Os ciclos dos meus círculos viciosos
Estes dias tenho-me sentido fora de água. Não é a falta de companhia, porque essa não me tem faltado (online e offline), mas é a repetição de certas situações na minha vida. Não fui nunca pessoa de procurar saídas rápidas de situações que me incomodam ou que não me deixam seguir em frente, mas estes últimos dias têm servido para acentuar ainda mais um facto: eu já não sou a mesma pessoa que era há uns meses atrás, e não quero mais voltar a um passado que apesar de me ter dado duas razões de viver, também me fez passar por momentos de grande desgaste emocional e de grande tristeza.
Neste medo de não querer magoar nada nem ninguém, ando a pisar ovos na minha própria vida. Invento personagens sobre mim que nada têm a ver com a pessoa que sou. E estou cansada... Só quero ser eu, e ser respeitada por ser eu. Quero que olhem para mim e gostem de mim por mim e não por aquilo que eu posso dar, ou posso fazer, ou posso oferecer.
Vivo um descontentamento geral por tudo aquilo que hoje me rodeia: pessoas, situações e especialmente, círculos viciosos causados por esse mesmo descontentamento. Quero o que não posso ter, fantasio sobre o que não posso viver, e sinto-me a pior pessoa à face da terra, porque poderia ter tudo o que tive, e no entanto persisto em escolher sonhos, fantasias e promessas vãs feitas em momentos tardios e obscuros.
De nada me vale ser dona do meu nariz se não consigo olhar para mim e apreciar o que tenho dentro de mim. Parece que preciso sempre da aceitação de alguém, e esta insegurança pessoal é uma falta de maturidade impressionante. Mas se calhar é mesmo isso que eu preciso, ser imatura e deixar de pensar nas coisas todas de uma vez por todas. Viver o momento. Apreciar o que tenho e não sentir remorsos nem medo se esses momentos durarem 1 hora, 1 semana ou 1 mês.
Há quem diga que as minhas circunstancias mudaram muito de há uns anos para cá. A maior delas todas foi ter-me tornado mãe e isso parece que faz com que a minha atitude perante os outros seja pontilhada pela ansiedade e insegurança, já para não falar do medo de certas situações mais atípicas. No entanto, por essa mesma razão deixo de viver, de experimentar e de apreciar as coisas que me rodeiam. Deixo de ser eu.
E que vida é essa? E porque é que me sinto mal de querer ser feliz sem olhar para trás?