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E o céu azul brilhará...

Diário de uma académica portuguesa em Londres

E o céu azul brilhará...

Diário de uma académica portuguesa em Londres

22
Ago10

1 mês para Portugal

Little Miss Sunshine

Tenho andado super em baixo desde que a minha mãe se foi embora na quinta-feira. Acho que as minhas hormonas andam a dar cabo de mim, verdade seja dita. Pensava que o pior já tinha passado, mas eis que a montanha russa emocional voltou à carga de novo. Não estou com a mínima motivação de continuar por aqui (pelo Reino Unido - eu sei, vocês já devem estar fartos de me ouvir! Mas eu tenho de escrever isto várias vezes para me capacitar que o meu percurso aqui acabou e que tenho de voltar para casa!). Agora ainda mais, com esta minha novidade a caminho, muito menos vontade tenho para aturar este tempo horrível, este isolamento constante e esta labuta diária para ter um lugar ao sol - que aqui nem dá para ter porque sol é coisa que não dura!

 

Eu quero voltar para Portugal, para perto da minha família e dos meus amigos, para o país do sol, do calor e da praia (praia que eu ía mesmo no Inverno para acalmar as minhas energias negativas e me devolver a calma e a paz de espírito - que saudades do mar azul, do céu azul, da areia fina, do calor). Aqui e ultimamente sinto-me sempre presa, isolada, sem possibilidade de ir para lado nenhum - e se for para algum lado, tenho de ir numa carrinha monstruosa e nunca vou para além de Londres, onde visitamos a família do Edson e voltamos para casa - normalmente tarde e de noite. Infelizmente, de há umas semanas para cá andar naquela carrinha tornou-se muito incómodo para mim, e eu chego a casa muitas vezes com dores e totalmente desgastada, como se um camião tivesse passado por cima de mim - por isso decidi que enquanto não tivermos um carro eu não vou a mais lado nenhum dentro daquela carrinha. Prefiro gastar dinheiro e ir de transportes!

 

E depois, não é só o facto de me sentir assim, sem capacidade de me mover, visitar sítios, conhecer novos concelhos e distritos. É o facto de não estar feliz com a minha vida no geral. Não estou. Apesar de amar o meu trabalho, há muitas coisas aqui que me fazem odiar as horas pós-laborais, e eu tenho alguma esperança que as coisas melhorem quando as aulas começarem, mas... e se não melhorarem? Não consigo ganhar coragem para saír de casa, a paisagem é sempre a mesma, não há ninguém aqui que possa ir tomar café comigo e com quem eu possa ter uma conversa, desabafar. Quando a minha mãe esteve aqui, foi óptimo para mim, porque eu saía de casa todas as manhãs, e passeavamos juntas, falávamos bastante, eu chorava também, porque não sabia mais o que era ter alguém para me dar conselhos e para ficar do meu lado e me apoiar e me dar alguma direcção...

 

Porque nestes últimos tempos eu perdi a minha direcção, o meu caminho. Não me lembro da última vez que ri a bom rir. Não estou feliz e em casa sinto-me cada vez mais incompreendida. As pessoas daqui não entendem o porquê da minha obscuridade. Ás vezes nem eu entendo de onde vêm tantos pensamentos negativos, tanta tristeza, tanta solidão. Tudo o que atingi até hoje, não foi sem muito sacrifício - a minha vida social e a minha capacidade de me relacionar com os outros foi certamente prejudicada e eu acho muito difícil confiar nas outras pessoas para o que quer que seja, e acabo muitas vezes a tentar controlar a minha vida e o meu mundo na esperança de encontrar alguma ordem - claro que não encontro ordem nenhuma, porque eu posso tentar controlar a ordem das coiusas, mas nunca conseguirei controlar as pessoas e os animais que vivem comigo, e dou muitas vezes por mim a chorar na casa-de-banho porque me sinto completamente deslocada e com medo do futuro.

