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E o céu azul brilhará...

Diário de uma académica portuguesa em Londres

E o céu azul brilhará...

Diário de uma académica portuguesa em Londres

18
Nov16

Soltem-se!

Little Miss Sunshine

 

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Hoje estou completamente preguiçosa. Estou no escritório, e fiz algum trabalho, mas como estou sózinha a mente viaja...! E a minha está bem longe daqui. Tanta coisa aconteceu no espaço de 2 anos que eu hoje reconheço ter sido para o melhor. Aprendi que mesmo sózinha eu consigo ser boa mãe, gerir uma casa e ainda ser boa profissional (hoje não conta!). Muitas vezes, durante o processo de mudança na minha vida, olhei para mim e não quis saber de mim. Esqueci-me de quem era, e isso é das piores coisas que se pode fazer, especialmente enquando se atravessa uma fase da nossa vida em que tudo o resto à nossa volta parece desabar. Tive tantos momentos em que não me apetecia saír da cama, quanto mais de casa.

 

Mas as minhas miudas puxavam por mim, e as coisas - com tempo - começaram a tomar forma e a compôr-se. Comecei a perceber o que eu queria da minha vida, comecei a reconhecer em mim o meu sorriso, a minha vontade de cuidar de mim, e comecei a perceber que é importante colocarmo-nos no centro do nosso mundo de vez em quando. Pendurar as capas de mãe, profissional e trintona, só para voltar a ser aquela adolescente malandra, atrevida, e feliz, que não tem medo de ir atrás do que quer, nem medo de fazer o que lhe apetece. 

 

Eu, que passei a minha vida toda a achar que não podia viver sem um alguém ao meu lado, estou feliz sózinha, com as miudas - é certo -  de coração cheio e um sentido de liberdade renovada. E o melhor disto tudo é que nem sequer sinto necessidade de preencher o lugar que antes pertencia a uma pessoa que amei muito. Hoje, nesta altura, nesta hora, neste minuto e neste segundo... posso dizer que me sinto feliz com as pessoas na minha vida, os meus amigos, familia - e eles bastam-me.

 

Prometi-me a mim mesma viver a vida, agarrar-me aos momentos fugazes e bons que me vai proporcionando. Andei presa a indefinições durante tanto tempo que agora eu só quero mesmo é viver de momentos, sem pensar em mais nada. E aproveitar o tempo com as minhas miudas, os meus amigos, entre noites de netflix, conversas no Tinder e no Facebook, ou um bom livro no Kindle. O mundo é enorme, e as oportunidades estão em todo o lado. Muitas vezes não as vemos porque nos deixamos levar por uma onda de falta de confiança. No entanto, estão lá. E só cabe a nós libertarmo-nos das correntes que nós próprios criámos e deixar as coisas acontecerem. Porque elas vão acontecer. 

 

Soltem-se.

15
Nov16

Os ciclos dos meus círculos viciosos

Little Miss Sunshine

Estes dias tenho-me sentido fora de água. Não é a falta de companhia, porque essa não me tem faltado (online e offline), mas é a repetição de certas situações na minha vida. Não fui nunca pessoa de procurar saídas rápidas de situações que me incomodam ou que não me deixam seguir em frente, mas estes últimos dias têm servido para acentuar ainda mais um facto: eu já não sou a mesma pessoa que era há uns meses atrás, e não quero mais voltar a um passado que apesar de me ter dado duas razões de viver, também me fez passar por momentos de grande desgaste emocional e de grande tristeza.

 

Neste medo de não querer magoar nada nem ninguém, ando a pisar ovos na minha própria vida. Invento personagens sobre mim que nada têm a ver com a pessoa que sou. E estou cansada... Só quero ser eu, e ser respeitada por ser eu. Quero que olhem para mim e gostem de mim por mim e não por aquilo que eu posso dar, ou posso fazer, ou posso oferecer.

Vivo um descontentamento geral por tudo aquilo que hoje me rodeia: pessoas, situações e especialmente, círculos viciosos causados por esse mesmo descontentamento. Quero o que não posso ter, fantasio sobre o que não posso viver, e sinto-me a pior pessoa à face da terra, porque poderia ter tudo o que tive, e no entanto persisto em escolher sonhos, fantasias e promessas vãs feitas em momentos tardios e obscuros.

De nada me vale ser dona do meu nariz se não consigo olhar para mim e apreciar o que tenho dentro de mim. Parece que preciso sempre da aceitação de alguém, e esta insegurança pessoal é uma falta de maturidade impressionante. Mas se calhar é mesmo isso que eu preciso, ser imatura e deixar de pensar nas coisas todas de uma vez por todas. Viver o momento. Apreciar o que tenho e não sentir remorsos nem medo se esses momentos durarem 1 hora, 1 semana ou 1 mês.

Há quem diga que as minhas circunstancias mudaram muito de há uns anos para cá. A maior delas todas foi ter-me tornado mãe e isso parece que faz com que a minha atitude perante os outros seja pontilhada pela ansiedade e insegurança, já para não falar do medo de certas situações mais atípicas. No entanto, por essa mesma razão deixo de viver, de experimentar e de apreciar as coisas que me rodeiam. Deixo de ser eu.

E que vida é essa? E porque é que me sinto mal de querer ser feliz sem olhar para trás?

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