Desde que cheguei a Inglaterra, em 2004, que vivi com o desejo ardente e vontade incontrolável de ir até à Cornualha. Ontem, graças ao meu marido, isso foi possível - ao fim de quase 6 anos de Inglaterra, esta foi uma espera e tanto!! E tenho que dizer... Amei a Cornualha. Estive mesmo no sul do país, num cantinho simpático chamado Penzance.
Onde eu estive...
Acordámos bem cedinho na segunda-feira, porque o meu marido tinha um trabalho para fazer no clube de Ténis de Penzance. Eram 3h30 da manhã quando eu me levantei, eram 4h30 da manhã quando saímos de casa. Tinha deixado preparado de véspera um farnel e tanto, com bagels mistos, queques de chocolate... Fiz café fresquinho para levar no termo, e um redbull para não adormecermos pelo caminho... Eu levei comigo o resto dos exames que faltavam para corrigir, porque como o marido ía ficar a trabalhar um bocado, eu aproveitei para pôr o trabalho em dia.
A viagem demorou 5 horas. Sim, leram bem! Foram 5 horas sempre a andar, primeiro de Londres até perto do sul do País de Gales, passámos pelo centro de Bristol, e depois foi sempre a descer por ali abaixo, até chegarmos a Penzance. O dia estáva super bonito, e a cidadezinha é lindíssima. A caminho de lá passámos por paisagens de cortar a respiração, campos infindáveis de colheitas, vacas, ovelhas... Parecia um Alentejo, só que com alguns altos e baixos, se bem que na maioria das vezes o terreno era bem direito.
Finalmente pude estar perto de uma praia que não era só pedragulhos. As praias perto de mim são todas sem areia, no lugar da areia estão aquilo que eles chamam 'pebbles', pedras redondas de grande envergadura, e que não permitem andar de pé descalço. Depois do marido terminar o serviço (e eu também), fomos passear. Passámos por St Ives, Hayle, Truro e Newquay.
Foram mais 5 horas de caminho para voltar, chegámos a casa super acabados, completamente partidos, e adormecemos nos braços um do outro, depois de mais um dia mágico na nossa vida de casados. Ficam algumas fotos para a posteridade...!
Dia perfeito em Penzance!
Eu, com o Monte de São Miguel (Mount of St Michael) por trás, na praia de Marazion.
Esta semana não tem sido fácil para mim. Ando deprimida, triste e revoltada com tudo e com todos. Não me apetece sair de casa, apesar de estar sol e tempo ameno. Não tenho vontade de fazer os meus trabalhos, de sequer abrir a boca para exclamar ai ou ui. Há alturas do dia em que eu dava o Mundo só para me rodear das minhas almofadas e de silêncio, para poder dormir e esquecer que ainda hoje só é terça-feira. Meus Deus... Nem a meio da semana estamos ainda. Estou em pânico autêntico...!
O meu marido, como sabem, está em Sheffield. Foi para lá este Domingo por motivos de trabalho e por lá vai ficar até ao próximo Domingo... passou a semana passada toda a trabalhar, eu só o tinha para mim à noite, na maioria das vezes nem o tinha sequer porque ele chegava cansado, comia e dormia.Não queria que ele fosse. Quando namorávamos ele só precisou de ficar fora uma semana... Que história é esta de ter que ir para o Norte agora semana sim semana não? Que coisa mais sem sentido, ainda agora casámos, não é altura para ele ficar longe de casa... esta é a altura em que deviamos ficar mais juntos, desfrutar do clima de lua de mel que (ainda) existe (mas não sei se vai durar muito mais, porque isto está a acabar comigo). O primeiro ano de casamento é um ano de ajuste, um periodo de construção de alicerces, em que ambos trabalham na relação para que ela tenha os alicerces bem fundos e seguros para o futuro...