 

Não quero que o tempo todo que eu passei sem a minha família e a lutar por um futuro melhor vá por àgua abaixo. Não quero regredir, quero muito andar para a frente, mas acho muito difícil que a minha vida melhore mais do que aquilo que eu hoje tenho - e que não é material, mas é o suficiente para me garantir segurança no futuro, aqui ou em Portugal. Tudo o que eu tenho de melhor na minha vida é o meu trabalho e o dinheiro que vem com ele. Sem o meu trabalho de professora vou ser para sempre infeliz, mesmo que a situação não seja permanente. E eu queria que as pessoas entendessem, que o meu marido entendesse, que eu quero muito mais que uma vida modesta. Eu não mandei tudo para o alto, para mais tarde me contentar com o básico e o seguro. Eu gosto de tomar riscos, eu gosto de ser diferente, eu queria marcar o mundo de uma maneira especial, com o meu conhecimento, com a minha maneira de pensar.

 

E cada dia que passa mais eu sei que isso não vai acontecer, e eu caio numa depressão ainda maior, porque começo a achar que a batalha que eu travei em terras britânicas durante seis anos não vai valer nada se daqui a 5 anos eu vou ter de viver a contar tostões para comprar o pão. Andei eu a viver longe da minha família, a estudar e a trabalhar que nem uma moura, sem ir a lado nenhum, sem saír para lado nenhum, sem o mínimo de diversão, para quê? Não. Sou uma pessoa com ambição. Sou uma pessoa que quer mais, que vê para além do obvio, alguém que luta por mais e melhor. Não sou uma mulher à moda antiga, e sei que muitos me criticam por isso, mas não tenho vergonha nenhuma de ser como sou. Hoje em dia, se não lutarmos nós mesmos por um futuro melhor, pelos nossos sonhos, eles acabam por se desfazer com o correr dos dias e com o aumento da nossa responsabilidade. E eu jurei a mim mesma, que os meus sonhos ninguém os mata - mesmo que os achem desfasados da realidade, mesmo que me acusem de ser pouco humilde.

12
Abr09

Boa Páscoa...

Little Miss Sunshine

 

 

Feliz Páscoa para todos aqueles que celebram este dia... Neste dia de reflexão, pergunto-me porque raio anda um helicóptero a sobrevoar a minha casa... Ao mesmo tempo pergunto-me porque é que em cinco anos a morar no Reino Unido, com tanto sacrifício, lágrimas e suor, eu ainda não tenho um carro... ou uma casa a que possa chamar minha... ou ainda um namorado que me surpreenda pela positiva de vez em quando...

 

É que segundo a minha perspectiva de vida, as coisas não estão bem quando em cinco anos não consigo ter o mesmo que aqueles  que cá estão há apenas um ano. E chateia-me um bocado ver os outros conseguir  - com muito menos esforço e muito menos dinheiro - tudo aquilo que eu sempre quis. Talvez esteja a ser egoísta, mas depois de tanto sacrifício, era de esperar que o meu Karma fosse um pouquinho melhor que isto.

 

Por isso, das duas uma: ou é o emprego que não chega para cobrir as minhas despesas (apesar de eu já andar a fazer horas extraordinárias), ou é a minha relação que me anda a afundar as finanças, ou é este país que está todo lixado... Com a crise económica a todo o gás, começo realmente a medir os prós e os cons de ter um noivo com imensas dívidas, ou de estar a tirar um novo mestrado... ou mesmo ainda, de estar a morar num País onde não há sol, nem casas a £300 por mês.

 

Alguma coisa tem de estar mal! Por isso, eu pergunto... Como é que se dá a volta a isto, para que possa ir morar para os EUA, e seguir em frente com os meus sonhos sem estar constantemente a ser bombardeada com chuva?

09
Out07

Sonho Esquisito...

Little Miss Sunshine

Vou-vos contar a história do meu sonho hoje. Adormeci bastante tarde, o que se começa já a tornar num hábito meu. Cheia de leituras para fazer, mas sem livros (porque os correios estão em Greve desde Sexta-Feira passada e não há correio ou encomendas para ninguém) tenho de me apoiar nos sistemas virtuais de informação, isto é, a Internet.

 

Nem sequer posso imprimir os meus maravilhosos apontamentos porque o raio do tinteiro acabou e para comprar um novo tenho de... claro está! Encomendar na net e esperar que venha no correio, que não há... Portanto o melhor é ficar quietinha e ler as cópias electrónicas dos ditos materiais de estudo.

