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E o céu azul brilhará...

Diário de uma académica portuguesa em Londres

E o céu azul brilhará...

Diário de uma académica portuguesa em Londres

01
Set10

Mudanças & novidades!

Little Miss Sunshine

Setembro marca o começo de um novo capítulo na minha vida. Para quem ainda não sabia (ou não tinha bem a certeza), eu vou ser mamã. É uma novidade fantástica, que só agora começa a amolecer o meu coração (nos primeiros meses eu entrei em pânico, não só devido ao lado financeiro da coisa, mas também ao tipo de vida que eu e o meu marido temos aqui, e que apesar de estável não é sequer perto de ideal para criar um filho). Mas depois de ver o bebé tão definido no meu scan das 12 semanas, e saber que tudo está bem, eis que me rendi completamente  ao facto de estar grávida, algo que já não me parece tão assustador.

 

Scan das 12 semanas (31/08/2010)

 

Com esta bênção a caminho, como devem supor, viver num estúdio já não é mais viável. Eu e o meu marido estávamos à procura de uma casa ligeiramente maior - até porque a minha família deve cá vir no Natal e sem uma casa maior não teria condições de os alojar.

 

Esta semana encontrámos uma casa decente, por um preço decente, e apesar de não estar mobilada estamos super-empolgados para nos mudar para lá. Primeiro que tudo, é uma casa mesmo, nada de vizinhos por cima ou por baixo. Segundo, temos um jardinzinho que dá para fazer um churrasco com amigos e família sempre que o tempo o proporcionar. Terceiro, apesar de estar nos nossos planos voltar de vez para Portugal, temos de pensar na questão financeira da coisa, o que quer dizer que o marido vai provavelmente ter de trabalhar durante o Verão que vem (já que é a época alta para ele), enquanto eu procuro uma casa por terras lusas.

 

Ainda não sei como vamos fazer para nos mudar assim, de malas e bagagens para o meu país. No entanto, eu tenho sondado alguns empregos e há grandes possibilidades de eu encontrar um emprego semelhante ao que eu tenho aqui, leccionando numa universidade em Lisboa ou arredores - especialmente depois de eu concluir o meu CPAD1, uma qualificação profissional que me habilita a leccionar no ensino superior, e que vou fazer a semana que vem.

 

As aulas estão também a começar muito em breve, e este mês vai ser bastante corrido, já que estou 100% responsável por uma cadeira do primeiro ano e como tal tenho de preparar as aulas, os slides, e os planos de trabalho para as aulas práticas - para não falar dos elementos de avaliação. Como é uma disciplina de primeiro ano, tem de ser suficientemente estimulante e simples, já que só a experiência de entrar na universidade é para muitos estudantes um bicho de sete cabeças. Torna-se ainda mais assustador quando se começa a pensar no lado financeiro da coisa, porque um ano custa quase £4,000 a um estudante Inglês - e chumbar não é uma boa ideia quando este dinheiro todo está investido na nossa educação (digo eu!).

 

Para mim, o começo das aulas é também o começo do trabalho duro e o fim dos meus dias 'calões'. Claro que durante o Verão o meu ritmo de trabalho não desaparece, mas diminui. Se eu não vou a Portugal de férias ando para aqui a queixar-me, deprimida e irritada - até porque como sabem, este tempo é horrível, e a chuva não nos dá descanso. Por isso estou desejando começar a saír mais para a universidade, ver os colegas, os alunos, e socializar - que é algo que eu começo a achar que desaprendi nestes últimos dois meses.

 

Mas apesar disso, avizinham-se tempos melhores, mais excitantes e cheios de emoções novas! I can barely wait!

25
Jul10

Obrigada...

Little Miss Sunshine

Obrigada pelo vosso apoio incondicional. Há algo por detrás do meu post anterior que quando eu puser a descoberto lá para finais de Agosto vocês vão entender o porquê de toda a minha frustração, raiva e tristeza. Para já não posso dizer o que se passa a 100%, mas para bom entendedor, meia palávra basta. As coisas aqui em Inglaterra são boas, mas há duas coisas que me estão a fazer repensar no meu futuro aqui, principalmente agora.

 

  1. O preço das casas: um apartamento com 2 quartos pode chegar às £1,000 - e as contas não estão sequer incluídas. Mais, arrendar uma casa quando se tem um cão e um gato torna a procura quase impossível. Comprar casas aqui também não dá, porque os preços estão bem além das nossas poupanças... Resta-nos viver num estúdio para já, algo que é limitativo e apertado para a nossa realidade.
  2. Saudades de casa: a falta de apoio famíliar imediato faz com que eu tenha de lidar com tudo sózinha. Por mais que a minha família esteja lá para mim, não é a mesma coisa falar através do messenger e falar frente a frente. Mais, não posso ir  a casa dos meus pais cada vez que me sinto perdida ou desorientada, ou mesmo quando preciso de um tempo de tudo. A distância torna tudo muito mais complicado e o marido não entende muito disso porque nesta altura tem cá a família dele quase toda, e eu não tenho ninguém da minha família por aqui.

Adoro o meu emprego, e essa é provavelmente uma das razões porque eu ainda ando por aqui. O meu ordenado é confortável. Em Portugal não teria talvez uma posição profissional tão enriquecedora, que me preenchesse tanto, e que me pagasse um bom ordenado. No entanto,  e desde que casei, o que recebo vai quase tudo para as despesas da casa e sobra muito pouco para colocar nas poupanças todos os meses. Agora então, as poupanças vão ser mais importantes do que nunca... E eu não quero perder a minha independência económica ou o meu nível de vida só porque me encontro na situação em que me encontro.