Ou assim pensava eu. Pelos vistos, não é bem assim. Este ano já começou meio conturbado, e com estas ausências eu sinto-me vulnerável e sózinha. Os meus amigos dizem-me: 'Não sejas assim, ao menos ele tem um trabalho... bla bl bla...'!! Pois é, tem um trabalho que não lhe dá segurança, porque nem contracto tem. Um trabalho que não lhe paga contribuições para a segurança social daqui, o que quer dizer que se ele tiver um acidente de trabalho, o patrão bem pode esfregar as mãos de contentamento porque não lhe dá direito a indeminizações ou mesmo ajudas do Estado. Realmente, ele tem um trabalho sim, mas na verdade não é um trabalho que dá futuro ou que dê estabilidade. É um trabalho que dá dinheiro. Ponto.
Não gosto que ele esteja longe, não gosto, pronto! Estou a ser teimosa, bem sei, mas estou mesmo farta desta distância estúpida que teima em nos separar volta e meia... Meses de separação após o casamento, e agora semana sim, semana não, ele vai ter de ir para o Norte a trabalho e eu fico para aqui, de olhos tristes e sem espírito para fazer mais nada, achando que na verdade isto é uma conjura dos céus para me magoar. Só pode.
Esta semana então...! Uma semana de stress e de alguma tristeza também. Após 12 semanas, eis que as aulas acabam, e com isso começa a minha preocupação em relação ao meu futuro naquela Universidade...Não é só o que me custa ver os meus alunos seguir os seus destinos, onde quer que eles sejam, é também o fim de contractos e a diminuição de trabalho, que normalmente significa diminuição de dinheiro.
E os cursos de formação profissional? Parece que têm todos os prazos nos mesmos dias ou semanas, e eu ando num stress entre correcções de trabalhos/ exames e os meus projectos. Tentar driblar tudo isto está a deixar-me doida. Sinto falta da minha família, do apoio dos meus amigos, de estar no meu país, num ambiente que não me seja tão hostil nem acarrete tantas responsabilidades e stress... Se eu não amasse tanto o meu trabalho...Já tinha partido faz tempo, ido para outro lugar, um lugar que não me seja hostil, um lugar que eu já chamei casa um dia.
Com tudo isto em cima de mim até parece que perdi a alegria de viver. Sinto-me tão sózinha. Só quero mesmo enrolar-me no duvet, fechar os olhos e acordar na semana que vem. Nenhum projecto me alicia, nenhuma conquista me faz sorrir. Só quero chorar, e nem os meus colegas hoje me conseguiram animar. Amanhã tenho uma reunião com a minha chefe, para definir os meus cargos lá na Business School, e eu estou com um mau pressentimento. E nem posso falar com o meu marido, porque estou tão deprimida com a ausência dele que achei por bem cortar todo o tipo de contacto para não doer tanto...
Uma estupidez minha, claro está, porque com raiva e teimosia acabei por dizer coisas que não queria, e acabei por me magoar ainda mais. Nesta altura só peço paz na minha vida, e menos lágrimas, porque a continuar assim... não sei... estou perdida de só...
Olá! Começou a correria dos trabalhos - tenho 70 para corrigir até Terça-feira. Não sei se vou conseguir. Até agora só tenho 4 trabalhos corrigidos, e como o marido está de folga em casa este fim de semana, não me apetece trabalhar muito, só me apetece estar abraçadinha a ele, enroladinhos numa manta, a ver filmes non-stop e a trocar miminhos... Os dias aqui até têm estado super bons, quentes e ensolarados. Ontem deveria ter corrigido metade dos meus trabalhos, mas fui passear com o maridão para Londres e acabámos por voltar muito tarde. Resultado: não fiz nada, mas aproveitei bastante o dia.
Esta semana tenho tido uma amiga a viver aqui connosco também. Ela veio de Portugal, tentar a sorte dela neste país, e eu ando a ver se a encaminho na direcção certa. Nesta altura estamos à procura de emprego para ela, para ver se ela se endireita, e consegue refazer a vida dela e ser feliz. É meio complicado, no entanto, gerir um casamento em plena lua-de-mel, e ajudar uma amiga, tudo num estúdio-flat.
