmos dias ou semanas, e eu ando num stress entre correcções de trabalhos/ exames e os meus projectos. Tentar driblar tudo isto está a deixar-me doida. Sinto falta da minha família, do apoio dos meus amigos, de estar no meu país, num ambiente que não me seja tão hostil nem acarrete tantas responsabilidades e stress... Se eu não amasse tanto o meu trabalho...Já tinha partido faz tempo, ido para outro lugar, um lugar que não me seja hostil, um lugar que eu já chamei casa um dia.

 

Com tudo isto em cima de mim até parece que perdi a alegria de viver. Sinto-me tão sózinha. Só quero mesmo enrolar-me no duvet, fechar os olhos e acordar na semana que vem. Nenhum projecto me alicia, nenhuma conquista me faz sorrir. Só quero chorar, e nem os meus colegas hoje me conseguiram animar. Amanhã tenho uma reunião com a minha chefe, para definir os meus cargos lá na Business School, e eu estou com um mau pressentimento. E nem posso falar com o meu marido, porque estou tão deprimida com a ausência dele que achei por bem cortar todo o tipo de contacto para não doer tanto...

 

Uma estupidez minha, claro está, porque com raiva e teimosia acabei por dizer coisas que não queria, e acabei por me magoar ainda mais. Nesta altura só peço paz na minha vida, e menos lágrimas, porque a continuar assim... não sei... estou perdida de só...

25
Abr10

Cai a chuva devagarinho...

Little Miss Sunshine

No fim de semana é raro não acabar o serão sentanda frente à minha janela francesa, a olhar o pôr do sol e a fazer trabalho da Universidade. Infelizmente hoje não há sol - está a chover. Aquela chuva irritante, que finge que não molha mas se uma pessoa não se põe a pau, bem fica encharcada.

 

É Domingo e apesar de ter montes de coisas para tratar e resolver, estou sentada de frente para a janela, a pensar na vida. Já passaram quase 6 anos desde que aqui estou. Parece que vim ontem, de malas e bagagens, solteira, com o coração cheio de amor e a cabeça cheia de sonhos. Agora, casada, acho que as coisas não mudaram muito. Continuo com os mesmos sonhos, alguns já realizados deram lugar a outros novos...

 

Querer apanhar um lugar ao sol neste lugar é como andar a remar contra a corrente - no fim ganhamos a recompensa, mas quem vem para aqui a pensar que é tudo fácil e que vai cair tudo do céu, engane-se. Não quer dizer que seja impossível vencer num país estrangeiro, mas quando se tem de medir os pros e os contras, há muita coisa importante que fica para trás e quando queremos dar valor a essas coisas, elas às vezes já não lá estão.

 

Eu amo aquilo que faço, e estou feliz com a minha vida de uma maneira geral - tenho quase tudo o que preciso para ser feliz. Só não tenho a minha família próxima, e em dias como hoje, em que o meu marido viajou em trabalho por uma semana e eu me vejo completamente sózinha com uma gata na casa que já foi a minha casa de solteira, mas que agora está cheia de lembretes e coisas espalhadas que só me fazem lembrar os momentos bons com o meu marido, fico com muita inveja daqueles casais que têm a possibilidade de ficar juntos non-stop, rodeados pela família e por tudo o que lhes é familiar.

 

Dias assim, em que o céu está cinzento, em que o trabalho acumula mas não tenho vontade de lhe pegar, dias em que não apetece saír sequer da cama, ou ir ao supermercado comprar algo bom para o almoço... Esses dias são sempre assim, vazios de mim e de conteúdo, como se fossem apenas uma ponte à qual eu não atribuo qualquer vínculo ou sentimento, e cuja finalidade é levar-me para o outro lado da semana.

 

Esta semana não vai ser famosa. Tenho imenso que fazer... É a última semana de aulas, e só de ver os meus alunos partirem para o 3º ano, depois de 12 semanas de convivência, dá-me um peso no coração. Fico feliz por eles, e orgulhosa porque todos se destacaram de uma maneira ou de outra... Mas, pensando bem, estas coisas não são fáceis... E esta semana é só partidas. O meu marido partiu hoje para Sheffield, onde vai ficar a trabalhar até Domingo que vem, sem uma folga sequer... Os meus alunos... Só eu é que fico no mesmo lugar!

