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E o céu azul brilhará...

Diário de uma académica portuguesa em Londres

E o céu azul brilhará...

Diário de uma académica portuguesa em Londres

26
Mar17

Um alguém qualquer

Little Miss Sunshine

 

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Eu culpo a influência que muitos filmes que vi (e muitos livros que li, bem como muitas músicas que ouvi) tiveram na minha infância (e em parte na minha adolescência) por me terem criado tantas expectativas em relação ao amor. Da Branca de Neve ao Dirty Dancing, da família Inglesa à falta de coincidências - tudo se centrava sempre num ser feminino incompleto que só se tornava inteiro quando a personagem masculina entrava em cena, e prontamente roubava o coração da menina ou mulher – muitas vezes através de um ‘meet-cute’ que nada mais é que pura orquestração fantasista de um autor com uma veia muito criativa. Talvez nesse passado as pessoas soubessem mais o que é o amor, talvez essas histórias reflectissem muito mais a realidade de então... 

 

Hoje, quando olho para trás e comparo a percepção de amor de então com a dos dias de hoje, sinto-me uma deslocada, quase extra-terrestre. Eu, que andei a maior parte da minha vida à espera de uma realidade que hoje sei que não existe (a acreditar em contos de fadas, príncipes encantados, princesas salvas de torres ou dragões (ou ambos), abro o Tinder e quase choro de raiva. As pessoas não valorizam mais uma conversa. É tudo tão crú. Quando em teenager eu chorava no meu quarto noites a fio - ou por ter sido rejeitada pelo rapazito lá da escola, ou porque o namorado não demonstrava sei lá eu o quê que eu precisava na altura (emoção ou atitude) - dever-me-ía ter sido explicado logo aí que contos de fada estão nos livros e que, com o tempo, o amor muda - tal como as marés, as luas, e as estações do ano. A vida é mais drama que romance, mais tragédia que comédia, e os rapazes... os rapazes são isso mesmo, rapazes... não têm a chave da felicidade, não são o centro da felicidade, e por melhores que sejam na cama, por mais doces que sejam com as palávras, por mais emocionantes que sejam com as atitudes deles, não sabem o que é o amor nem vão preencher os espaços vazios deixados pelas bagagens emocionais do passado.

 

Se eu não estiver de bem comigo, nem de bem com a minha vida, então nada nem ninguém me vai preencher o vazio que essa falta de amor-próprio vai deixando dentro de mim. E nesta altura eu ando fria, fria, fria. Não sinto nada por ninguém. Não consigo empolgar-me com um olhar, nem emocionar-me com um beijo, nem mesmo estremecer com um toque. Parece que deixei as emoções de lado, e na minha vida é tudo tão mecânico, instintivo e sem sentido. Deixei-me contagiar pela falta de amor do mundo... Não quero que cuidem de mim, não quero permanência, nem que ocupem o meu espaço durante o dia, e muito menos que entrem na minha vida a pedir amor, atenção ou carinho de mim. Não posso dar isso, nem sinto que quero dar isso.

 

Começo a pensar que estou estragada, que estou partida. Deixei de fazer tudo com amor. 

 

Baixo os braços e não luto por corações de ninguém, porque estou num sítio onde vejo todos os dias compromissos a valerem muito pouco ou nada, confianças e promessas a serem todos os dias destruidas, ignoradas… mexer-me para quê? Lutar para quê? Comigo é tudo ou nada, e para quê dar o meu tudo se tudo hoje em dia não tem valor nenhum? Para quê esforçar-me por algo ou alguém que pode vir a destabilizar o meu sossego, o meu ritmo, a minha solidão controlada (que é repleta de risos infantis, e desenrascansos diários). Se hoje eu sou independente e vivo em paz, para quê complicar?