O maridão, que já começou a trabalhar esta semana, vem tarde e cansado ao fim do dia. Eu idem, se bem que a semana passada estive doente, e nem consegui ir ao curso de formação profissional que me ía dar acreditação pela Higher Education Academy - tive de fazer nova inscrição para o próximo curso, o qual só se vai realizar em Setembro.
Mais, tenho um trabalho para fazer para aquele curso de Blended Learning que andei a tirar durante 10 semanas, as aulas começam já amanhã e eu estou a substituir um colega em algumas das disciplinas dele, por isso estou literalmente lixada. Infelizmente o tempo não estica, e por mais que eu ame aquilo que eu faça, chega a esta altura do ano, e eu sinto que deixei de ter vida - ou que a minha vida é trabalho a 100%.
Nesta altura não posso começar a desligar do trabalho, porque as coisas na consultadoria não andam famosas, a falta de projectos significa que o meu contracto de trabalho só vai durar até ao fim do mês que vem, a partir do qual passarei a 'Casual', isto é, funcionária paga à hora e sem qualquer vínculo permanente contratual.
Este Verão vou andar a contar tostões, porque não vou estar a dar aulas (obviamente), e não há grandes chances de me cair um contracto do céu. Mas eu vou fazendo os possíveis para me dar bem, e me governar. Desde Portugal, o maridão tem sido um apoio imprescindível para mim, e nós estamos em completa sintonia, como nunca estivemos antes.
Só que a nossa intimidade, obviamente, está limitada... Pelo menos enquanto a minha amiga cá estiver. E apesar de isso não estar a causar qualquer tipo de problema, tenho saudades da nossa liberdade de acção... 'If you know what I mean...!'
Estou muito feliz. Quando ele me mostrou a certidão do casamento pelo messenger fiquei contente, porque este é o primeiro passo para ter o meu maridão mais perto. O próximo passo é para a semana já, quando ele for ao Rio de Janeiro meter os papeis para o visto, e tirar os dados biométricos. E depois é cruzar os dedos e esperar que lhe emitam o visto o mais rápido possível para que ele possa vir para pertinho de mim...! Mmmh! Que saudade......!
As coisas começam a compor-se e a caminhar na direcção certa...
Amanhã vou fazer análises de rotina a uma GUM Clinic. Tenho de acordar cedo, porque tenho de estar no hospital às 9h30 da manhã. Não me apetece muito ter de acordar cedo e saír para o frio, sabendo de antemão que vou ser picada e observada e sei lá que mais, mas tem de ser...
Gum clinics, para quem não sabe, são clínicas de saúde sexual - também chamadas de 'genito-urinary medicine (GUM) Clinics'. O serviço que oferecem é gratuito e confidencial. Não é que eu ande a saltar de cama em cama, porque não ando, mas como desde a última vez que fiz os testes mudei de parceiro, vou fazer um check-up completo - quero ter filhos e por isso quero ter a certeza que está tudo bem.
Primeiro eles fazem uma análise de risco, através de algumas perguntas básicas. Depois pedem para mijar num pote e tiram 2 seringas de sangue, seguidas de observação da zona genital. Eles testam Sífilis, HIV, Clamídia, Gonorreia, anti-corpos da vacina de Hepatite B, Condilomas, e Candida, entre outros específicos à situação de cada pessoa.
Também fazem despite de PID, uma infecção que pode ocorrer na zona pélvica e que pode causar infertilidade. Normalmente a PID está associada a contágios de Gonorreia e Clamídia, mas pode ocorrer durante uma operação aos orgãos internos de reprodução ou durante a inserção de um DIU.
Apesar de eu saber como as coisas funcionam na clínica, acho que ando nervosa, e hoje então ando sem paciência para nada. Peguei-me com a minha gata (ou foi ela que se pegou comigo?), e juro que estou a dar em louca. Pelo menos hoje tive um pouco de descanso, já que descansei das correcções. Acabei de corrigir o último exame ontem à noite, para grande alegria minha, já que eu não podia ver mais exames à frente.
