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E o céu azul brilhará...

Diário de uma académica portuguesa em Londres

E o céu azul brilhará...

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24
Jun16

Brexit: sobre a saída do Reino Unido da União Europeia

Little Miss Sunshine

brexit.jpg

 

 

Hoje acordei com a notícia 'maravilhosa' de que o lado vencedor do referendo de ontem foi o ‘Leave’. Não estáva nada à espera disto, e fui apanhada de surpresa – como muita gente. Como emigrante e cidadã europeia, isto tem obviamente implicações para mim e para as minhas filhas. Apesar de estar estabelecida no Reino Unido há 12 anos, nada me garante que o meu futuro por aqui está seguro. Na verdade, nada está seguro nesta altura, a economia do País já levou o seu primeiro choque, com a libra a perder terreno nos mercados financeiros, e com a maior parte da banca em queda livre.

 

A destabilização financeira pode ser corrigida com a ajuda do governo, mas com um Primeiro Ministro de saída em Outubro, a incerteza alimenta a especulação, e a especulação aumenta a inflação e desvaloriza a moeda ainda mais. Até aqui, nada de novo. A maior parte dos economistas já tinham chamado a atenção para essas possibilidades, só não se sabia que estes impactos começariam tão cedo.

 

No entanto, e apesar de tudo isto, há a certeza de que o Reino Unido não saírá da UE amanhã. De acordo com uma clausula do tratado de Lisboa, o país terá 2 anos para negociar uma saída com a UE, e se não se chegar a qualquer acordo, então aí sim, a saída será efectivamente real e permanente. Até chegar a esse ponto, muita água pode ainda rolar por debaixo da ponte, e em termos políticos, as coisas estão como o anuncio do Mastercard: ‘Possibilities are endless’.

 

Que há uma grande divisão entre os vários países do Reino Unido (e da Europa) é inquestionável, e a tendência é para tudo piorar. A Escócia quer ficar na UE e votou maioritáriamente pelo ‘IN’ ou ‘Remain’. O referendo que a Escócia fez em 2014 (para decidir se ficava ou não no Reino Unido) foi ganho com o pressuposto de que o Reino Unido continuasse dentro da UE. Com a vitória do Brexit – devido, na sua maioria, aos Ingleses e ao País de Gales estarem contra a UE - a Escócia já fala em outro referendo, porque não querem saír da UE e vêm isso como um retrocesso. E é um retrocesso. A Irlanda não está muito longe da maneira de pensar Escocesa, se bem que são mais cautelosos uma vez que houve pelo menos umas três ou quatro áreas que votaram ‘Leave’ na sua maioria. E agora há paises Europeus a exigirem o mesmo tipo de referendo, apesar do governo europeu assegurar que os restantes países se vão manter unidos.

 

Que implicações para os imigrantes europeus a morar no Reino Unido?

 

Para já, nenhumas. Como já foi dito, as repercussões para os cidadãos europeus só deverão começar quando o Reino Unido saír realmente da União Europeia, e isso pode demorar dois anos ou mais. No entanto há duas coisas importantes que os portugueses a residir no Reino Unido devem fazer já:

 

1. Inscrever-se no Consulado Português. Por pior que o consulado seja, estar inscrito é uma garantia de que as coisas – se correrem mal – podem ser resolvidas mais rápido e com menos burocracia.

 

2. Pedir o Resident Card se já estão no país há 5 anos ou mais a trabalhar. https://www.gov.uk/apply-for-a-uk-residence-card/overview

 

Se já estiverem ‘settled’ há 5 ou mais anos, com filhos, peçam também o passaporte Inglês para as crianças.

 

Numa altura em que as civilizações se aproximam cada vez mais em união, colaboração e cooperação, e onde fronteiras se tornam cada vez menos relevantes, saír da União Europeia é talvez uma das maiores demonstrações de arrogância e egoismo deste país. Os ideais e objectivos que esta nação tem para o futuro estão completamente desfasados da realidade dos dias de hoje - desajustados até do mundo actual.

 

Vivemos num mundo onde todos trabalham juntos para deitar muros por terra, mas o Reino Unido decidiu erguer os seus muros na esperança de recuperar uma soberania que não existe – existiu há 40 anos, mas o mundo mudou muito desde então. Hoje, o futuro do Reino Unido é incerto. O impacto da decisão de deixar a União Europeia só começará realmente a pesar na vida das próximas gerações. E provavelmente só mesmo nessa altura é que se vai saber se esta foi uma jogada certa, ou se foi uma das maiores asneiras de sempre deste país.