 

Por isso é que eu tantas vezes digo... quem quiser entrar na minha vida de forma mais permanente vai ter de lutar muito para provar ser digno de um lugar ao meu lado, porque  eu vivo com a minha paz de espírito e com o meu recém-descoberto egoísmo. Tem de merecer que eu sacrifique, por opção própria, essa liberdade. Mas como eu disse antes… eu ando fria, fria, fria… mesmo gelada. Se não vem somar nada à minha vida, pode até ser físico e fugaz, mas não vou deixar que fique. Tem que adicionar algo único ao que eu já tenho para que a minha vida fique melhor que hoje. E acreditem… vai ter de ser alguém muito, muito especial, porque nesta altura do campeonato eu estou a 100%, sou completa, e estou feliz assim mesmo - só eu e as minhas miúdas. Não estou disposta a mudar nada do que tenho, nem nada do que conquistei, por um amor fingido, ou por um alguém qualquer. E isso é amor do mais honesto e puro: é amor próprio. 

 

20
Mar17

Dias de chuva...

Little Miss Sunshine

Sempre que chove dá-me para pensar na vida. Com a agravante de estar em casa a trabalhar hoje, porque tive de ir ao médico de manhã! Não só me dá para pensar demais na vida, como também estou com um sono daqueles de caír na cama e só acordar em Abril - e sem poder dormir porque tenho emails para mandar, amigos para ajudar e crianças para alimentar e meter na cama. 

Venha o café e a esperança de um dia de sol.

 

 

13
Fev17

Marés, barcos e marinheiros...

Little Miss Sunshine

Eu acredito que a vida nos coloca à frente tudo aquilo que nós precisamos. Quer seja para que encontremos pequenas coisas que nos façam felizes, para evoluirmos como pessoas, para aprendermos algo que na altura até nos pode parecer sem sentido, ou para simplesmente nos dar alguma paz - a nossa vida não é sempre linear e são os altos e baixos que a tornam tão especial, e que nos tornam tão únicos.

 

Pode não ser muito óbvio às vezes, pode até parecer difícil de conseguirmos essas coisas, esses objectivos ou de nos aproximarmos dessas pessoas que nos dizem algo. Mas se têm de fazer parte da nossa vida, por pouco tempo que permaneçam a traçar os mesmos caminhos que nós, valerá a pena.

 

Na minha vida tem sido sempre assim, um bocado como as marés e as luas: umas vezes a maré está vazia, a tristeza aparece, a dúvida fica, o coração encolhe... outras vezes a maré está cheia: cheia de oportunidades, cheia de escolhas, cheia de amor, cheia de pessoas, barulho, confusão, risos e danças solitárias no escuro. Aprendi a viver esses momentos intensos sem olhar para trás. Aproveitar tudo, tudo, antes que a maré vazia chegue. E quando a maré vazia chega, ficam sempre os alicerces para mais e melhor, ficam recordações e aprendizagens... nessas fases aproveito para me concentrar noutras coisas, olho para outros lados em busca de inspiração, e agarro outras oportunidades.

 

Nunca fui de as desperdiçar. Não sou de viver a pensar nos ‘e ses’ da vida. Sou de agarrar tudo o que vem, e depois seleccionar o que fica, se eu realmente quiser que fique. Foi assim que fui construindo a minha vida, pedra a pedra, degrau a degrau. Não fiz planos, não faço planos. Planos criam expectativas e eu não lido bem com elas. Sempre que as crio e algo depois não se concretiza, a decepção é mortal. Não, prefiro viver um dia de cada vez.

 

Aprendi a ter calma em algumas coisas, a ser paciente, a esperar o momento certo para fazer A,B, ou C... tal como um pescador no meio de um mar calmo, como tem de ser para todas as coisas...

 

Todas, menos as coisas do coração! Nessas continuo como um barco à deriva, perdido... sou a mesma sonhadora, a mesma apaixonada por tudo e por todos, a mesma cabeça no ar - não tenho culpa! No coração não se manda, o coração só sente... e logo eu, que gosto de emoções fortes, da entrega, do amor fugaz e sem cobrança, dos risos cúmplices, da liberdade dos depois. Também não tenho tempo para mais, e mesmo que quisesse mais a vida não me está a dar certezas agora, só momentos – but I am fine with it.