Este fim de semana vou trabalhar num trabalho de avaliação para o meu curso de desenvolvimento profissional. Tenho de escrever 500 palavras sobre o impacto das novas tecnologias na aprendizagem dos alunos do Ensino Superior. Parece uma grande coisa, mas acreditem, o nome é mais pomposo do que o trabalho per se.
Os documentos que mandei para o Brasil já chegaram ao seu destino, mas hoje ao ler o website dos vistos cheguei à conclusão que só mandei metade do que é pedido! Fiquei furiosa, porque gastei imenso dinheiro para mandar aqueles documentos e agora vou ter de mandar estes que estão aqui também... Super chateada mesmo...GRRR!
E na segunda-feira vou a Lancashire em trabalho. Estou super contente, porque ainda não conheci nada do Norte/Centro de Inglaterra e agora vou ter a oportunidade de conhecer um pouquinho - mesmo que seja só da janela do combóio. Vou na Virgin!! Yay! Pelo menos uma coisa boa para começar a semana... E na quarta-feira, se Deus quiser, sai a certidão de casamento. E depois o meu marido vai visitar a madrinha, e só volta para apanhar o vôo para o Rio de Janeiro, e tratar dos papeis do Visto.
Mas até lá, ainda faltam quase 2 semanas... e o tempo parece que se arrasta. Eu juro que tento ficar optimista e tento sorrir, mas começa a pesar no coração (e na cabeça) a falta do meu marido, por muito que nós conversemos online... Eu só quero um abraço forte e um beijinho na testa... E para ter isso ainda tenho que esperar... e esperar... e esperar...
Faltam 8 dias para eu começar a contagem decrescente para o regresso do meu marido ao Reino Unido. 8 Dias para sairem os papeis oficiais do nosso casamento, e 16 dias até à entrada do pedido de visto... Depois disso, é só mesmo esperar que não levantem ondas, e emitam o visto o mais rápido possível.
Tenho de vos ser sincera, tem sido complicado gerir a distância. Dia 15 faz 1 mês que não estamos juntos. Graças às novas tecnologias, podemos conversar e ver-nos um ao outro, mas isso não é o mesmo que tê-lo aqui, ao meu lado. Ontem à noite, por exemplo, passei super mal. Acho que comi algo que não me caiu bem. Acordei às 2 da manhã, super mal disposta, e sem ninguém para me ajudar. Acendi a luz, e levantei-me. Percorri mentalmente todos os nomes dos meus amigos que moram aqui perto, ou aqueles com carro que facilmente me poderiam levar ao hospital se disso houvesse necessidade... Ninguém.
Senti-me triste. Rápidamente constatei que não há ninguém da minha confiança, que eu sinta que posso pedir ajuda se estiver a passar mal a altas horas da noite... E senti-me sózinha. Olhei para a Daisy, que estava deitada aos meus pés. Ela levantou a cabeça de onde estava, mas depois voltou a dormir. E pela primeira vez desde que vim para o Reino Unido, eu tive medo. E não gostei.
Fiz um chá de funcho, e sentei-me no sofá-cama a pensar na minha vida. Se não dão o Visto ao meu marido, o que é que vou fazer da minha vida...? E respirei fundo, com o estômago e o coração pesados, se bem que por razões diferentes. Ao fim de meia hora já estava melhor, e deitei-me. Deixei-me dormir a pensar nas nossas férias juntos e de como fui feliz aqueles dias. Não quer dizer que não seja feliz agora, mas sinto-me incompleta, e isso perturba qualquer traço de felicidade. Deixei-me dormir, mas não apaguei a luz...
Cá estou eu de volta ao Reino Unido, e já tenho uma batelada de exames para corrigir, até quinta-feira, entre reuniões para resolver questões com os cursos de Singapura e das Ilhas Mauricias... Mais... pelo meio, ainda arranjar tempo para planificar as aulas para o semestre que vem e prestar apoio a Consultadoria. Só voltei ao trabalho há dois dias, mas agora vejo bem aquilo que trabalho todos os dias naquela universidade! Foi só tirar um mês de férias para o meu trabalho acumular até ao tecto...