 

Apavorada pela minha primeira aula a sério de contabilidade para gestão, e pelo número infindável de fórmulas que já aprendi só numa hora e tal de aula e seminário, depois de trabalhar que nem uma moura em Stevenage e dominar as milhentas facturas em mão para despachar, preparar mais de 10 rotis (ou chapattis - pão indiano), e uma panelona de Feijoada vegetariana, arroz com grão e tindoras em molho curry, depois de receber um casal de irmãos, cuja rapariga é das minhas melhores amigas por estas bandas (mas que se vai embora no final de Novembro para a India, porque se vai casar em Janeiro e depois vai morar para a Califórnia), depois de tudo isso... ainda tive de ler e organizar o meu estudo antes de poder descansar no meu soninho de beleza.

 

Mas nem no meu sono eu tive descanso... Senão vejamos:

 

Sonhei que tinha chegado à India, à casa do meu noivo - heheheh- eque a disposição da casa dele era igualzinha à disposição da casa do meu pai, onde eu cresci e vivi a minha vida inteira. Na sala estáva a família toda reunida, excepto a mãe dele. Momentos mais tarde, estáva eu sentada num dos sofás 'ensandwishada' entre dois membros da família dele quando chega a mãe dele, mosta uma cara feia, mas depois vem com os pós vermelhos para me abençoar...

 

Os pós vermelhos entretanto caiem no meu top e vestido da Disney, que eram clarinhos (algo que eu nunca tive, ever!),e ficam lá agarrados. Depois almoçamos todos juntos e falamos acerca de coisas triviais... vou para o quarto atrás do Sid, apavorada, porque ele me tinha deixado sózinha aquele tempo todo, e lembro-me que não tinha tomado os comprimidos para a malária. Olho para a cama e a rede dos mosquitos é pequena demais para a cama. Quero ligar para os meus pais e o Sid faz a ligação mas nunca falamos.

 

Entretanto ele vai-se embora e eu vou para a varanda do quarto, e a paisagem é a estação dos combóios onde está um amigo meu do liceu chamado Amaro e do qual eu nunca mais soube desde que deixei a Alfredo da Silva ( um dos meus liceus - andei em duas escolas). E pronto, acordo às 10h30 da manhã, cansada e confusa.

 

Agora digam-me... Que raio quer isto dizer, hã? Se alguém souber interpretar sonhos que me informe se faz favor porque este sonho assustou-me. Bem, vou até ao centro de Hatfield. Tenho de ir mandar dinheiro para a India e ainda tenho de mudar o meu endereço na biblioteca e ir buscar um livro que reservei.

07
Out07

Saudades de Casa...

Little Miss Sunshine

Hoje sonhei com a minha cidade, as suas ruas, os seus edifícios, o cheiro do ar, o pó da terra, a minha casa, o barulho dos meus cães, o cheiro que conheci toda a minha vida...

 

Tenho saudades de casa, onde os fins de semana eram dedicados aos desenhos animados da manhã, onde o almoço era sempre uma festa, onde a tarde era cheia de brincadeiras entre vizinhos e amigos, onde a vida era simples.

 

Acordei com uma sensação de vazio no peito, estou longe e apesar de estar relativamente perto, a situação em que me encontro raramente me dá oportunidade de poder ir a casa quando bem me apetece. Às vezes gostava que a condição de estudante aqui estivesse enquadrada em parâmetros diferentes. Ás vezes gostava de, tal como alguns dos meus amigos, poder ir a casa sempre que me apetecesse, ou sempre que tivesse saudades como hoje.

 

E dizem que o sonho comanda a vida, e o meu sonho desta noite colocou-me num estado de espírito letárgico e beligerante.

 

Cheguei a aborrecer-me com um dos meus housemates porque ele me pediu para eu tirar a minha roupa do estendal dele, afinal ele  queria pôr a roupa dele a secar também. Mal sabia eu que o mais que tudo ontem tinha usado a corda dos rapazes de baixo para pôr a minha roupa.