 

Vivo de oportunidades, de tentativas vá. Se der, dá, se não der, tudo bem na mesma. Mas desistir é que está fora de questão, porque desistir é que não é mesmo a cena do teatro que é a minha vida... ser feliz só depende de nós, e para mim, ser feliz é estar em paz com tudo e com todos. Ajudar quem posso, cuidar de mim e das minhas miudas, não magoar ninguém.

 

14
Jan17

Encruzilhadas

Little Miss Sunshine

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Estou a escrever isto com muito poucas horas de sono, por isso perdoem-me a falta de sentido nas minhas palávras mas preciso de alguma claridade mental e lucidez – e a única maneira de conseguir isso é escrevendo.

 

Na verdade há quase uma semana que não sei o que é dormir seguido. A minha miuda mais nova está doente e eu também não estou melhor. Para ajudar ando stressada com algumas coisas, e estou cada vez mais confusa comigo mesma. Os últimos dois meses têm sido de abrir os olhos. Começo a achar que o meu coração virou pedra. Sinto que ando a fazer coisas por fazer, sem sentido e nem emoção. E quem me conhece sabe que eu não sou assim.

 

Se eu antes tinha algum bom senso, nesta altura não conheço limites para a minha estupidez. Provoco e depois não sou de voltar atrás, faço coisas e depois questiono-me… não sei sinceramente de onde vem a coragem para eu levar até ao fim todas essas coisas que de repente aparecem à minha frente. Foi como se tivesse passado estes anos numa jaula, a ser ferida a toda a hora, e de repente LIBERDADE.

 

 

E depois o que fazer com essa liberdade? Digam-me lá vocês, porque eu acho que estou a perder o meu juizo. Quero agarrar as oportunidades todas, porque a vida é curta… mas na pressa de apanhar tudo o que a vida me manda para cima acabo perdida em momentos de dúvida e insegurança. Pior, passo por ser quem não sou.

 

Afinal o que eu quero é sentir algo. Porque nesta altura não estou a sentir nada! Não sinto absolutamente nada…

 

Talvez eu tenha é um problema de escolhas. Não escolho o que me convém, quero sempre o que é mais difícil, o que não posso ter. Quero para ontem o que só vem amanhã ou depois. Quero emoções fortes, sentir o meu coração acelerado, sentir-me viva!

 

Só que nesta altura sinto-me é mais como uma abelha que anda perdida… e em que por mais flores que pouse, nenhuma me faz sentir em casa, porque nenhuma é realmente minha…

 

Pedra. É muito mais fácil ser uma pedra. As pedras resistem e não sofrem. as pedras são quentes ou frias dependendo daquilo que se fizer com elas. 

 

It's all fucked up...

31
Dez16

Adeus 2016!

Little Miss Sunshine

Este é o meu último post de 2016. Este ano não foi simpático com ninguém e acho que muita gente está ansiosa por lhe dizer adeus. No meu caso pessoal, foi um ano de mudanças pessoais e profissionais. Foi um ano de descoberta, e de aceitação. Descobri que mesmo sózinha sou forte, que se meter na cabeça que consigo algo é com determinação, dedicação e muito trabalho que chego lá – mas chego lá mesmo, demore o tempo que demorar. Mas com isto aprendi também a aceitar que muito do que se passa à minha volta está muitas vezes fora das minhas mãos, principalmente quando isso envolve outras pessoas.

 

Este ano foi um ano de equilíbrio, e de muitos balanços pessoais e profissionais... novos desafios vêm por aí. Para o final do ano de 2016 as coisas andaram um bocado à maluca, de perder a cabeça mesmo... Mas foi bom esquecer a pessoa que me tornei para reencontrar a pessoa que sempre fui - sem medo nem vergonha. Passei a deixar de ouvir os outros, a deixar de agir de acordo com o que se espera de mim, e passei a ouvir mais o meu coração, e sempre, mas sempre, a tentar dar o melhor de mim ás minhas filhas, apoiar a minha família e dar força aos meus amigos.