Este fim de semana nem sequer vou ter tempo para descansar porque tenho outros 20 trabalhos para corrigir, e na semana que vem vou começar um curso de desenvolvimento profissional (CPAD) que me vai durar 10 semanas, o que quer dizer que vou ter que me organizar bastante bem se quiser tirar o máximo proveito (e dinheiro) da minha situação profissional... E quem disse que quem corre por gosto não cansa, estáva enganado... Ando completamente partida, este ritmo de trabalho já não é para mim, a minha resistência já não é o que era... Mas adoro o que faço! Só que...
*Suspiro*
...Nem acredito que estou aqui, de volta ao tempo cinzento e frio Inglês... Ainda na semana passada estava eu com o meu amor, no calor maravilhoso do Brasil, com a minha nova família, a trocar juras de amor eternas e alianças simbólicas dessas promessas... E agora, depois de uma passagem super rápida pelo carinho e amor da minha família em Portugal, entre tantas viagens e países, eis estou de volta à minha casinha inglesa - mas estou sózinha até o marido meter os papeis para o visto e vir-se juntar a mim.
As férias no Brasil foram tudo aquilo que eu imaginei e muito mais. Não há foto minha sem sorriso, porque enquanto lá estive fui amada, bem tratada, e descansei, relaxei, e aproveitei para ser feliz, vivendo um dia a seguir ao outro... Posso dizer que há muito tempo eu não me sentia assim. Agora resta esperar que saiam os papeis do cartório e que ele trate do Visto que é para podermos iniciar a nossa vida a dois. E eu mal posso esperar para que esse dia chegue...
Mas estou consciente de que pode demorar entre mês e meio a quatro meses, dependendo do dia em que o Visto saír - e se não houverem contratempos, porque ele ficou mais do que devia neste país antes de voltar ao Brasil... Se demorar muito, não sei se vou conseguir ficar sem o ver tanto tempo... Desde que cheguei ao Reino Unido esta semana de que sinto mesmo muito a falta dele, e apesar de falarmos todos os dias pelo msn, e nos vermos na webcam, não é a mesma coisa que dormir abraçadinha a ele, com as nossas pernas entrançadas, entre beijinhos e carinhos...
Talvez por isso também, eu me tenha envolvido em tanto trabalho, porque sei que se estiver ocupada nem vou dar pelo tempo passar. Mato-me a trabalhar para chegar a casa cansada e aterrar na cama, na esperança que o dia seguinte venha mais depressa. E depois tenho as amigas que visitam, e ainda vou fazendo a lida da casa, tratando da Daisy e visitando a outra metade da família que está deste lado... Tudo isso ameniza um pouco a dôr que é começar um casamento separados pela distância de um oceano.
Ficam de seguida as fotos mais bonitas, para morrerem de inveja!
A minha cunhada e eu...
Passeando na Praia de Caiobá no Paraná.
Na praia de Matinhos, Paraná, com a minha cunhada linda!
Passagem de Ano com o maridão a.k.a. Mr. Brazil...
Passagem de ano com a família do maridão...!
Na praia mansa, Caiobá, a beber um dos meus maiores vícios: àgua de coco verde...!
A regressar à praia depois de um passeio de barco.
Em Curitiba, centro, perto da paragem de autocarro tão original!
Um beijo cúmplice...
Perto das Capivaras no parque do Barigui, Curitiba.
Felizes e descontraídos no Parque do Tanguá, Curitiba.
A vista espectacular do Parque do Tanguá, Curitiba.
Na Ópera de Arame, Curitiba.
Momentos de cumplicidade na Praça do Japão, Curitiba.
Cheguei ontem a Lisboa ao fim da tarde, e estáva frio, mas nada igual aos -5ºC de Hertfordshire... O céu estáva limpo, e apesar de odiar andar de avião, tenho de ser sincera: é bonito chegar a Lisboa de noite, quando tudo está iluminado.