23
Jun16

Sobre o referendo de hoje no Reino Unido...

Little Miss Sunshine

Hoje vai-se a votos no Reino Unido para decidir se o país vai ficar (IN) ou saír (LEAVE) da União Europeia. Esta questão não é nova, desde 1973 que se vêm a realizar referendos no Reino Unido, quase todos relativos à devolução (ou não) da soberania da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte. O primeiro referendo realizado a nível nacional foi em 1975, curiosamente pelas mesmas razões que as de hoje: continuar na União Europeia ou não?

 

Ao contrário do que muita gente pensa, o resultado de um referendo não tem de ser vinculativo - é geralmente um método de consulta, uma forma de avaliar a posição do eleitorado face a um dilema ou questão que é pertinente e importante para o país em questão. Independentemente dos resultados, cabe normalmente ao governo tomar a decisão do que fazer a seguir, e a história dita que o resultado de muitos referendos é geralmente favorável à agenda governativa de qualquer país. Ir contra os resultados de um referendo não é a norma, mas muitos dizem ser possível, provavelmente com custos elevados para o partido no poder. Por tudo isto se levanta a questão da seriedade do governo em propôr este referendo.

 

Que intenções estão realmente por detrás desta decisão?

 

Considerando que os níveis de popularidade do governo Tory estão em queda livre, um referendo desta magnitude vem ajudar a reafirmar a posição das elites no governo, e talvez assegurar a continuação dos Tories (conservadores) no poder. Se não há realmente nenhuma ameaça imediata à aliança do Reino Unido com a União Europeia, será então isto um braço de ferro entre ambos para que um consiga levar a bom porto os seus interesses? Mas a que custo? Dividir o país não torna uma nação forte, faz o oposto. No entanto foi isso que vimos acontecer nas campanhas opostas do 'IN' e do 'LEAVE', e no nosso dia a dia. 

 

Muita gente continua a acreditar piamente que o governo lhes deu o poder e a possibilidade de escolherem os destinos deste país, sem saberem que este poder de decisão nunca esteve verdadeiramente nas suas mãos. O poder do povo é, neste caso, uma ilusão. E de certa forma, há males que vêm por bem, porque acima de tudo este referendo serviu para demonstrar a ignorância geral do público face a assuntos como imigração, mercados livres e soberania. E nesses assuntos a ignorância prejudica o senso comum, por isso é melhor mesmo que o poder do povo não exista.

 

Quando muitos dos meus amigos expressam a sua ansiedade face aos resultados deste referendo, eu compreendo o porquê. Eu própria passei estes últimos meses a pensar nas consequências de uma vitória do 'LEAVE', no que isso significaria para mim e para as minhas filhas. Como emigrante europeia, esta situação tocou-me pessoalmente. Não interessa que tenha vivido neste país há 12 anos - a pagar impostos, a contribuir para a educação dos cidadãos deste país, a criar as minhas filhas... O direito a votar neste referendo foi-me vetado. Só votam os cidadãos Britânicos ou cidadãos de países pertencentes à Commonwealth. Deixar o meu futuro nas mãos dos outros é injusto, e uma certa forma de discriminação.

 

Mas o que mais me assusta nisto tudo não é um futuro fora da União, nem uma Europa 'reformada'. É a capacidade de manipulação das massas face a um futuro que não é ditado por elas mas sim por aqueles que estão no poder, e á facilidade com que se divide um país quando o medo e a ignorância são explorados da pior maneira.

 

 

09
Jun16

Feminista não é nome feio!

Little Miss Sunshine

igualdade.jpg

 

 

Hoje quando fui deixar a minha filha mais velha na escola, depois de pendurarmos o casaco e antes de eu lhe dar um beijinho de despedida, ela aproximou-se de um viveiro de borboletas onde estavam também mais dois rapazes e uma menina. Quando a minha filhota decidiu tocar no viveiro, por curiosidade (nós temos um igual mas mais pequeno em casa, e na verdade estamos à espera que as crisálides se transformem em borboletas a qualquer momento), um dos meninos virou-se para ela e disse, em Inglês, algo do género: 'os meninos vão primeiro, e só depois é que vão as meninas'.

