Estes dias de reflexão...
O exame para o MRS correu-me mais ou menos - sei que podia ter feito muito melhor, e estou de figas feitas para que o que eu fiz dê efectivamente para passar e obter a acreditação profissional. Ser estrangeira e fazer um exame nacional de acreditação profissional mete um bocado de medo - este exame funciona um pouco como os exames para entrar para a Ordem dos advogados, ou a Ordem dos médicos... Se eu passei, entro na Ordem Britânica dos pesquisadores de mercados. Yay!
No Sábado vou finalmente receber a chave do meu apartamento. Tenho duas amigas minhas que me vão ajudar com as caixas e alguma da minha (pouca) mobília. Não sei se passo lá a noite logo nesse dia, porque não vou ter internet em casa até dia 30 de Junho - e eu não posso viver sem internet...
Também já me inscrevi em mais uma cadeira para o meu MSc, a começar em Outubro, o que quer dizer que vou ter de pagar propinas em breve - e isso não é uma boa notícia... Com as despesas do apartamento mais o Mestrado Nº2 em cima, não vou conseguir ir a casa para os meus anos. Estáva a pensar ir a Paris 3-4 dias para celebrar o meu 31º aniversário... sózinha... Ir assim à aventura, para um país em que a língua me é estranha todos os dias, e onde me sentisse como peixe fora de àgua... Porque comigo é tudo à desafio... Já sabem como sou... Se não tem um certo grau de dificuldade, não vale a pena - se bem que isto não se aplica a todos os campos da minha vida, claro está...
Entretanto entrei em disputa com o ginásio onde estava inscrita. Nunca lá ponho os pés e por isso cancelei a minha inscrição com eles e agora estão a dizer que eu tenho de pagar quase tanto quanto aquilo que eu pago por cada cadeira de Mestrado só porque estou a cancelar antes do contrato terminar. Claro que me vou recusar a pagar - o que pode ter impacto no meu credit scoring, mas recuso-me a pagar por um serviço que não uso!!
O trabalho da unidade nesta altura não é muito, portanto vou fazendo trabalho administrativo, nada de mais, tenho de me manter ocupada não é?... Especialmente agora. Ando tão cansada devido ao ritmo frenético da minha vida, quando chego a casa só quero mesmo é dormir... E a minha gata olha para mim com uma carita, tadinha... Não lhe dou atenção nenhuma... Tenho de me redimir...
Mas ando mesmo noutro mundo... E então agora... Tantas coisas a acontecerem ao mesmo tempo... e reatei uma amizade muito especial recentemente, que me está a deixar mais pensativa que o habitual... Não me consigo concentrar por nada. Sabem... Eu acredito no destino, acredito mesmo muito. Acho que a vida nos cruza com certas pessoas para nos mostrar algo - mesmo que na altura não percebamos o que é que a vida nos quer mostrar.
Esta amizade já vem desde os meus tempos de liceu. Diz-se que as pessoas mudam com o tempo, e eu acredito nisso, até porque apesar de eu achar que não mudei muito, sei que durante estes 5 anos de Reino Unido estou diferente na maneira como vejo as coisas, e na maneira como me atiro às oportunidades que me são oferecidas.
Esta amizade, que já é antiga, apareceu de repente. Numa altura em que as coisas estão mesmo muito boas para mim...Numa altura em que começo a descobrir-me mais e mais, numa altura em que começo a olhar para dentro de mim e dos que me rodeiam... enfim, numa altura em que começo a saber muito bem aquilo que eu quero...
E sabem quando às vezes olhamos para trás e analisamos as pessoas que sempre estiveram perto de nós? ...e nós se calhar não tivemos maturidade suficiente na altura para nos aperceber o quanto essas pessoas são especiais e bonitas?... E depois, do nada, essas pessoas aparecem à nossa frente, carregadas daquela familiaridade tão boa, e nos despertam sensações e emoções que nós julgávamos não existir...?
Pois... Eu estou a passar por um momento desses. E é estranho... Gosto de ficar acordada a relembrar palavras, rever episódios passados... Como se isso fosse de qualquer forma amenizar a distância dos anos que já passaram. Há pessoas que realmente nos deslumbram pela maneira como são, pelo carinho que nos demonstram. E nós só podemos retribuir esse carinho, porque é impossível ficar indiferente. É mesmo.