 

Mas em breve vou marcar o vôo para ir para Portugal em Junho, ao almoço do meu grupo do Facebook, 'Colónia de Férias da Quimigal/CUF'. No dia dos meus anos queria ir a Nova York, tirar uma semana com o meu marido e ir até lá... era tudo o que eu mais queria. Mas devemos estar a meter os papeis para o Residence Permit dele, o que quer dizer que eu vou ficar sem documentos de identificação por tempo indeterminado, o que pode complicar bastante esse meu plano...

 

Como já deu para reparar, hoje estou com um humor negro - sinto-me sózinha e resmungona.

Vou ver se me despacho, e apesar de estar a chover, vou ver se apanho um bocadinho de ar na cabecita, já que não está frio e eu preciso de reagir e sair de casa...

 

Fiquem bem, neste feriado de cravos e liberdade.

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19
Abr10

Trabalhos e correcções, música e sol!

Little Miss Sunshine

Ando sem tempo para nada. Sinceramente, agora parei de corrigir os trabalhos para Princípios de Marketing porque estou saturada. Estou a fazer isto desde manhã sem parar. Nem almoçar almocei, por falta de tempo. Amanhã, mais uma catrefada de trabalhos para corrigir. Estou desejando acabar a cegada das correcções - é das piores partes do meu trabalho! Irra!!

 

Pessoal, assim que der eu respondo aos vossos comentários - não estão esquecidos!

 

18
Abr10

Dias de stress... mas felizes.

Little Miss Sunshine

Olá! Começou a correria dos trabalhos - tenho 70 para corrigir até Terça-feira. Não sei se vou conseguir. Até agora só tenho 4 trabalhos corrigidos, e como o marido está de folga em casa este fim de semana, não me apetece trabalhar muito, só me apetece estar abraçadinha a ele, enroladinhos numa manta, a ver filmes non-stop e a trocar miminhos... Os dias aqui  até têm estado super bons, quentes e ensolarados. Ontem deveria ter corrigido metade dos meus trabalhos, mas fui passear com o maridão para Londres e acabámos por voltar muito tarde. Resultado: não fiz nada, mas aproveitei bastante o dia.

 

St James Park, Londres

 

Esta semana tenho tido uma amiga a viver aqui connosco também. Ela veio de Portugal, tentar a sorte dela neste país, e eu ando a ver se a encaminho na direcção certa. Nesta altura estamos à procura de emprego para ela, para ver se ela se endireita, e consegue refazer a vida dela e ser feliz. É meio complicado, no entanto, gerir um casamento em plena lua-de-mel, e ajudar uma amiga, tudo num estúdio-flat.

 

O maridão, que já começou a trabalhar esta semana, vem tarde e cansado ao fim do dia. Eu idem, se bem que a semana passada estive doente, e nem consegui ir ao curso de formação profissional que me ía dar acreditação pela Higher Education Academy - tive de fazer nova inscrição para o próximo curso, o qual só se vai realizar em Setembro.

 

Mais, tenho um trabalho para fazer para aquele curso de Blended Learning que andei a tirar durante 10 semanas, as aulas começam já amanhã e eu estou a substituir um colega em algumas das disciplinas dele, por isso estou literalmente lixada. Infelizmente o tempo não estica, e por mais que eu ame aquilo que eu faça, chega a esta altura do ano, e eu sinto que deixei de ter vida - ou que a minha vida é trabalho a 100%.

 

Nesta altura não posso começar a desligar do trabalho, porque as coisas na consultadoria não andam famosas, a falta de projectos significa que o meu contracto de trabalho só vai durar até ao fim do mês que vem, a partir do qual passarei a 'Casual', isto é, funcionária paga à hora e sem qualquer vínculo permanente contratual.

 

Este Verão vou andar a contar tostões, porque não vou estar a dar aulas (obviamente), e não há grandes chances de me cair um contracto do céu. Mas eu vou fazendo os possíveis para me dar bem, e me governar. Desde Portugal, o maridão tem sido um apoio imprescindível para mim, e nós estamos em completa sintonia, como nunca estivemos antes.

 

Só que a nossa intimidade, obviamente, está limitada... Pelo menos enquanto a minha amiga cá estiver. E apesar de isso não estar a causar qualquer tipo de problema, tenho saudades da nossa liberdade de acção... 'If you know what I mean...!'

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