 

Cada vez mais me apetece regressar a Portugal, não pelo futuro que me aguarda lá (e que provavelmente é menos risonho do que aqui), mas pelo apoio que sei que vou ter se me mudar para lá definitivamente. Quer eu queira, quer não, a falta de calor, de sol, de praia e acima de tudo, a falta da família tornam-se factores de peso muito importantes, especialmente na etapa de vida onde eu me encontro...

13
Jul10

Um cão chamado 'Sarilho'

Little Miss Sunshine

O meu cão Bidú é do pior que há. Pode ser porque ainda é cachorrinho, e portanto não está ainda habituado a estas rotinas humanas de comer e dormir a horas certas. Desde que veio para nossa casa, que nos acorda às 4, 5, 6 e 7 da manhã. Se não lhe damos atenção, ladra e acorda a vizinhança toda. Normalmente sou eu que me levanto para brincar com ele, e deixar ele bem cansado para que possa dormir bastante. Adora morder os meus chinelos de casa, os brinquedos da gata, as calhas da alcatifa, as portas, os cabos de televisão e do telefone, enfim, tudo o que seja canino-comestível ele tem de experimentar.

 

Por um lado, é bom. Como eu me andava a queixar de solidão, agora tenho quem me faça companhia nas horas vagas - que por sinal agora são bastantes. Mas por outro é terrível, porque não temos tido descanso nenhum, e um cão é sempre uma despesa e uma responsabilidade acrescida. Ainda por cima neste país ter animais em casas arrendadas é muito complicado. Os senhorios não gostam de animais, e normalmente quando eu digo que tenho um cão e um gato, as portas fecham-se para mim no que diz respeito a alugar uma casa maior.

 

Eu gostava de comprar uma casa, mas não tenho nem 5% do valor de depósito necessário para dar entrada no processo. Irrita-me porque não podemos ter um espaço nosso, e andamos a gastar dinheiro em renda numa casa que nunca será nossa e que a qualquer altura podemos ter de deixar pois tudo depende da vontade do senhorio.

 

Odeio morar numa casa arrendada. É simplesmente demasiado limitativo, e eu sei que por ter comprado um cão estou a candidatar-me a ir morar na rua, porque já estou a quebrar alguns dos termos do meu contrato de arrendamento, o qual só permite um gato (a Daisy). Tudo isto é demasiado frustrante, e para piorar as casas aqui não são baratas. Se com 300 euros se arrenda uma propriedade razoável em Portugal, aqui essa mesma propriedade custaria à volta das 750 a 800 libras por mês. Imaginem o dinheiro que eu poderia poupar se não tivesse que pensar em pagar alojamento!! Mas não, é literalmente quase todo o meu ordenado (e o do meu marido) que vai para a casa e as contas.

 

Para piorar temos mesmo de comprar um carro. Na eventualidade de construímos família não podemos de maneira nenhuma andar a pé ou dependentes da carrinha do trabalho dele. Não só não é pratico, como quando tivermos filhos também não vai ser possível pô-los na carrinha para irmos onde formos, porque é ilegal. Temos de ter um carro, dê por onde der.

 

E com a diminuição do meu trabalho durante estes meses de Verão as coisas não estão muito fáceis para nós, o que me deixa com bastante medo do futuro. Temos trabalho, é certo, mas também temos muitas despesas e essas coisas pesam no nosso orçamento no final do mês. este ano nem vou a Portugal nas férias como já era habitual, e vou ter de optar por uns dias em Jersey ou Guernsey só para relaxar antes do começo do próximo semestre lectivo.

 

A vida não está muito fácil e eu peço todos os dias por um momento divino de inspiração, na esperança de que os nossos caminhos de abram, e que algum dinheiro caia no nosso bolso para que possamos viver sem pensar no futuro com medo e insegurança.

12
Out09

Uma nova chance de ser feliz...

Little Miss Sunshine

É só o que quero... Na minha vida as pessoas têm vindo, deixado a sua marca, e saído... Algumas tão depressa como entraram...  Muitas vezes, dessas marcas ficaram inseguranças, tristezas, caminhos percorridos e lições aprendidas... Mas eu preciso de saber que a minha vida não vai ser só feita disso, de encontros e desencontros em nome de uma lição ou de uma aprendizagem... Eu não quero mais isso. Não quero porque preciso de muito mais que uma efémera paixão - eu quero amor.  Amor verdadeiro, daquele amor que  fica e permanece, daquele que me completa, daquele amor que queima a alma, que não me deixa insegura, e que me faz muito feliz...

 

A urgência desse amor está-me a deixar louca.

 

E eu vou até ao fim do mundo por esse amor. Mudo de país, continente, o que preciso for para ser feliz, agora, aqui... Quero esse amor, quero muito esse amor. Tive muito tempo para namorar, muito tempo para me divertir, mas agora quero muito mais. Eu mereço muito mais... Quero assentar, casar,  e ser feliz com alguém que me ame como sou, e me estime e admire pela minha maneira de ser - com defeitos e virtudes... Quero alguém que queira ser o pai dos meus futuros filhos, uma pessoa que trabalhe honestamente e chegue a casa e me faça sentir que sou o centro do seu mundo,  quero ser a razão porque voltar para casa é sempre tão bom...

 

Quero esse amor.

 

  

Mas será que esse amor me quer assim também...? Ou será que vai fugir e me deixar para trás, com mais uma lição aprendida...?

 

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