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E o céu azul brilhará...

Diário de uma académica portuguesa em Londres

E o céu azul brilhará...

Diário de uma académica portuguesa em Londres

12
Fev10

Desafios do ensino superior em Inglaterra...

Little Miss Sunshine

Pela primeira vez desde comecei a leccionar na Universidade, deparei-me com um problema de não integração estudantil numa das minhas aulas. No sítio onde eu lecciono, há uma grande variedade de etnias e estratos sociais. Os choques culturais são inevitáveis, e nós, professores, temos de entender essas diferenças e adequar as nossas aulas aos nossos alunos de forma eficaz e abrangente.

 

Nem sempre conseguimos conjugar todos os estilos de ensino e aprendizagem, e por isso mesmo para alguns a experiência estudantil nem sempre corre de forma satisfatória. Fiquei triste porque sempre achei que acomodava toda a gente de forma igual, o que faço, mas isso não impede alguns alunos de se sentirem presos e intimidados pelos outros alunos, ou pela diversidade da classe, ou pela falta de chá de certos membros do grupo onde estão inseridos.

 

Esta semana tive alunos a quererem mudar-se para a minha aula, outros a quererem sair dela. Sentimentos mistos - se por um lado devo estar a fazer algo certo, por outro sinto que falhei em algum lado e não percebo muito bem onde...  Tive de tomar medidas urgentes, e para a semana vou ver se estas realmente vão ajudar ou não à integração dos membros que se sentiam 'separados' do resto da classe.

 

A seriedade desta situação prende-se com a política de popularidade da universidade...  Afinal, isto é tudo uma questão de marketing - e eu percebo de marketing, ou não fosse esta a minha àrea de ensino. Se os alunos (que são os clientes principais da universidade) não estão contentes, então isso pode causar um impacto negativo na instituição. Por isso mesmo nós, professores, temos de tirar inúmeros cursos de formação profissional com  a principal função de educar e ensinar-nos a colocar o aluno no centro de tudo o que nós fazemos.

 

Não discordo dessa política, mas também não a suporto totalmente - não da maneira como tem sido aplicada. Claro que a popularidade de uma Universidade está directamente ligada à reputação da mesma e por isso é importante manter os nossos alunos interessados. Mas não vamos colocar a pressão toda no corpo docente, até porque muito do que os estudantes procuram e querem de uma universidade está relacionado com a experiência proporcionada pela mesma em relação a actividades extracurriculares, infra-estruturas,  ambiente estudantil, com aulas e professores destacados normalmente em relação a entrega de trabalhos atempadamente e a resultados significativamente satisfatórios. 

 

Para que a reputação da universidade se mantenha ou aumente, então a mesma deve  começar a diversificar (ainda mais) os métodos de ensino oferecidos, focar os cursos (ainda mais) em empreendimento e gestão empresarial, criar elos de ligação mais variados e mais fortes com as indústrias locais e assegurar que os alunos não são largados ao Deus dará por aí, como eu vi muitos estudantes CATS/ Erasmo/ de câmbio.

 

Assim, se por um lado eu fui capaz de ajudar/ orientar/ motivar uma mão cheia de estudantes ao ponto de eles quererem frequentar as minhas aulas, por outro, não consegui identificar o ambiente intimidatório que se criou numa das minhas outras aulas, causado por alguns estudantes cujos níveis de motivação estavam bastante reduzidos, o que causou um impacto negativo nos restantes colegas ao ponto de dois deles pedirem para serem mudados para outra aula que não a minha.

 

Depois de falar com a minha mentora/chefa, foram tomadas medidas por forma a minimizar o impacto negativo de certos membros dessa aula. Como os estudantes descontentes não podem mudar de aula por motivos administrativos, eu prometi a mim mesma tornar esta experiencia o mais gratificante possível para eles. Para a semana vou ver se o plano que pus em prática vai ou não resolver os problemas daquela aula. Estou confiante que sim.

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