Saudades...
Tenho saudades de estar apaixonada de verdade...
Daquela paixão que aquece o sangue nas veias, e faz bater o coração mais depressa...
Saudades de sentir arrepios de cada vez que me tocam, ou me beijam. Saudades de confiar em alguém de corpo e alma, daquele tipo de confiança de fechar os olhos e deixar-me cair de costas porque sei que essa pessoa me vai apanhar.
Não há ninguém na minha vida, que esteja disponível, e que me desperte esses sentimentos. E eu pergunto-me muitas vezes... Será que eu vou ser daquelas pessoas que simplesmente vão navegando pela vida, e tocando na vida de outras pessoas, alterando-lhes o rumo, mas que não são capazes de encontrar o rumo para si próprios?
Porque, viver para o trabalho - por mais que se goste do que se faça - um dia deixa de fazer sentido. E depois, o que é que fica? O vazio?
Passei a minha infância a sonhar com príncipes encantados, romances hollywoodescos e um final que incluísse 'felizes para sempre' escrito a chocolate sobre nuvens... Eu sei que a realidade não tem dessas coisas, e sonhar não ajuda muito a manter os pés assentes na terra. A passos largos do meu 31º aniversário, vejo à minha volta tudo o que conquistei, e tudo o que já perdi... E começo a fazer o balanço da minha vida e vejo que a àrea de maior desequilíbrio vem do meu coração e da minha impossibilidade de me comprometer.
E acreditem que eu odeio isso.
Odeio olhar à volta e não ver ninguém que me faça dizer:
'Possa, pá!'
... e sorrir.