 

 Eu fiquei logo azeda. Lá tive de perder 5 minutos a explicar (mais uma vez) que ela não precisa de esperar por menino algum para poder fazer aquilo que ela quiser fazer. Todos os dias lhe mostro que uma pessoa pode ir atrás dos seus sonhos e da sua felicidade, seja homem, mulher, hermafrodita, homossexual, ou deficiente físico e/ou mental. Eu mesma sou o exemplo de uma pessoa que largou tudo, e ignorou os limites e as convenções tradicionais impostas pelos outros para poder ir atrás dos meus sonhos. Ainda hoje faço isso, e não acredito em catalogar as pessoas seja pelo que for, e com isso diminuir a capacidade delas atingirem os seus objectivos na vida.

 

Lugar de mulher é onde ela quiser, eu sempre disse isso. Lugar de homem é onde ele quiser também. Uma coisa não invalida a outra. Nunca escondi de ninguém o tipo de pessoa que eu sou. Acredito que todos devem fazer a sua parte de igual para igual, 50/50. Mas ainda há gente que defende uma cultura de machismo, que acha que mulher ainda tem de seguir o padrão clássico de sacrificio e comportamento. É a mentalidade dessas pessoas - mais até que a sociedade em geral - que cria essas limitações entre homem e mulher - e pior, que faz com que essas diferenças sejam normalizadas.

 

Por exemplo, perguntem o que é o casamento para uma mulher? E depois perguntem o mesmo para o homem? As respostas vão depender das expectativas de um e de outro. Não acho certo, por exemplo, a mulher ter de trabalhar fora e ainda ser responsável por tratar das logísticas todas da casa, das crianças e do marido por cima das suas próprias necessidades. A mulher, no geral, é a que mais se sacrifica pela família e o seu trabalho, a sua vida e a sua saúde são relegados para segundo plano em prol de um bem maior. O homem encara o casamento como o seguimento da sua vida de solteiro, mas sem a liberdade para fazer o que ele quer. A esposa substitui a mãe, e quando ela cobra do marido que nunca está em casa, ele sai para arejar ou fica sentado no carro á porta de casa, para evitar ter de enfrentar aquilo que a esposa enfrenta desde que acorda até que adormece. Por isso mesmo, por eu achar que o papel da mulher e do homem dentro de casa deve ser igual, e que ambos devem contribuir de forma igual para as responsabilidades daquilo que ambos contruiram juntos, fui muitas vezes chamada de feminista - como se isso fosse um nome feio. 

 

Hoje, numa conversa com amigos, descobri que ser feminista não é algo feio, nem algo de que se deve ter vergonha. Passei tanto tempo a ser chamada feminista com uma conotação negativa, que acabei por interiorizar isso como sendo um defeito, em vez de uma qualidade. Descobrir que ser feminista - lutar pela igualdade das mulheres entre os homens - não é,na verdade, equivalente a chamarem-me um nome feio. É defender aquilo que eu sou, uma mulher, e defender também aquilo que as minhas meninas serão. Como mulher e mãe, lutar para que as minhas filhas tenham um futuro sem limites, sem condiçoes e sem preconceito, é positivo. Descobrir isto foi uma libertação.

 

A mulher foi - e continua a ser - tratada como um ser inferior, a ser paga menos que homens na mesma posição, e a ter mais dificuldade em atingir cargos séniores numa empresa. Continuamos a ser obrigadas a fazer muito mais do que os homens fora de casa, e ainda temos a responsabilidade de gerir um lar e um casamento por cima disso tudo. O homem continua a achar que a mulher tem de ser ajudada, e não vê a sua presença na família como um cargo para o qual ele também tem e deve contribuir. Porque esta é a minha maneira de pensar, ouvi muitas vezes que eu não me deveria ter casado, que deveria ter arranjado um sócio, somente porque eu exijo que cada pessoa dentro de casa faça a sua parte. Decisões tomadas a dois têm implicações para os dois, as responsabilidades são para se dividir juntamente com as coisas boas dessas mesmas decisões. É uma questão de justiça e igualdade. 