Mal o avião aterrou, senti-me de novo segura, senti-me em casa. Adoro vir a Portugal cada vez mais, não só porque posso passar tempo com a minha família, mas também porque posso revisitar os locais da minha infância, rever os amigos que tive de deixar para trás quando decidi ir morar para Londres, posso passar tempo com os meus animais tugas, e acima de tudo, porque posso falar Português.
Não vou dizer que a minha vida em Inglaterra também não tem as suas vantagens, mas a verdade é que a qualidade de vida em Portugal é mil vezes melhor que a de Inglaterra, nomeadamente a vida pós-laboral e social. Em Inglaterra não temos tempo para saír com os amigos. O trabalho é demasiado exigente, o tempo é sempre mau e quando se chega a casa só se quer mesmo é ficar no quentinho a ler um bom livro, ou a namorar, ou a ver um DVD.
Quando estou lá, tenho sempre saudades dos meus tempos de saír à noite em Portugal, quando mesmo debaixo de frio e chuva eu ía com a minha irmã tomar o cafézinho com os amigos, ou beber uns copos no fim de semana. Mas agora, que estou por cá, também não me apetece fazer muito para além de ver tv e ficar frente ao aquecedor... O que é um pouco triste...
Parece que a vida em Inglaterra se entranhou no meu estado de espírito, sem a mínima possibilidade de cura. Talvez nem seja bem a minha vida em Inglaterra a culpada, talvez seja mesmo a minha idade, estou mais velha e tenho necessidade de outro tipo de entretenimento e planos sociais ao fim do dia (nomeadamente, planos a dois)...
E por falar em planos a dois, desde que cheguei a Portugal ainda não tive possíbilidade de falar com o meu noivo como deve de ser. Andamos desencontrados nos nossos horários, e sei que é normal, só que fico triste e com saudades, mesmo sabendo que no final desta semana vou ter com ele... Desde que ele foi para o Brasil que temos falado diáriamente, mas desde que cheguei falámos uns minutos ao telefone ontem e pouco mais...
Enfim, não é fácil andar dividida entre três países diferentes, pois os três têm todos razões bem fortes que me ligam a eles... E apesar de tudo eu até me posso considerar uma sortuda, porque tenho dinheiro suficiente que me permite andar a pular de país em país! Pode não dar para o fazer todos os meses, mas dá para visitar quando a saudade aperta, que é quando realmente interessa ir...
Hoje vou andar por casa, já que está de chuva, e eu não estou com muita vontade de me molhar... Se bem que o facto de ter o meu irmão mais novo a tocar bateria no quarto ao lado pode ser considerada uma boa razão para o fazer!!!
As sextas-feiras em Portugal eram sempre animadas, eu tinha sempre onde ir, sempre o que fazer... Podia sempre contar com o cafézinho da praxe depois do jantar, ou a reunião de amigos habitual antes de saír para a 'night'... Apesar de ter as minhas preocupações, a vida lá sempre parecia correr mais depressa do que me parece aqui. O irónico é que aqui os dias são mais curtos, trabalha-se muito mais, e por isso mesmo devia sentir-se o contrário. Mas não se sente.
Este fim de semana vai ser difícil. O Mr. Brasil voltou para o Brasil ontem à noite, e a minha casa parece-me vazia demais. Não tenho vontade de fazer nada. Não tenho sono. Não tenho fome. Só quero ir para Portugal - pelo menos lá tenho a minha família, e coisas para fazer, amigos para visitar, a vida é mais animada e não penso tanto (nem sinto tanto) a ausência do meu noivo...
Aqui só tenho o meu trabalho, e alguns amigos que ainda se vão preocupando comigo, que me vão visitando, a minha nova família também... mas chega a hora de irem para casa (ou de eu ir para casa) e o vazio vem de novo e eu não sei como lidar com isto. Por mais que o trabalho preencha a maior parte dos meus dias, não consigo que preencha o suficiente do espaço deixado pelas pessoas que gosto e que deixam o país...
Ás vezes ser emigrante tem destas coisas... O que estou a sentir agora já eu senti há uns anos atrás quando o meu grupo de amigos português daqui voltou todo para Portugal, depois de acabarem os estudos deles... Parece que estou a trabalhar no aeroporto de novo, em que as pessoas chegam e partem, mas eu fico no mesmo sítio.