 

Ele só queria ajudar, e acabou por criar um conflito, o qual não existiria se eu não estivesse impossível hoje. Domingos para mim é um martírio. Passo a semana toda num corre-corre, que quando chega o dia de parar, descansar e divertir-me, em vez de o fazer ando à 'porrada' com toda a gente. Acabei por deixar os meus ânimos exaltar ao ponto de agora estar fechada no meu quarto, e o mais que tudo no quarto dele, no andar de baixo.

 

Juro que não fiz por mal, mas tenho saudades de casa, quero ver a minha família, quero sair daqui.

 

Não percebo nada da matéria do mestrado, estou apavorada de falhar, afinal está muito dinheiro em jogo - além de que eu nunca fui de falhar em muita coisa, mas desta vez meti-me num 31 daqueles em que não sei bem como vou saír. Talvez esteja enganada, talvez até acabe por correr bem assim que começar a produzir alguma coisa...

 

98.9% da minha turma vem da China. Há mais dois Ingleses e uma espanhola, foi aquilo que me pareceu. Eu fiz logo equipa com a espanholita, na segunda-feira devemos encontrar-nos para discutir o que é que vamos fazer para dois trabalhos de dois módulos. Tenho um módulo que é só economia, finanças e contabilidade para empresas! Claro que é um módulo para principiantes, mas estão a ver euzinha, com um ano de contabilidade no meu currículo tirado o século passado (estáva eu no nono ano...), já estou a ver a minha vida toda a passar diante dos meus olhos...

 

Eu só quero fazer este semestre bem rápido!  E um bom Karma, já agora também...

 

Este semestre é uma seca porque os módulos todos são obrigatórios. No semestre que vem há dois de escolha, e eu escolhi Relações Públicas e Marketing Empresarial (Marketing for Entrepeneurship)... Ai, ai, ai... Já tenho tantos trabalhos que nem sei para onde é que me viro, e no final do mês de Novembro tenho a minha cerimónia de graduação da licenciatura... Nem sei se vem alguém da minha família...

 

O Sidd quer que eu vá, mesmo que isso signifique penuriar mais um mês.

 

Este mês pagámos as nossas rendas, as contas da internet, tivemos de pagar uma conta de contribuição autárquica relativa aos meses de Julho e Agosto  (porque acabámos os nossos cursos e eles consideraram que não eramos estudantes nesses dois meses antes de começarmos os nossos Mestrados, e portanto tinhamos de pagar! Foram 220 libras...), tive de comprar os meus livros para este semestre, que são quatro e custaram-me mais de 100 libras...

 

Escusado será dizer que aviámos comida para o mês (maioritariamente grão, feijão, arroz, esparguete e massas), os nossos cartões de crédito estão com o plafond esgotado, e aguardamos ansiosamente o dia 31, quando devemos receber as nossas 400 a 500 libras, porque temos andado a fazer o máximo de horas possível...

 

Não podemos fazer mais de 25 horas no trabalho porque senão o estudo vai com os porcos e investimos ambos mais de 7000 libras para podermos estar nos nossos planos de estudo.

 

Acreditem, há dias em que só me apetece atirar com tudo pelo ar. E hoje é um dia desses, porque para ajudar à problemática situação económica (que parece ser algo típico de ser estudante, por mais que eu ache que não, que tudo se deve a mau planeamento das finanças individuais, e portanto me sinta mesmo estúpida no sentido em que falhei em qualquer coisa), tenho saudades de casa, do sol, e de ter um trabalho decente.

 

Mas o mais que tudo adora confortar-me dizendo que é só mais um ano, e eu penso:

... 'Só'? Este gajo é maluco, não?

 

Mas se um ano a viver assim, de esquemas e apertanços não me fascina, eu tenho de encontrar motivação. E se as saudades apertam, eu tenho de pensar que as coisas podiam ser piores, tipo, como o mais que tudo, que só vai a casa de dois em dois anos... E tendo em consideração aquilo que eu quero fazer assim que acabar este mestrado, até que as coisas parecem encaminhar-se.

 

Em Março começo a candidatar-me para companhias Norte-Americanas, e se Deus quiser, em Outubro do ano que vem estou a viver em New York. Olha... um ano a contar de agora... Só... Afinal o mais que tudo não é maluco...

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