 

Foi um ano de sacrifício. Entrei numa dieta rigorosa, deixei de ser obesa, estou já na escala mais baixa de excesso de peso. Desci 2 números de roupa, e tive de comprar um monte de roupa porque a que eu tinha já estava larguíssima (yay!!)... a dieta vai continuar em 2017, e a partir de Janeiro começo a fazer ginásio e piscina também.

 

Foi um ano de entre-ajuda... quem me conhece sabe que eu saio do meu caminho para ajudar quem posso, para apoiar quem precisa - mesmo que isso signifique menos horas de sono, ou um serão à frente do computador. Este ano ajudei amigos a encontrar o caminho deles, ajudei amigos a atingir metas profissionais, académicas... pelo meu blog ajudei pessoas a conseguirem emigrar com algum sucesso, ou a entrarem para a universidade. Fiz colaborações em blogs, apoiei iniciativas, e vi muita gente atingir objectivos que nunca pensaram possíveis. O mérito, no entanto, é todo deles...


Mas nem tudo foi bom... foi um ano de medos, inseguranças, incertezas. Há quem diga que por isso eu fiquei mais fria, mas quem me conhece sabe que eu sou tudo menos fria. Aprendi a distanciar-me de quem me faz mal, a entender que nem toda a gente que se aproxima quer o nosso bem, e que todos temos os nossos problemas. No entanto, uns encaram as coisas de frente, outros preferem esperar que as coisas se resolvam. Bem, nada se resolve se a gente não se mexer.

 

Estou desejosa de entrar em 2017 para continuar a minha jornada ao lado dos meus familiares e amigos, crescer mais como pessoa, educar as minhas miúdas a serem um bocadinho como eu, e acima de tudo, ser feliz. Porque não tenho mesmo razão nenhuma para não o ser. Aos novos começos e à consolidação das coisas boas que começaram em 2016, mas que ainda vão fazer 2017 dar muito que falar...! Tchin-tchin! 

 

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#sozinhamasfeliz

18
Nov16

Soltem-se!

Little Miss Sunshine

 

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Hoje estou completamente preguiçosa. Estou no escritório, e fiz algum trabalho, mas como estou sózinha a mente viaja...! E a minha está bem longe daqui. Tanta coisa aconteceu no espaço de 2 anos que eu hoje reconheço ter sido para o melhor. Aprendi que mesmo sózinha eu consigo ser boa mãe, gerir uma casa e ainda ser boa profissional (hoje não conta!). Muitas vezes, durante o processo de mudança na minha vida, olhei para mim e não quis saber de mim. Esqueci-me de quem era, e isso é das piores coisas que se pode fazer, especialmente enquando se atravessa uma fase da nossa vida em que tudo o resto à nossa volta parece desabar. Tive tantos momentos em que não me apetecia saír da cama, quanto mais de casa.

 

Mas as minhas miudas puxavam por mim, e as coisas - com tempo - começaram a tomar forma e a compôr-se. Comecei a perceber o que eu queria da minha vida, comecei a reconhecer em mim o meu sorriso, a minha vontade de cuidar de mim, e comecei a perceber que é importante colocarmo-nos no centro do nosso mundo de vez em quando. Pendurar as capas de mãe, profissional e trintona, só para voltar a ser aquela adolescente malandra, atrevida, e feliz, que não tem medo de ir atrás do que quer, nem medo de fazer o que lhe apetece. 

 

Eu, que passei a minha vida toda a achar que não podia viver sem um alguém ao meu lado, estou feliz sózinha, com as miudas - é certo -  de coração cheio e um sentido de liberdade renovada. E o melhor disto tudo é que nem sequer sinto necessidade de preencher o lugar que antes pertencia a uma pessoa que amei muito. Hoje, nesta altura, nesta hora, neste minuto e neste segundo... posso dizer que me sinto feliz com as pessoas na minha vida, os meus amigos, familia - e eles bastam-me.

