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E o céu azul brilhará...

Diário de uma académica portuguesa em Londres

E o céu azul brilhará...

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07
Abr16

Chaos...

Little Miss Sunshine

Esta semana tem sido pontilhada por intensos dias de trabalho e pouco tempo com as minhas meninas. A mais veha está nas famosas férias da Páscoa e está com o pai - Férias de Páscoa que de Páscoa nada têm, porque começaram uma semana depois da dita época festiva. A mais nova continua a ir para o infantário nos seus dias normais. Pelo meio fui oferecida uma oportunidade na universidade para trabalhar a tempo inteiro e esta semana resolvi testar esse conceito já que há mais de 5 anos que trabalho a tempo parcial (não por minha escolha, necessariamente, mas porque não tive outra opção depois das meninas nascerem. Era para ser temporário, mas o preço dos infantários neste país estão mais caros que as rendas de aluguer - com isto eu estou mesmo a dizer para cima de £800 por um lugar num infantário a tempo parcial. A pouca flexibilidade laboral do pai delas também não permitiu que eu voltasse ao trabalho em força mais cedo, uma vez que não tive muitas ajudas enquanto estivemos juntos por ele estar quase sempre fora a trabalho).

Agora que estou a fazer algo por mim, sózinha, e que tenho uma base de apoio razoávelmente estabelecida, estou mais que pronta para voltar ao activo porque preciso de mais dinheiro mas também porque quero alcançar os objectivos que tinha antes de decidir casar e ter filhos, por exemplo, tirar de vez o meu doutoramento e começar a fazer pesquisas e publicações frequentes sobre os temas que mais me interessam em macro-economia. Não vai ser fácil, mas também não tenho ilusões de que vou conseguir fazer tudo de forma ligeira e descomprometida. As minhas filhas estarão sempre em primeiro lugar. Eu sei que quando elas estiverem doentes eu vou perder dias de sono e de trabalho. Eu sei que quando elas precisarem de mim eu vou ter de pousar os livros e investir em tempo em família. Estou habituada a sacrificar-me, mas tornei-me perita em organisar a minha vida com elas e sem elas. Os meus sonhos e objectivos vão continuar a estar lá, mesmo que eu demore um bocadinho mais a lá chegar - afinal, coloquei tudo em espera na prateleira do meu futuro quando quis ser mãe. Há 5 anos que tenho andado a marcar passo à espera de poder começar de vez a marchar e a seguir em frente. Agora chegou a hora de ser um pouco egoísta, deixar de cuidar tanto dos outros e cuidar mais de mim.

Não vou deixar de ser boa mãe por isso. Pelo contrário, a realização profissional faz-me bem, alimenta o meu ego e a minha auto-confiança. Faz de mim uma pessoa mais feliz. E se isso significa eu ficar mais equilibrada emocionalmente, também significa que vou poder estar lá para as minhas filhas com muito mais paciência, mais amor, sorrisos...  Acima de tudo, deixa-me satisfeita o poder dar-lhes o exemplo de que o lugar de uma mulher é onde ela quiser, e de que a maternidade - quando bem gerida e devidamente apoiada - não precisa de criar um caos na nossa vida pessoal e profissional, nem mandar os nossos sonhos para as urtigas.

 

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