Este fim de semana vou receber as minhas compras online como sempre. Vou limpar a casa como habitual. Vou corrigir os trabalhos dos meus alunos. Vou ver tv. Vou esquecer que estou no Reino Unido. Vou tentar não pensar no vazio. Vou tentar não sentir tristeza. Vou tentar... De repente, viver de novo sózinha não me parece assim tão bom.
Estes últimos meses têm passado a um ritmo alucinante. Não são só os projectos profissionais que me deixam sem fôlego, é também a velocidade dos dias, que passam num abrir e fechar de olhos. Mal começou a semana e eu já ando a ver se consigo arrancar um contrato permanente ao meu chefe, porque o contrato com a consultadoria acaba dia 4 de janeiro e eu vou ficar dependente de rendimentos variáveis, os quais vêm apenas das horas de aulas que eu dou na universidade.
Não me estou a queixar, porque não se ganha nada mal. O problema é mesmo a falta de trabalho durante os meses de Julho e Agosto, porque não há aulas durante esse tempo - o que quer dizer que eu não ganho! Com contas para pagar e alguns projectos pessoais que poderão implicar gastos não planeados (um 'risky business' que vocês vão ter de esperar para saber o que é...!), sei que inicialmente as coisas podem complicar... E se complicar, eu pelo menos quero ter a certeza de que vou conseguir dar a volta por cima e superar todos os obstáculos. Para já a minha prioridade é mesmo estabelecer-me na Universidade de uma vez por todas.
Este fim de semana a Sara fez 25 anos. Eu e o Mr Brasil fomos até Vauxhall (no centro de Londres), celebrar essa noite com ela. A festa foi no Renaissance Rooms, 'Roller Disco Night' - Isso implicou andar de patins num ringue com mais pessoal, ao som de música disco. Foi interessante, 'to say the least'. Desde os meus 7-8 anos que não andava de patins assim, e só ter caído uma vez já nem foi mau. O meu equilíbrio também não estáva famoso. Eu já tinha bebido dois Smirnoff Ice, e como eu quase nunca bebo, foi um desastre, não é verdade!?...
O ringue de patinagem/ pista de dança
no Renaissance Rooms @ Vauxhall
Eu e Mr Brasil, na festa da Sara, Vauxhall, Londres
Enfim, o que interessa é que nos divertimos imenso, e no final da noite Mr Brasil ainda passou à frente da Tower Bridge e do London Eye, o que eu achei super romântico. Chegámos a casa era quase 2 da manhã, e no dia seguinte ele foi para Newcastle em trabalho, onde vai ficar esta semana toda.
Este fim de semana também andei à procura de vôos baratos para o Brasil, nomeadamente entre o dia 28 de Dezembro e o dia 07 de Janeiro 2010, mas as coisas estão complicadas. O pior é que eu tenho mesmo de ir! Por isso acho que me vou ter de me sujeitar ao preço... Mr Brasil também já marcou a viagem dele de regresso ao Brasil, e a partir do dia 3 de Dezembro vou ficar sózinha durante 3 meses.
Eu sei que vai ser meio estranho (e um pouco triste até) passar os fins de semana sem ele aqui, mas eu estou optimista. Vou estar ocupada com os nossos projectos a dois, e as três semanas que vou passar fora do Reino Unido também vão ajudar. Se Deus quiser vai passar depressa... E com sorte, arranjo um bilhete acessível e vou mesmo passar o fim de ano com ele!! Isso mantém-me motivada, não só porque vou visitar um país diferente, mas porque vou passar 10 dias com ele e com a família dele.
Se souberem de alguma promoção ou de algum vôo para o Brasil baratinho durante estes dias avisem-me! Pretty please!
Enfim, acho que já chega de blah blah blah. Vou ver se trabalho um bocadinho. Daqui a nada são horas de almoço e eu ainda tenho de ir ao outro campus almoçar com a minha amiga Izzy. Fiquem bem e fiquem em paz.