 

Os limites que a sociedade nos impõe infelizmente começam cedo. São pequenas cobranças que nos fazem desde o dia que nascemos. Quando nos vestem de rosa ou azul, para que essa mesma sociedade nos reconheça e nos aceite, estamos-nos a conformar com esta divisão tradicional de homem/mulher. Depois vêm outros pais, com generalismos: 'os rapazes choram muito menos, as raparigas choram muito mais'. Ou 'os meninos gostam de saltar e partir coisas, as meninas gostam de brincar com bonecas...' - Tudo esterotipos sem qualquer fundamento científico. 

 

Eu mesma, na minha vida, vi-me muitas vezes vítima das minhas escolhas. Na escola primária, eu era das poucas meninas com cabelo curto, e fui sempre motivo de chacota por isso, e por ser gordinha, e por usar roupas confortáveis em vez de usar roupas de marca. Na escola secundária, eu fui das (muito) poucas meninas que tiveram electrotecnica e mecanotecnia. Como só me dava com rapazes, e tinha muitos e bons amigos do sexo masculino (alguns dos quais continuam meus amigos até hoje), eu era falada e tinha a ´fama´ de ser fácil - apesar de nunca me ter deitado com ninguém até ser maior de idade.

  

Depois mais tarde, quando ingressei na força aérea, ouvi muitas vezes que mulher vai para a tropa para arranjar namorado, ou ver as vistas. Sim, eu adorei marchar até não poder mais, correr até quase demaiar, saltar da cama ás 4 da manhã em t-shirt e calções no meio de Novembro em Vila Franca só mesmo para poder admirar o traseiro dos meus camaradas, e conseguir uns amassos fáceis *sarcasmo*. 

 

Felizmente algumas coisas começam a mudar. Eu, por exemplo, tenho tido sorte com o meu trabalho, com muito compromisso e sacrificio tenho na minha mão oportunidades que nunca pensei atingir por estar separada. Mas há 10 meses que pago todas as minhas contas, cuido das minhas filhas a tempo inteiro, e ainda tenho sonhos que sei estarem agora mais perto que nunca. Hoje o meu autocarro para o meu trabalho estava a ser conduzido por uma mulher. Quando eu era pequenina, era inimaginável ver uma mulher a conduzir qualquer tipo de transporte público. 

 

E eu vou tentar sempre que as minhas filhas tenham um dia orgulho em ser mulheres, e que por isso mesmo não devem deixar homem algum impôr limites naquilo que elas mesmas se propuserem a alcançar. Possibilities are endless.

03
Jun16

O discurso da separação amorosa

Little Miss Sunshine

 

'Um dos sentimentos mais comuns depois de uma separação amorosa é a enorme curiosidade em relação ao destino do outro. Mesmo o parceiro que tomou a iniciativa fará de tudo para saber como o abandonado está passando. Esse interesse raras vezes resulta de uma genuí­na solidariedade.

 

 

Decorre, na maioria dos casos, de uma situação ambivalente que lembra o mecanismo da gangorra. Por um lado, ver o sofrimento de uma pessoa tão íntima nos deixa tristes; por outro, satisfaz a vaidade. Num certo sentido, é gratificante saber que o ex-companheiro vive mal longe de nós e teve prejuízos com a separação.

 

 

Esse aspecto menos nobre da personalidade humana, infelizmente, cos­tuma predominar. Se o outro está se recuperando com rapi­dez, se busca novas companhias, mostran­do-se à vontade na condição de descasado, ficamos surpresos e deprimidos.

 

 

Percebemos que não somos tão indispensáveis quanto pensávamos. Nosso orgulho, então, é atingido, pois precisamos nos sentir importantes, precisamos saber que nossa ausência provoca dor. Se o outro estiver feliz, duvidamos de nós mesmos e isso é desgastante. "Como é possível que alguém se ajeite na vida mais rapidamente do que eu?", indagamos, e a certeza de que seme­lhante absurdo aconteceu nos deixa tristes.

 

 

Muitas pessoas confundem essa tristeza com amor. Será que ainda estamos apaixonados? Será que a separação foi precipitada? Pode até ser. Mas o ingredi­ente principal de nossas emoções é a vaidade, o orgulho ferido. Às vezes, procu­ramos disfarçar esse sentimento menos nobre, escondendo-o por trás de uma ines­perada dor de amor. É uma forma de negar pensamentos que não gostaríamos de ter.'

 

Flávio Gikovate

In http://pensador.uol.com.br/frase/NzI5ODE4/

 

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