 

Prometi-me a mim mesma viver a vida, agarrar-me aos momentos fugazes e bons que me vai proporcionando. Andei presa a indefinições durante tanto tempo que agora eu só quero mesmo é viver de momentos, sem pensar em mais nada. E aproveitar o tempo com as minhas miudas, os meus amigos, entre noites de netflix, conversas no Tinder e no Facebook, ou um bom livro no Kindle. O mundo é enorme, e as oportunidades estão em todo o lado. Muitas vezes não as vemos porque nos deixamos levar por uma onda de falta de confiança. No entanto, estão lá. E só cabe a nós libertarmo-nos das correntes que nós próprios criámos e deixar as coisas acontecerem. Porque elas vão acontecer. 

 

Soltem-se.

15
Nov16

Os ciclos dos meus círculos viciosos

Little Miss Sunshine

Estes dias tenho-me sentido fora de água. Não é a falta de companhia, porque essa não me tem faltado (online e offline), mas é a repetição de certas situações na minha vida. Não fui nunca pessoa de procurar saídas rápidas de situações que me incomodam ou que não me deixam seguir em frente, mas estes últimos dias têm servido para acentuar ainda mais um facto: eu já não sou a mesma pessoa que era há uns meses atrás, e não quero mais voltar a um passado que apesar de me ter dado duas razões de viver, também me fez passar por momentos de grande desgaste emocional e de grande tristeza.

 

Neste medo de não querer magoar nada nem ninguém, ando a pisar ovos na minha própria vida. Invento personagens sobre mim que nada têm a ver com a pessoa que sou. E estou cansada... Só quero ser eu, e ser respeitada por ser eu. Quero que olhem para mim e gostem de mim por mim e não por aquilo que eu posso dar, ou posso fazer, ou posso oferecer.

Vivo um descontentamento geral por tudo aquilo que hoje me rodeia: pessoas, situações e especialmente, círculos viciosos causados por esse mesmo descontentamento. Quero o que não posso ter, fantasio sobre o que não posso viver, e sinto-me a pior pessoa à face da terra, porque poderia ter tudo o que tive, e no entanto persisto em escolher sonhos, fantasias e promessas vãs feitas em momentos tardios e obscuros.

De nada me vale ser dona do meu nariz se não consigo olhar para mim e apreciar o que tenho dentro de mim. Parece que preciso sempre da aceitação de alguém, e esta insegurança pessoal é uma falta de maturidade impressionante. Mas se calhar é mesmo isso que eu preciso, ser imatura e deixar de pensar nas coisas todas de uma vez por todas. Viver o momento. Apreciar o que tenho e não sentir remorsos nem medo se esses momentos durarem 1 hora, 1 semana ou 1 mês.

Há quem diga que as minhas circunstancias mudaram muito de há uns anos para cá. A maior delas todas foi ter-me tornado mãe e isso parece que faz com que a minha atitude perante os outros seja pontilhada pela ansiedade e insegurança, já para não falar do medo de certas situações mais atípicas. No entanto, por essa mesma razão deixo de viver, de experimentar e de apreciar as coisas que me rodeiam. Deixo de ser eu.

E que vida é essa? E porque é que me sinto mal de querer ser feliz sem olhar para trás?

19
Set16

Fairgrounds...

Little Miss Sunshine

Há dias em que o amor das minhas filhas não me chega. Dias em que o aconchego de um abraço adulto, um beijo quente no pescoço e um carinho fazem-me falta. Há dias de solidão em que a noite vem, o silêncio se instala, e depois tudo é vazio: a minha cama, o meu coração, vazio de emoção. Nenhuma música hoje me anima, só me lembra daquilo que não tenho. Sou uma ingrata, eu sei. Porque é que a gente se agarra ao que nos deixa incompletos, em vez de valorizarmos e agradecermos o que temos? Há noites assim, coloridas pelos romances dos livros na mesa de cabeceira, alimentadas pelas vontades que não se materializam, e pelos sonhos que o sono traz, forçado pelo cansaço dos dias. Na minha imaginação a perfeição é outra... e os sorrisos virão quando tiverem de vir. Para já, silêncio, preces. Amanhã será outro dia.

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