...porque eu sempre disse que enquanto tivesse pernas e braços com força, que não me ía acobardar de sair à luta e trazer mais dinheiro para casa. E assim é. O uniforme da Nespresso chegou hoje e é lindo. Clássico e elegante, tudo o que eu precisava para colocar a minha auto-estima no nível certo. As coisas precisam melhorar. PhD é a outra etapa. Tenho de preparar a proposta de pesquisa entre esta semana e a próxima. Ler, ler, ler... Se antes eu já era boa em multi-tasking, agora tenho de ser mais ainda. Preciso de voltar à minha independencia, aos tempos em que os desafios passavam por tudo menos por relacionamentos com problemas. Já escolhi o tópico., resta agora ver se é viável e pelas conversas que tive com alguns académicos, o trabalho é viável e original. Com um PhD vou poder leccionar em qualquer ponto do mundo, vou poder dedicar-me a pesquisa e ensino, que são duas áreas que amo. No fundo estarei a desenvolver algo unico que vai ficar marcado para a História se for bem desenvolvido. Não posso é ficar mais em casa. Trabalhos domésticos e rotinas domésticas matam a massa cinzenta de qualquer um. Bem como discussões, lágrimas e uma sensação constante de que algo está errado e por isso, tem de mudar. Se doer, não é para sempre.
Ontem foi um dia cheio de oportunidades inesperadas. Arranjei emprego para o Verão e possível prolongamento depois disso, ao fim de semana. À tarde, foi-me oferecido um contracto fraccional na Universidade. O trabalho no fim de semana é com a Nespresso, o trabalho da universidade é para o departamento de gestão e chefia organisacional. Este último não aceitei logo, pedi uma semana para pensar no assunto, porque vai afectar o tópico de um possível PhD, o qual espero começar já em Setembro se tudo correr bem. Estou feliz porque em termos de trabalho tudo se começa a compôr. Na saúde é que as coisas andam abananadas e nem vou falar no meu casamento pois já chega o desabafo de ontem. Hoje apanhei um susto, deu-me uma dôr no peito e tive de chamar o 999. Estava sózinha em casa com a bebé, tinha chegado do trabalho e deu-me uma dôr tão violenta no peito esquerdo que nem conseguia respirar. Demorou quase 20 minutos a passar, mas os para-médicos chegaram e fizeram-me logo dois ECG, mediram a minha tensão, o açucar e oxigénio no sangue. Como eu estava estabilizada e a dor passou, mandaram-me ir ao médico amanhã para marcar exames mais rigorosos de forma a garantir que o coração está bem e os pulmões também. Isto de andar a carregar com casa e filha as costas, e ainda assegurar o meu emprego, dá cabo de mim. Não tenho ajudas e tenho de me começar a habituar, pois cada dia que passa menos vontade tenho de estar casada, mais desejo tenho de fechar a porta que me magoa e é só desse impulso que eu previso para abrir a janela e me libertar do que tem sido ultimamente uma prisão para mim.
Está quase. Tenho fé de que em Setembro a minha vida já esteja mais recomposta, com dívidas pagas e sonhos mais próximos de alcançar.