Liberdades
Olhei para o meu relógio hoje e vi que estava atrasada para ir buscar a minha filha mais velha. Quando estou no meu trabalho, sinto-me livre e feliz. Não quero dizer com isto que não sou feliz quando estou com as minhas filhas, mas há 5 anos que estou a trabalhar a meio gás e a pôr projectos importantes em stand-by por falta de tempo, de apoio, sei lá do quê! Agora que a mais nova está com quase ano e meio, e eu estou finalmente ao comando da minha vida e das decisões da minha vida, sinto que um mundo de oportunidades se abriu para mim mais uma vez.
Sou grata por ter amigos à minha volta que me dão coragem para enfrentar os meus medos, e sou grata por poder pagar as minhas contas - uns meses com mais dificuldades que outros - e poder dar às minhas filhas um exemplo de uma mulher inteira, que pode dar apoio maternal e ainda desenvolver e expandir uma carreira profissional com algum sucesso e reconhecimento.
Posso não ter liberdade para ir a festas, ou estar exausta para saír e jantar fora (muitas vezes porque a mais nova dormiu mal na noite anterior), mas tenho a liberdade para decidir o que quero e o que não quero da minha vida. Posso nem sempre acertar com as minhas escolhas, mas aprendi que com elas (e com cada adversidade) eu tenho mais uma razão para prosseguir em frente, confiar nos meus instintos, afiar as garras e ir à luta.
A vida não espera nem pára... e eu tenho os meus sonhos e os meus projectos pessoais. Já dei muito tempo à casa, muitos desses projectos estiveram mesmo muito tempo à espera de serem concretizados... mas chegou finalmente a hora de começar a fazer algo por mim e para mim, especialmente porque isso me vai garantir um futuro decente para as minhas filhas. Por isso vou sem medo, aceito a minha liberdade com confiança e certeza de que o que está para vir será sempre melhor do que tudo o que já passou.