Devido aos muitos emails, comentários e mensagens que me chegam, vou estar na semana que vem ao vivo na minha página do blog no facebook. Se tiveres questões sobre vir estudar para o Reino Unido, podes perguntar-me directamente e dentro daquilo que sei, tentarei responder ás tuas dúvidas.
Esta semana comecei uma parceria com o blog 'A Vida Não Tem de Ser Perfeita' e todos os meses vou partilhar um bocadinho do meu dia a dia como mãe e profissional por lá. Apareçam. O primeiro post está aqui.
Hoje a caminho do trabalho cruzei-me com dois portugueses que trabalham perto de mim. Já não é a primeira vez que me cruzo com eles. Gosto sempre de me encontrar com 'tugas' porque raízes são raízes, e desde que estou separada que sinto falta de falar a minha língua com gente adulta - mesmo que seja só para dizer 'Bom dia'.
Geralmente só falo com a família por mensagens, e as minhas filhas pouco falam português (uma porque se recusa teimosamente a fazê-lo e a outra porque tem 18 meses e ainda não fala!), e eu sinto-me muito isolada.
Tirando os livros que vou lendo, e a escrita que vou fazendo por aqui, tenho perdido o hábito de usar o português para comunicar e sinto falta, porque por mais que eu seja fluente em Inglês, há sentimentos e emoções que são difíceis de transpôr para uma língua estrangeira...
Hoje o meu bom dia foi acompanhado por um 'Como está a senhora?', seguido por um 'WTF!?' mental meu.
- 'Senhora...? Não sou assim tão velha!' - respondi eu, meio ainda em estado de choque.
- 'Senhora, por uma questão de respeito' - disse logo um deles.
Entrei no café a pensar 'Quando é que eu me tornei uma 'senhora'? Mesmo sendo por uma questão de boa educação, quando é que eu deixei de ser menina?
Fiquei com o coração apertado. Senhora para mim sempre foi a minha mãe. Eu sempre fui menina, como é que esta metamorfose aconteceu...? Mas a verdade é que já quase não me lembro dos meus 20s, e daqui a uns (poucos) anos já estou a sair dos 30s, tenho duas filhas, uma carreira, já passei por um casamento e um descasamento... Como disse a minha irmã e bem, nós tornamo-nos na nossa mãe.
Hoje eu sou para as minhas filhas aquilo que a minha mãe era para mim nas décadas que me parecem de ontem. Sou uma senhora, mas isso não me cai bem. Quero ser menina, não quero ser senhora... Não gosto.
- 'Como está a MENINA?' - Perguntou-me ele mais tarde, quando eu ía já para casa, depois de uma manhã intensa a dar aulas de economia.
- 'Muito melhor!' - Respondi eu, com um sorriso estampado na cara que dura até agora.